O Projeto Decamerão

O Projeto Decamerão Julián Fuks
David Mitchell
Anderson M. Soares




Resenhas - O Projeto Decamerão


17 encontrados | exibindo 1 a 16
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lxcasbrito0 23/03/2024

(Não é resenha, apenas palavras)
Hoje faz 1 mês do meu aniversário e esse foi o presente do meu amor.
Histórias "aleatórias" como disse ela. Os sentimentos que eu tive foram diferentes de todos os outros livros. Me levou de volta a pandemia, me levou de volta a 2020. 4 anos e parece uma década.
O livro é essencial para esse retorno a nossa história, para as vivências que hoje são esquecidas.
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Naiana 06/01/2024

Perspectivas de uma pandemia ou de como sobreviver a ela...
O Projeto Decamerão surgiu da proposta de incentivar a leitura do clássico de Boccacio O Decamerão, como uma alternativa ao caos vivido durante a pandemia do Coronavírus.

Em O Decamerão um grupo de 10 jovens, que sobrevive a epidemia da peste em Florença, "foge" para o campo buscando esquecer suas as perdas e dores. Ao longo de 15 dias vivem como se nada houvesse ocorrido, em meio a jogos, músicas, passeios, belas refeições e principalmente a narrativa de contos que não tivessem relações ao que acontecia no mundo exterior.

A princípio acreditei que a proposta narrativa de O Projeto Decamerão seria a mesma, contos que tornassem mais leves os momentos vividos na pandemia sem se relacionar diretamente a ela, mas não foi exatamente o que ocorreu. O livro reúne 29 contos/crônicas escritos por diversos autores de diversas nacionalidades, o que traz diversas perspectivas para o que se viveu nos primeiros anos da pandemia.

Alguns autores como Margareth Atwood, no conto "Griselda, a impaciente", e Rachel Kushner, em " A garota com a grande maleta vermelha, fazem releituras de outros contos. Atwood, de um conto de O Decamerão, a última novela da última jornada dos jovens. No seu conto uma espécie alienígena tenta salvar a humanidade de uma epidemia e a põe em quarentena, para entreter os humanos o alienígena responsável conta-lhes uma história, mas como as culturas são diferentes e certas palavras não possuem tradução, a história é contada de forma um pouco diferente da original. Seu conto é repleto de sarcasmos e críticas à sociedade machista, traço que Atwood põe em suas histórias com maestria, muito divertido de ler.

Já o conto de Kushner é uma mistura do conto "A Máscara da Morte Vermelha", de Poe, com a proposta do livro O Decamerão. A narrativa se inicia através de um grupo de escritores e celebridades que estavam a passeio em um castelo, com o início da quarentena terminam por ficar isolados neste lugar, e para passar o tempo resolvem contar histórias alegres. Tenta ter um espírito cômico, contudo tirando as referências a outros textos que encontrei, esse não me instigou tanto.
O livro, porém, reúne em sua maioria contos sobre a pandemia, com diferentes perspectivas de como ela afetou as pessoas no mundo. Mia Couto escreve brilhantemente sobre um camponês de um vilarejo da África, que perdeu inúmeros familiares para diversas doenças por falta de assistência, e de repente vê sua casa sendo invadida por agentes de saúde que acredita serem ladrões. Em “Anotações Clínicas” Liz Moore relata o temor e a angústia vivida por inúmeros pais em levar seu filho doente ao pronto-socorro ou aguardar que melhore em casa. Há contos sobre tentar esquecer, lidar com a morte de familiares e amigos, a angústia da superprodutividade ou apatia do isolamento, a necessidade de sair de casa, estabelecer contatos reais ou virtuais, entre tantos pontos.

O livro pode não ter seguido exatamente a proposta vista em O Decamerão de fugir e esquecer o que vivemos na pandemia do Coronavírus, contudo ilustra inúmeras situações e sentimentos vivenciados, algumas que irão falar diretamente com o leitor por ter passado por algo semelhante, outras nem tanto, mas que ainda assim podem trazer revelações sobre como pode ter sido para outros.

