Terrapreta

Terrapreta Rita Carelli




Resenhas - Terrapreta


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tavim 30/03/2024

Terrapreta, de Rita Carelli
Pesares ao peito, que em si se rasga por novas terras, vira passagem, atravessa a vivência. em púbere, move-se feito vento centrado ainda em si, dentro das arestas expostas. nisso se redescobre formas de saber ser, sentir pra onde quer que o mundo ande; em púbere, tem-se chance de sonhar e intuir sem as entraves que te impedem. imerso em fins se inicia esse tatear de terra firme, terra enclausurada, onde se esconde o solo mais fértil tanto também a terra que mais queima.

o primeiro romance de rita carelli tem uma adolescente, ana, arremessada além do mundinho primaveril. dentro do alto xingu, a rotina teen vai desde se banhar numa lagoa com jacarés até ao kuarup, ritual de luto indígena. a bela narração se altera entre passagens dos anos, paralelos a quilômetros de distância. no livro ela muito bem trata da alteridade e das distinções de jovens da mesma idade, humanidades que se conversam mais do que se imagina. realidade e esperança caminham lado a lado em sua escrita, ora rasgando ao peito, ora arando as fendas abertas com novas utopias.
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naoesteves 04/03/2024

Ok
Alternando a narradora entre a terceira pessoa e a protagonista em uma cronologia não linear, o livro traz a história de Ana, uma adolescente que tem sua vida marcada pela morte da mãe e pelo curto período em que viveu com o pai no Xingu.
Na minha opinião, a parte mais interessante é justamente a que detalha exaustivamente os rituais, mitos, hábitos indígenas.
Achei a construção de personagens meio fraca, a história em si pouco instigante. Não me prendeu muito, mas como é um livro curtinho acabei terminando rápido.
Não achei ruim, achei apenas bem ok.
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Maria 03/03/2024

Quebrando o preconceito
Li esse livro para a realização de um trabalho da escola e me envolvi bastante.
A história fala sobre Ana, uma menina comum, que passa por uma drástica mudança na sua vida, após o falecimento de sua mãe, abandonando São Paulo e indo morar com seu pai, que não via a tempos, em uma aldeia indígena no Alto Xingu.
Lá, ela aprende muitas coisas, acaba com preconceitos e se apaixona por aquela cultura.
Achei o livro bem interessante e reflexivo.
Só não me envolvi muito com a escrita da autora. Ela é um pouco cansativa, com poucos diálogos e muita narração. Além disso, tudo se passa entre passado, presente, futuro, sem tanta sequência.
Porém, recomendo bastante para refletir sobre a vida e preconceitos existentes na sociedade.
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Thayssa.Tannuri 14/02/2024

Que narrativa lindamente costurada nos traz a Rita Carelli nesta obra. Confesso que peguei o livro sem nem ler sinopse, sem saber o que esperar além de uma história com um núcleo indígena, e confesso que me apaixonei muito rápido... Nos prende e nos emociona. Adorei!
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NatAlia.Beani 06/02/2024

Apaixonante
Que livro lindo! Fazia tempo que eu não me apaixonava por personagens e por uma estória, um lugar. Um livro absolutamente necessário, para os dias atuais.

Após a morte repentina da mãe, a adolescente Ana vai morar no Xingu com o pai arqueólogo. Não há conflitos de civilizações porque Ana vai sem preconceitos, a estória é conduzida com muito respeito e beleza, sem clichês, e nos deixa reflexões sobre a sabedoria dos verdadeiros donos da nossa terra Brasil.

"Por aqui dizem o contrário da cidade, o que nós temos em comum com os bichos é a humanidade; a ferocidade foi a onça que herdou dos humanos"
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lsbelini 21/09/2023

Eu juro que queria gostar...
O livro tinha tudo para ser bom. Fala sobre um assunto extremamente necessário como o extermínio indígena que está havendo no Brasil e a devastação ambiental, mas eu senti falta da literatura, sobretudo de um aprofundamento das personagens.
De fato, a autora tem muito conhecimento da cultura do Xingu, mas em vários momentos fiquei cansada com tantas descrições, mitos...E os personagens? E o desenvolvimento da história? Às vezes parecia que eu lia uma enciclopédia sobre indígenas e não um livro.
Além disso, eu não sou muito fã quando se propõe à assumir que uma civilização é melhor que outra. Sim, os brancos, mas sobretudo o capitalismo, estão destruindo o meio ambiente, mas também há coisas boas "por aqui": desenvolvimento da ciência, da medicina, e dos direitos das mulheres. Fiquei chocada que uma personagem mulher do livro ficou reclusa em vários momentos do livro, além da maternidade compulsória (assunto bem debatido atualmente). Todas as culturas têm coisas boas e ruins, e por isso que devemos aprender, buscar o equilíbrio.
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isabelfilardo 06/01/2023

