Geovana 30/05/2024
Um convite ao caos da existência
Descobri este livro no Kindle por acaso. Tinha visto uma indicação de um pastor, e pensei “ah, por que não? parece curto”
Primeira grande observação: fico feliz que este livro tenha sido escrito.
N. D. Wilson reúne uma série de pensamentos sobre a existência e transforma em, não sei, reflexões narrativas sobre o caos que é existir. Estamos vivos. Estamos em um planeta e em uma órbita que as probabilidades indicam serem quase impossíveis de existir. Somos fruto do acaso? Existe algo por trás? Como é possível vivermos em um mundo tão imenso?
Este livro é para sentar com um chá e deixar o autor te levar. Confie nele. Wilson tem uma capacidade reconfortante de refletir sobre as minuciosidades de sermos humanos. Que leitura prazerosa! É uma dose de inspiração e renovo do nosso olhar para a rotina. Mas não se engane, a leitura é agridoce. Tendemos a nos tediar e esquecer o quão extraordinário é um dia comum - o amanhecer foi lindo, você se livrou se tropeçar na rua, os 5 minutos a mais que pegou no trânsito te fizeram encontrar aquele amigo mais tarde…
Indico para todo mundo. Meu primeiro contato com o autor, me deixou animada para continuar lendo suas obras.
‘Há uma alegria avassaladora que crepita em cada canto do mundo. Eu sou minúsculo, mas estou aqui. Recebi sentidos, consciência, existência, e fui colocado em um palco tão lotado com a vastidão, tão abarrotado com a pequenez, que não consigo fazer nada além de rir, e, às vezes, rir e chorar.’ p. 56
‘Um dos aspectos mais importantes da arte é o relacionamento entre a obra, entre uma tela ou uma página, e seu criador. Eu tento amar o que formo da maneira que vejo Deus amar sua arte. Eu, uma mancha de tinta, uma personagem em um palco, um figurante em um musical, observo o cuidado e o amor, a simpatia e a empatia com que ele põe em cada traço, palavra e parte da coreografia. O que coloco em uma página imita, embora sem jeito, o que ele coloca nas dele. Como eu o faço é apenas mais imitação.’ Wilson, N.D.. Notas da xícara maluca (pp. 122-123). Monergismo. Edição do Kindle.