Como todo livro de contos, haverá alguns que talvez não lhe chame a atenção, mas a experiência de lê-lo e poder conhecer um pouco da escrita de diversos autores vale muito a pena.
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LiviaDimas 20/12/2023

Coletânea diversa
É um livro com uma rica coletânea de contos escritos por diversos autores, por isso preferi uma leitura realizada ao decorrer do ano e intercalada com outros livros.

A minha preocupação era que fossem contos pesados por serem ambientados na pandemia, porém os escritores conseguiram equilibrar histórias amenas e envolventes.
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Wellington.Girardi 09/04/2023

Leituras leves de uma época pesada
A pandemia que assolou o planeta em 2020 teve um lado positivo: uma releitura de Decamerão. Crônicas curtas, que hora são engraçadas, hora pesadas, mostram diferentes visões do isolamento, mostrando como este atingiu cada autor - de certa forma. Confesso que demorei uns dois anos para reunir coragem e ler todo o livro. Vale a leitura para aqueles que já superaram os traumas causados por esta doença maldita.
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Hillary21 10/02/2023

Coleção incrível
Histórias "aleatórias" e improváveis dos inúmeros pontos de vista sobre a pandemia, você ri, chora, se sente aflito e acolhido, cada uma melhor que a outra e carregando consigo a identidade do autor. Leria outras mil vezes.
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Luiz Pereira Júnior 07/09/2022

Self-service
Durante a terrível Peste Negra, na Europa dos anos 1300, Giovanni Boccaccio escreveu o Decameron, obra que se tornaria um dos maiores clássicos da literatura universal de todos os tempos. Nela, um grupo de jovens foge da epidemia e se refugia em uma área rural. Para passar o tempo, eles decidem contar histórias a partir de um determinado tema.

O New York Times resolve fazer o mesmo e chama autores de várias partes do mundo para criar e contar suas histórias (baseadas ou na epidemia em si). É claro que, como toda antologia (?), o resultado é bastante desigual e bastante subjetivo. Assim, uma história que não me diz absolutamente nada pode ser um momento de iluminação para outro leitor; um tema que me deixa indiferente pode chamar a atenção de outro leitor que esteja passando por algum problema relacionado ao tema no exato momento em que o texto esteja sendo lido. E assim o que apresento é apenas um resumo de minhas impressões de leitura.

Eis um resumo dos contos/crônicas, mas lembro que boa parte desses escritos podem apresentar interpretações ambíguas (e isso acaba se tornando um mérito para o autor):

1) Reconhecimento (Victor Lavalle) – uma história de convivência em um prédio, que se vê esvaziado aos poucos, com uma surpresa ao final;

2) Um céu azul desses (Mona Awad) – um reencontro de um casal em plena pandemia e o que se transformou no decorrer do tempo;

3) A caminhada (Kamila Shamsie) – um passeio de duas crianças em uma Karachi devastada pela pandemia;

4) Histórias do Rio Los Angeles (Colm Toibin) – um relato surpreendente de tão verdadeiro da vida de um casal gay em plena pandemia e as consequências do isolamento (autoficção?);

5) Anotações clínicas (Liz Moore) – um casal apavorado com o fato de seu primeiro filho recém-nascido começar a apresentar os sintomas da Covid;

6) A equipe (Tommy Orange) – um empregado em home-office lembra-se da última vez em que esteve engajado em um grupo (atletas que treinavam para uma meia-maratona);

7) A pedra (Leila Slimani) – um escritor medíocre se torna celebridade e herói nacional ao receber uma pedrada durante uma entrevista de TV. Um ótimo retrato da mídia e do mundo literário. Uma observação: após o atentado à Salman Rushdie (sob hipótese alguma, um escritor medíocre), o conto parece admitir um sentido ainda mais sombrio;

8) Griselda, a impaciente (Margaret Atwood) – um alienígena sequestra grupos de terráqueos para preservá-los da pandemia e tenta lhes contar uma história para deixá-los menos assustados. Como não consegue traduzir adequadamente um texto que encontra em uma pesquisa na internet, o ET acaba fazendo uma confusão na história ao mesmo tempo em que a autora usa desse artificio para criticar acidamente e por vezes de uma maneira hilariante a sociedade em que nos encontramos (com ou sem pandemia). Um conto extremamente criativo, que nos propõe refletir, mas nos deixar entediados;