Já dá pra ter o favorito do ano em janeiro?
Rita, obrigada por essa leitura leve, fluida, profunda como o rio. Me dói pensar no Xingu e em seus desafios, espero que sua vitalidade não se perca, não siga sendo assassinada por quem não compreende sua riqueza. Foi uma alegria acompanhar a trajetória de Ana entre São Paulo, Xingu e Paris, na sua passagem da infância para a maturidade. O mundo de Ana vai se expandindo ao longo do livro e é bonito demais de acompanhar. Gostei muito.
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João Vitor 05/01/2023

Narrativas de deslocamento sempre me interessaram e fascinaram, principalmente quando esbarram no viés antropológico.
Ana, uma adolescente de 15 anos, acaba de perder a mãe e se vê em uma viagem para o Alto Xingu, com o pai, arqueólogo, que vai estudar o fenômeno da Terra Preta. A narrativa é intercalada entre três descolamentos e tempos diferentes: São Paulo, Alto Xingu e Paris.
Acompanhamos Ana nessa jornada de descobertas e transformações externas & internas, desvendando e aprendendo sobre os xinguanos, suas crenças, suas histórias e seus costumes, tudo isso com grande sensibilidade. É como um passeio de mãos dadas com Ana, por uma estrada criada por esses povos, cercada de pequizeiros, com jacarés à espreita e sob o olhar da Lua e do Sol.
O texto da autora é lindo e fluído, sendo um deleite acompanhar esse romance dividido em capítulos curtos, mas intensos.
É um livro afetuoso, no sentindo mais amplo da palavra — ele é afetuoso para a terra, para a cultura, para as crenças, para os povos originários, para as pessoas e seus relacionamentos, para os ancestrais.
Eu aprendi tanto com Terrapreta, quero andar descalço esfregando meus pés no chão procurando por uma terra escura. Quantas histórias essa terra deve guardar e que eu nunca vou descobrir? Uma terra que hoje chamamos de nossa, mas que não é.
— Uemã entsagüe?
— Nhalã.

Escrevo sobre livros no meu insta: @jojoaaao
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Wallace17 20/08/2022

Mergulho amazônico
"Numa aldeia, os caminhos são uma ciência: tem caminhos pra ir pra roça, caminhos pra ir pro rio, caminhos proibidos, caminhos pra namorar. Tem caminho pra se esconder e caminho pra ser visto, caminho pra chegar e caminho para sair. Pode-se pensar neles como uma gramática do espaço: aprender a andar é aprender a falar. Ou calar".

Quantos mundos cabem no mundo? Esta interrogação me acompanhou ao ler Terrapreta. Em tempos de estímulos e cansaços ultra exacerbados, ler este livro foi poder imaginar um mundo que presta atenção no vento, nos bichos, na lua, na terra.... Um mundo com menos ruídos, mais silencioso.

A protagonista deste livro viveu isso, um dia estava correndo contra o tempo alucinante da cidade e no outro estava existindo/aprendendo os segredos da floresta.

Terrapreta é um livro sobre a cultura xinguana (povo indígena do Alto do Xingu), mas também é sobre vida, morte e renascimento. Ponto alto é a sensibilidade e o respeito da autora de entender que a brancura ocidental não cabe no mundo amazônico.
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Diego Rodrigues 19/04/2022

"O gavião levanta voo, roda, roda, olha tudo e depois vem pousar no mesmo galho, no mesmo tronco. Se cortarem o galho, se queimarem o tronco, onde é que ele vai pousar? Vai ficar andando lá em cima, sem sossego, rodando, rodando. Eu sou como gavião, se co
Nascida em 1984, na cidade de São Paulo, Rita Carelli é escritora, ilustradora, atriz e diretora de cinema e teatro. Formou-se em letras pela UFPE e estudou teatro na Jacques Lecoq, em Paris. Em colaboração com a ONG "Vídeo nas Aldeias", lançou uma série de livros-filmes infantis. Algumas de suas obras, como "A História de Akykysiã" e "Minha Família Enauenê", foram reverenciadas pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e contempladas com o selo internacional "White Ravens", da Biblioteca de Munique. Publicado originalmente em 2021, "Terrapreta" marca a sua estreia no romance e presta um tributo aos povos originários do Brasil.

