Coruja 09/12/2021Eu já tinha lido alguns dos romances do Green antes - mas quando ele começou a sair por aqui, eu já passara da idade do público alvo dele, de forma que o achei simpático, mas não excepcional. Muito mais cativante para mim foram seus vídeos sobre Literatura e História do Crash Course, que consumi com ávido apetite. Seja como for, quando esse volume foi lançado, o título me chamou a atenção - mas foi só depois de começar a lê-lo que descobri se tratar de uma compilação do conteúdo criado para o podcast The Anthropocene Reviewed (que agora estou ouvindo religiosamente).
Trata-se aqui de uma coleção de ensaios sobre o Antropoceno - termo cunhado por alguns cientistas para definir a presente era geológica, a partir do século XVIII, quando nossas atividades passaram a ter um impacto global significativo no clima e ecossistemas do planeta. O termo, derivado do grego, reconhece estarmos numa era centralizada no ser humano como principal catalisador de mudanças. E Green trata do assunto, usando um sistema de avaliação de cinco estrelas para temas tão distantes quanto o cometa Halley e um concurso de comer cachorros quentes.
Com um humor espontâneo e ligeiramente auto-depreciativo, sensibilidade e um genuíno entusiasmo em observar o mundo que nos cerca, Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra celebra nossa capacidade de nos surpreender (aliás, um dos ensaios trata exatamente disso) e reflete sobre os efeitos de nossa atuação nem sempre benéfica ao planeta. Afinal, “quando as pessoas escrevem avaliações, estão, na verdade, escrevendo uma espécie de livro de memórias” pois, “no Antropoceno, não há observadores desinteressados; há apenas participantes”.
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https://owlsroof.blogspot.com/2021/12/o-resumo-da-opera-bate-o-sino.html