9) Debaixo da magnólia (Yiyun Li) – uma moça vai ao encontro de um casal para assinarem um testamento e se recorda de algo que fez em sua juventude;

10) Do lado de fora (Etgar Keret) – depois do toque de recolher e do fim da pandemia, as pessoas não querem mais sair de suas casas, sofrendo de uma espécie de amnésia, mas a polícia os obriga a sair de qualquer jeito. Belo início e um ótimo final;

11) Recordações (Andrew O’Hagan) – um desajustado social (nada de paranoico ou serial killer) vai à casa da mãe morta, provavelmente pela Covid, e queima praticamente tudo o que encontra lá, enquanto rememora o passado e sua relação conflituosa com a família;

12) A garota com a grande maleta vermelha (Rachel Kushner) – um grupo de escritores e seus cônjuges, confinados em um castelo na cidade de Wuhan, na China, berço da Covid, propõe-se a contar histórias. Ou seja, um círculo de Decameron dentro do próprio livro. Boa sacada, aliás. Apenas a primeira história é contada e tudo termina em um ótimo final surpresa;

13) Morningside (Téa Obreht) – um menino mora em um prédio e conhece uma moradora e seus três cães ferozes, que, dizem, são seus três irmãos que foram enfeitiçados para protegê-la. Um bom conto, mas um tanto déja vu;

14) Tempo de tela (Alejandro Zambra) – um casal conversa sobre o tempo que o filho deve assistir à TV, não apenas pelas noticias aterradoras da pandemia mas também para que o filho possa aprender com o mundo ao redor (ao menos enquanto podiam sair de casa);

15) O jeito que a gente brinca (Dinaw Mengestu) – um rapaz visita o tio já idoso, que é taxista, e decidem fazer uma pequena viagem juntos, como faziam muito tempo atrás. O original do texto é abordar esse sentimento tão pouco citado em livros: o afeto entre tio e sobrinho;

16) Linha 19 Woodstock/Glisan (Karen Russell) – ao contrário do conto anterior, este é centrado na motorista de ônibus, que apresenta uma maneira crua de ver o cotidiano em uma cidade assolada pela pandemia. A primeira palavra que me veio à cabeça para caracterizar o conto foi “urbano”. Mas o conto narra como uma parada no tempo (o tempo fica congelado durante alguns minutos) salva esse ônibus de um desastre em cima de uma ponte;

17) Se desejos fossem cavalos (David Mitchell) – dois prisioneiros conversam em uma cela em um jogo de fantasia e realidade, de sonho dentro de sonho, tendo, praticamente, o mesmo final de um dos contos anteriores;

18) Sistemas (Charles Yu) – não há narrativa. O autor tenta mostrar as pesquisas das pessoas confinadas em suas casas, no Google, como uma busca de contato humano ou simplesmente como uma forma de matar o tédio e a solidão;

19) O companheiro de viagem perfeito (Paolo Giordano) – um relato de um casal em meio à pandemia. Banal, sem grandes técnicas narrativas, sem surpresas, sem aprofundamento. Apenas duas pessoas confinadas esperando a pandemia passar;

20) Um gentil ladrão (Mia Couto) – um idoso afastado de todos recebe a visita de um agente de saúde e pensa estar sendo assaltado. Conto muito curto, mas bastante criativo, ao mostrar outros aspectos, outros ângulos do isolamento provocado pela pandemia;

21) Sono (Uzodinma Iweala) – ao que parece, pensamentos de um casal interracial se entrecruzam em meio ao trabalho de ambos em um hospital para tratamento de pacientes com Covid. Um daqueles contos super-pensados, com abundância de fluxo de consciência, trechos digressivos, mudanças abruptas de narrador, mas que, ao final das contas, parece ter muito pouco a dizer;

22) O depósito (Dina Nayeri) – um casal de intelectuais relembra seus dias de guerra no Irã e o início de seu amor adolescente no país devastado pela guerra;