Inspirada em histórias das aldeias por onde a autora passou, a obra relata o drama de Ana, uma garota que, após um incidente, se vê forçada a trocar a vida de estudante de classe média em São Paulo por uma aldeia indígena do Alto Xingu, no Mato Grosso. Enquanto ajuda o pai, arqueólogo, em suas pesquisas sobre a ocupação humana milenar na região, Ana acaba entrando em contato com um mundo completamente desconhecido, onde "tem homem que é jacaré, beija-flor que já foi humano, mulher que namorou peixe. Gente que já morreu também participa, e às vezes até volta à vida um pouquinho, e todos dividem os caminhos, os amores, se guiam pelas mesmas estrelas, se banham nos mesmos rios. O passado é presente e o presente, a atualização permanente do que já foi e do que ainda será."

Intercalando entre diferentes tempos e cenários, Rita constrói uma intrincada narrativa na qual vamos imergir na cultura alto-xinguana e conhecer alguns de seus rituais, crenças e costumes. Ao mesmo tempo, vamos acompanhar as descobertas e inquietações de Ana a respeito do próprio corpo e de sua condição enquanto mulher. É um livro poético, bonito e, com capítulos curtos, de rápida leitura, mas não desprovido de levantar importantes debates e reflexões. Assim como a protagonista Ana, o leitor acaba sofrendo do mesmo choque cultural. Dotados de uma cosmovisão e de uma forte conexão com a natureza, os indígenas lidam de forma completamente diferente com o mundo ao redor e assuntos mais corriqueiros, como o amadurecimento, o matrimônio e a morte, ganham novos significados. Ao longo da leitura, me peguei diversas vezes refletindo o quanto nos afastamos do eu interior e o preço que pagamos pelo chamado "progresso".

"Terrapreta" é uma poderosa narrativa que nos obriga a lançar um olhar para dentro de nós mesmos e repensarmos nosso modo de vida. Além disso, a obra chama atenção e deixa um importante alerta sobre a preservação das terras indígenas, que, mais do que nunca, agonizam com o avanço de garimpeiros e madeireiros. Eu sei, dizer que uma leitura é necessária pode parecer clichê, mas não há melhor forma de descrever esse livro. Apenas leia!

site: https://discolivro.blogspot.com/
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@quixotandocomadani 15/03/2022

"Por aqui dizem o contrário da cidade: o que nós temos em comum com os animais é a humanidade. A ferocidade foi a onça que herdou dos humanos."
Em "Terrapreta", Rita Carelli conta a história de Ana (em parte autobiográfica), uma adolescente que perde a mãe e vai morar com o pai, arqueólogo, em uma aldeia indígena no Alto Xingu. Lá ela mergulha em outro mundo, rituais, mitos e superstições.

- os índios enterram seus mortos no quintal de casa ou no pátio da aldeia, assim eles virarão ancestrais e continuarão olhando pelo seu povo: as raízes das casas são os túmulos de seus ancestrais.

- a cultura indígena está repleta de lendas e histórias. O que chamamos de mito, as histórias que explicam o como e o porquê de cada coisa, para os índios são a origem da vida e de tudo o que existe, definem quem são.

- a vida na aldeia é um exercício infinito de sociabilidade, tão diferente do individualismo de hoje.

- ritos fúnebres: a dor da perda vem num golpe só, mas afastar-se dela só pode ser feito aos poucos e os ritos indígenas marcam essas etapas, atribuem tarefas aos enlutados que os obrigam a reagir, aliviam o sofrimento e reencontram a trilha de suas vidas.

Além de tudo isso, o mais bonito de se ver é o respeito e conexão que eles têm com a natureza, com os animais e o desapego material. Quando nos afastamos de tudo isso? Qual o preço do desenvolvimento?

"Não saber esquecer o que se deve acaba nos tornando incapazes de lembrar o que importa. Somos uma raça de acumuladores compulsivos, não só de coisas, mas também de sentimentos, lembranças, até a intoxicação. Não jogamos nada no fogo, não queimamos as imagens e os pertences do que se foram, não respeitamos nenhum preceito que nos tire algo: queremos os dedos e os anéis."

É uma ótima pedida para conhecermos um pouco dessa cultura e civilização tão rica.

site: https://www.instagram.com/quixotandocomadani/
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