Resenhas - A superindústria do imaginário

Gustavo RAS 11/12/2022

Olhar cooptado
Livro fundamental para entender o estágio do capitalismo em que nos encontramos. O olhar capturado pelo capital e o sujeito completamente descaracterizado e incapaz de imaginar.

Bibliotecadabri 02/03/2022

Superindustria do imaginário
Sobre uma das leituras de fevereiro e um dos livros mais interessantes (e complexos) que li nos últimos tempos.

"A superintendência do imaginário: como o capital transformou o olhar em trabalho e se apropriou de tudo que é visível" (2021)

Na obra, o autor vai tratar sobre o estatuto da mercadoria dentro do sistema capitalista, refletindo sobre como a imagem prevalece sobre o corpo, do desejo sobre a necessidade. Além de conceituar o "valor do gozo" que se sobrepõe ao "valor de uso".

Livro pra ficar na lista de leitura e ser lido quantas vezes possível. Fica a dica.

pedropires 15/10/2021

revelador
Foi com certeza um dos melhores livros que eu li esse ano. Ângelo Bucci é cirúrgico nos comentários que tece da engenhosa fábrica de imagens - e signos - que rodeia a realidade objetiva e a subjetiva dos sujeitos.

O autor ora trabalha em uma linha cronológica dos desenvolvimentos tecnológicos e psíquicos dos últimos séculos, ora une pontos distantes da história para criar relações que revelam para o leitor o tamanho do buraco civilizatório e subjetivo em que estamos.

Ou encontramos alguma maneira de tirar do monopólio capitalista a criação e significado das imagens, ou em breve seremos incapazes de imaginar - e construir coletivamente através da linguagem - um mundo digno e menos vertiginoso do atual.

Marcelo 18/08/2021

Resenha no Booksgram @cellobooks
Sou suspeito pra falar pois Eugênio Bucci foi meu melhor professor no mestrado, mas este livro é essencial para quem estuda Comunicação, Psicanálise & Consumo.

Neste livro, o autor costura diversos textos que ele desenvolveu ao longo de sua carreira e nos apresenta toda a discussão numa versão atualizada, tanto do ponto de vista do mercado de comunicação, tecnologia e pandemia. E o mais interessante: de fato ele nos apresenta uma conversação entre Marx & Lacan, quando aborda os valores de uso, de troca e de gozo.

Eugenio propõe uma reflexão em relação ao quanto trabalhamos para as grandes corporações sem receber nada em troca. O quanto vendemos nossos olhares para as mídias, construímos conteúdos, posamos de modelos, vendemos nossas emoções, medos, alegrias, desejos e inseguranças, que os grandes conglomerados de mídia, através de Big Data, usam para manipular e nos vender produtos e serviços que não precisamos, mas que adquirimos como modo de pertencimento e completude.

Um livro fantástico. Em alguns momentos um pouco mais maçante, mas super relevante para o momento que vivemos.

Darei esta nota mas avalio nesta nota pois ele é muito relevante na minha área de atuação. Para quem não é da área ele pode ser um pouco complexo e maçante em determinadas passagens.