Lilian 03/01/2022
Uma leitura necessária
Eu cresci frustrada por ser uma menina negra e não me ver representada nos contos de fadas que me foram contados desde que me entendo por gente. Confesso que, depois da leitura desse livro, percebi que talvez não fosse tão bom ter representação nessas histórias que nos contam, isso porque elas por si só nem sempre são de fato boas histórias, mas a crítica aos contos de fada em geral vai ficar para outro dia.
O meu interesse pelo livro de Bayron veio de uma indicação naquela rede social de vídeos (não tão) curtos. Me fascinou a ideia de ter uma protagonista negra e LGBT em uma história relacionada a contos de fada. Porém, eu não esperava tudo o que essa obra apresenta. As críticas a como os contos de fada influenciam a vida das pessoas transcende os limites de Lille, local onde a história acontece, e chega até nós, os leitores. E vou um pouco mais adiante, a partir das reflexões propostas por Bayron, será que não devemos tomar cuidado em criar expectativas a respeito do que queremos em nossas vidas, baseadas nas vivências de outras pessoas? Todos só permitem que sejam vistas as coisas boas, que exaltem eles mesmos, escondendo sempre aquilo que seria um problema, uma mancha na bela historia que contam nas redes sociais e numa roda de conversas.
Eu gostei mais desse livro do que eu poderia imaginar. Ele me manteve presa nessas horas de leitura e, por esse motivo, não tem como dizer outra coisa diferente que não: A escrita da Kalynn é fascinante.
Se você gostou dos primeiros três livros da Seleção, de Kiera Cass, você provavelmente vai amar essa leitura também, pois as duas tem algumas coisas em comum, como a ambientação, até certo ponto, personagens coadjuvantes cativantes e uma boa reviravolta, com informações que você talvez suspeitasse, mas que fazem da história um ótimo clichê.