23) Aquela vez no casamento do meu irmão (Laila Lalami) – em Casablanca, no Marrocos, duas mulheres esperam por um voo que poderá repatriá-las para algum país longe da pandemia. A narradora conta como veio dos Estados Unidos para a cerimônia de quarto casamento do irmão. O relato de um choque cultural em um bom texto curto;

24) O tempo da morte, a morte do tempo (Julian Fuks) – o autor narra a parada do tempo e a sua retomada ao visitar a casa dos pais. Uma crítica ao bolsonarismo (o autor é brasileiro), às fake news e aos regimes autoritários;

25) Garotas prudentes (Rivers Solomon) – uma garota negra, filha de uma presidiária, testemunha um crime cometido pelo chefe do presídio e passa a chantageá-lo para que ele solte a mãe dela;

26) História de origem (Matthew Baker) – uma família fica confinada com a matriarca da família e sua sobrinha-neta com quem ela não se dá bem. Um relato tocante, sensível (mais um pouco e chegaria ao piegas) sobre o confinamento e o amor familiar, mesmo com a distância entre as gerações;

27) A muralha (Esi Edugyan) – o encontro de um mulher e seu marido com duas aldeãs em um local perto da Muralha da China: um acontecimento tão trivial quanto o conto em si;

28) Barcelona: cidade aberta (John Wray) – um melancólico vendedor de seguros por telemarketing resolve alugar seus cachorros para pessoas que não aguentam mais ficar em casa durante a pandemia. Não sei qual o sentido de tanto descrição do uso de drogas se o próprio tema foi muito bem desenvolvido. Uma pena essa apologia tola;

29) Uma coisa (Edwidge Danticat) – mais um casal que tenta se reconectar por meio de suas conversas. Nada demais.

Enfim, diversão garantida em uma ótima edição da Rocco (capa dura, formato pequeno). Vale a pena, com certeza. É como se fosse um bufê de self-service: você pode não gostar de tudo o que tem ali, mas pelo menos vai poder provar um pouco de cada...
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Carlos.Eduardo 23/03/2022

A arte sempre foi influenciada pelos acontecimentos históricos, e O PROJETO DECAMERAO é retrato atual do que estamos vivendo.

Na verdade, não é um retrato, é um álbum de fotografias, de 29 fotografias.

Impossível não se identificar com algumas, não lembrar da própria vida, de onde estávamos quando tudo começou a ser fechado, dos medos, das dúvidas e incertezas que tivemos e temos e da expectativa que tudo passe e se torne apenas uma lembrança.

Com nomes consagrados como Margareth Atwood, Charles Yu, Mia Couto, Julian Fuks (🇧🇷) e outros menos conhecidos, conseguem transformar um tema complicado (p#@ndemia) em algo gostoso e fácil de ler.

"Um gentil ladrão" de Mia Couto e "Griselda a impaciente" de Margareth Atwood já eram boas apostas e se confirmaram.

Mas também gostei muito de "Debaixo da Magnólia" de Yiyun Li, "O jeito que a gente brincava" de Dinaw Mengestu e "Do lado de fora" de Etgar Keret.

✍🏻 O projeto decamerao foi inspirado em O DECAMERAO de Giovanini Boccaccio, que em 1353 reuniu cem histórias escritas por um grupo de jovens que saíram de Florença em quarentena, fugindo da peste que assolava a Europa.

As histórias foram reunidas pelo The New York Times Magazine
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Pipoca Nerd 19/01/2022

Projeto decamerão
Salve, pipoqueiros!

Organizado por editores de prestígio do The New York Times, o Projeto Decamerão reuni 29 histórias de autores mundialmente conhecidos e faz uma homenagem ao famigerado O Decamerão, de Giovanni Boccaccio. O Decamerão consiste em cem histórias contadas pelos próprios personagens do livro e servindo de cenário a pandemia da peste negra. Os editores do NY Times tiveram essa sacada de reunir contos de diversos tipos de gênero literário que se enquadrassem no nosso cotidiano com as quarentenas.

