lecofaria 11/10/2022
É ruim; mas é bom!
Cheguei até O Curinga por uma indicação em um grupo de leitores no Facebook. O livro 1 de uma trilogia é curtinho (137 páginas) e tem uma premissa bastante interessante: um serial killer em Vinhedo, interior de São Paulo, que deixa em suas vítimas duas misteriosas cartas de baralho, um Ás e um Curinga.
Eu devorei o livro rapidamente. É uma história envolvente e, não sei se intencionalmente, muito divertida em seu tom de farsa. O protagonista, o detetive Paulo Vargas, é MUITO lesado e, apesar de a história se passar em Vinhedo/SP, o livro começa na noite de ano novo de 2003 que, segundo se lê, é uma noite MUITO gelada, talvez para justificar o uso de um sobretudo (juro, sobretudo; no Brasil, em dezembro/janeiro) por Vargas durante todo o verão em que se passa a história. Além disso, ele tem uma parceira mexicana (???) chamada Maria de La Rosa, que é uma espécie de Watson para o nosso Sherlock Holmes tupiniquim e sem metade da sagacidade do original britânico.
Só sei que eu lia os absurdos da trama e ria. Mas, quando pensei que, talvez, sei lá, o autor quisesse criar uma atmosfera londrina no verão tropical do interior de São Paulo, por motivos de que sim, ele pode, eu deixei de procurar lógica, embarquei na maluquice e acabei me divertindo.
Não que o livro seja ruim, porque ele não é. Mas também não é bom, muito pelo contrário. Ele é divertido e nem sei justificar o motivo. Talvez ele seja um daqueles casos que de tão ruim fica bom, entendem?
E sim, estou curioso pelo desenrolar da trama, já que achei golpe baixo do autor terminar o primeiro volume com um cliffhanger daqueles em uma cena digna de um filme (ruim) do Batman. Mas, vou dizer que não funcionou? Nunca, já que preciso saber como essa história maluca continua.