Dri - @leiturainsone 03/07/2021Calma, que o surto vemMaria é uma jovem de 17 anos que se vê totalmente perdida após a morte de seu pai. Para ela, sua família se resumia a seu irmãozinho de 8 anos, mas uma tia distante, se dispõe a cuidar dos dois e os leva para morar em sua casa. Além de tudo, a tia coloca nossa protagonista em um internato e é nesse ambiente que a vida de Maria muda completamente ao ponto de ser acusada de homicídio doloso!
Ao longo da narrativa, a gente sente toda a angústia de Maria, de luto, num lugar totalmente novo, em dúvida sobre sua sexualidade, desejando mais que tudo estar sozinha e não conseguindo. Ela se sente sufocada pela atenção que recebe, pelos novos amigos que acaba fazendo e por não saber lidar com tudo que aconteceu na sua vida.
Em meio a um turbilhão de sentimentos descobriremos, bem aos poucos, o que aconteceu com Maria e como ela foi parar no banco dos réus. A narrativa aqui não é linear e reflete bem a mente confusa de nossa protagonista. Numa mescla de passado e presente, parte da história nos é apresentada e o desfecho, e que desfecho, só será conhecido nas páginas finais do livro.
Queria deixar pontuado que:
1 – a não linearidade da narrativa me deixou com algumas dúvidas, mas entendi, no final, o motivo da escolha da autora por essa estrutura.
2 – quando faltavam exatas 14 páginas para terminar o livro e eu não estava nem perto de desvendar o crime, me deu uma ansiedade. Mas a autora me deu 2 tapas na cara e mostrou que, em poucas páginas, era possível colocar meu mundo de ponta cabeça!
3 – minha cena preferida foi a mais sangrenta do livro. Que cena!!!!!
Um suspense com uma narrativa inquietante, que nos faz refletir sobre muitos assuntos importantes como depressão, luto, sexualidade e suicídio. Um livro, acima de tudo, sobre as diversas formas de morrer, com uma escrita envolvente e sensível.