Aqui encontraremos de tudo um pouco, romances melancólicos, alguns gatilhos, preocupações mundanas, ficções científicas e por aí vai. O conto que mais gostei foi o da Margareth Atwood, onde um ser intergaláctico está entretendo e auxiliando um grupo de seres humanos que estão saindo da Terra para fazer quarentena. O ser intergaláctico chega a ser engraçado certas horas porque ele não leva jeito com outros tipos de seres vivos.

Eu fiquei muito na expectativa porque eu amo livro de contos. Mas me frustrei. Poucas histórias achei realmente interessantes e muitas acabei pulando por não conseguir entender do que se tratava.

Não foi uma leitura agradável, mas pelo fato de ser sobre o momento atual que estamos passando, acho válido cada um tirar suas próprias conclusões. A edição está linda, com capa dura e fitilho e a diagramação está muito boa.

site: https://www.instagram.com/p/CQzMyMBphRs/
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Gabi 26/09/2021

Contos curtos e reflexivos com a pandemia como referência
Um livro com uma ideia muito interessante, uma inspiração histórica e com histórias que nos atravessam (ou nos atravessaram) em pelo menos uma vez durante esse período de pandemia. Alguns contos são (e tem finais) interessantíssimos, outros me foram um pouco confusos e incompreensíveis, mas, de modo geral, gostei. Acho que pra quem leu ele no começo e no auge da pandemia (sem vislumbre de vacinação ou quando a gente nem entendia o que estava acontecendo) deve ter sido bastante difícil. Enfim, vale a pena, entretém e faz pensar.
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Anny 03/08/2021

De tempos em tempos
Se você for aquele indivíduo que ainda está vivendo a pandemia e os temores da COVID-19 esse livro vai atravessar você. Digo isso, por conta das pessoas que 'fingem' não estar mais em uma pandemia e que a COVID não passa de uma gripe forte. Mas voltando para o livro? É um livro com contos sobre pessoas que vivenciaram e vivenciam tal impacto. São relatos de quem já presenciou, e que se comove com a dor. Ao ler cada conto, tive várias lembranças revividas? Por fim, é uma leitura que vale. E é ideal para intercalar com algum outro livro ou ler em poucos dias. Ainda não li Decamerão, contudo, esse projeto que foi baseado em tal livro, me fez sentir os temores que a humanidade passa de tempos em tempos.
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Pedro Picoli 14/07/2021

Uma gangorra
Um livro que conta várias histórias remetendo a pandemia do coronavírus. Existem contos muito bons nessa coletânea, porém existem muitos ruins também. Alguns muito rasos, outros extremamente detalhistas mas sem conteúdo e outros perfeitos, que passam mensagens de compreendimento com significados que vão além do que está sendo retratado. No mais, gostei do livro e pretendo comprar a versão física dele, certamente será uma recordação do momento que passamos.
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akio 03/07/2021

Saia da zona de conforto
Se você é desses que procuram ver o que a pandemia trouxe de bom, talvez essa leitura venha na hora certa. São 29 contos sobre a pandemia, encomendados pelo The New York Times a autores de destaque, como Margaret Atwood, Mia Couto e David Mitchell. No mínimo, vão interessar ao leitor que busca algo diferente, que jamais teria existido se não fosse pela Covid-19. Os estilos narrativos são bem variados, assim como os gêneros, que vão desde o humor e o drama até o sobrenatural e a ficção científica. Em meio a tantas notícias ruins, é reconfortante ler sobre a pandemia pelo olhar da ficção, afinal o legado dessa época não serão apenas os números, mas também as sensações que levaremos para o resto de nossas vidas.

Instagram: @akio.com livros
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bardo 30/06/2021

O que chama a intenção logo no primeiro texto dessa coletânea é como a percepção da pandemia é radicalmente diferente da nossa, se por aqui percebemos um certo amortecimento para não dizer franca negação, nos textos mesmo quando não falam diretamente sobre ela está lá nas sombras. É nítido o peso, o medo, o pesar pelos que se foram, e a incerteza do futuro. Apesar disso não é um livro essencialmente triste, alguns textos mesmo exalam esperança ou mesmo uma beleza e ternura inesperadas.
Os textos em si são extremamente diversos, é curioso perceber como cada autor tratou ou circundou o tema proposto muitas vezes usando imagens e situações no mínimo inusitadas. Chama a atenção também o fato de que em alguns textos temos críticas duras, é como se o autor utiliza-se a pandemia como uma grande lente para escancarar algumas mazelas do cotidiano que tendemos a negar e ignorar.
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Ricardo Tavares 27/06/2021

PROJETO DECAMERÃO - Histórias para ler durante a pandemia.
Um bom livro de contos, principalmente se o leitor não dispõe de muito tempo para ler. Em média, a maioria dos contos necessita de 7 a 10 minutos de leitura. É uma boa coletânea, com histórias medianas, boas e até ótimas. Alguns dos 29 contos são bem curtinhos e vários nos levam a refletir sobre a vida e nossas escolhas. Satisfação em ler uma reunião de tramas tão diversas. Projeto Decamerão não é sensacional, mas funciona como bom entretenimento, entregando ao ler historinhas leves e divertidas mescladas com outras que podem transmitir um pouco de frustração e inquietude. Uma ótima sugestão de leitura para quem aprecia histórias curtas. Entre muitos autores desconhecidos e outros nem tanto, temos uma narrativa de Margaret Atwood. Diversão e leitura aprazíveis!
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Rafael Mussolini 24/06/2021

O projeto Decamerão: 29 histórias da pandemia
"O Projeto Decamerão: 29 histórias da pandemia (Editora Rocco, 2021) é um livro que reúne uma coletânea de contos originais de diversos escritores e escritoras que giram em torno da pandemia causada pela Covid 19. As histórias se passam naqueles primeiros meses em que as cidades começaram a implantar lockdown e as ruas se tornaram desertas. Todos os contos foram selecionados pelos editores da New York Times Magazine, que embarcaram na ideia a partir de uma proposta da romancista Rivka Galchende de fazer um novo "decamerão" inspirado na obra de Giovanni Boccaccio, um clássico da literatura, escrito entre 1348 e 1353.

No Decamerão escrito na Idade Média um grupo de jovens se afasta das cidades que foram atingidas pela epidemia da peste negra, doença que matou mais de 25 milhões de pessoas e se refugiam em uma casa de campo como uma forma de se protegerem da doença. Lá instalados os jovens criam sua própria dinâmica de convivência e entre as atividades está a troca, o compartilhamento de histórias. A obra foi considerada um marco para o período da Idade Média pela forma como explorou as vivências humanas. Diante do medo da morte é como se as lembranças aflorassem de forma ainda mais vivaz, portanto ao invés de trocarem histórias especificamente sobre morte, sofrimento, angústia, os jovens embarcam em uma jornada cheia de histórias que exploram também o humor, a ironia, o improvável, a sensualidade, o sexo e o anticlericalismo.

No Projeto Decamerão: 29 histórias da pandemia deparamos com a mesma ideia. Os editores da New York Times Magazine propuseram o mesmo tipo de imersão e a resposta dos escritores e escritoras foi muito parecida com as dos personagens do antigo Decamerão. Escolheram falar sobre a pandemia sem falar sobre a pandemia. Acontecem algumas menções ao período e boa parte das histórias se passa no tempo e espaço do isolamento social, mas os autores jogam vivência particulares e reveladoras em com desse cenário. O Projeto Decamerão é quase que uma declaração de vida diante da eminência da morte.

O livro conta com autores desconhecidos do grande público e também com nomes como Margaret Atwood, Tommy Orange, Mia Couto, o brasileiro Julián Fuks, Colm Tóibín e o vencedor do National Book Award 2020 Charles Yu. Os contos são muito bem escritos e cada um deles nos leva para reflexões diferentes tendo o comportamento humano como âncora. O livro confirma nosso susto, incredulidade e impotência diante de um vírus desconhecido que mata e se torna um registro importante desse momento histórico que vivemos. "Quando a realidade é surreal, só a ficção pode lidar com ela."

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2021/06/o-projeto-decamerao-29-historias-da.html
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