Andressa 07/05/2021Mais opinião do que qualquer coisaEsse não é um livro que me deu vontade de fazer uma resenha imediatamente. Mas depois de ter lido uma resenha sobre ele e à medida que eu finalizava o livro, eu percebi que as críticas a esse livro foram injustas. Na resenha que eu vi, diziam que a mocinha era chata e o mocinho era um fofo/incrível. E eu já comecei o livro com um pé atrás, me preparando pra não gostar dela. Vou dizer que amei totalmente? Não. Mas a culpa não é da mocinha, mas sim do enredo que não favoreceu ela. No decorrer da história, eu fui procurando os motivos de terem achado a mocinha chata. Eu até entendi o pq. Acho que por o romance de época, geralmente, ter um enredo linear e clichê (algo esperado msm por parte tanto do mocinho quanto da mocinha), acaba gerando uma expectativa no leitor. É esperado uma mocinha a frente de seu tempo, que não liga pra sociedade, forte, segura e totalmente fiel a sua essência. Essa aqui quer casar, ter filhos, dançar, rir, ter a sua temporada, ir pra bailes, festas, conversar, conhecer pretendentes etc. Mas não só isso. O que eu vi foi uma mocinha traumatizada também, inocente, desejosa por um gostinho de liberdade e que espelhava os sonhos das amigas como se fossem os seus pq já teve os seus sonhos perdidos e desacreditados. Acaba que ela viu no sonhos das amigas um porto seguro. E todo mundo sabe que é difícil abandonar um porto seguro. E por tudo isso ela era impulsiva, desejosa e mto receosa quanto a outras possibilidades de vida. Como não é surpresa pra ninguém, em algum momento o mocinho (não vou entrar em detalhes sobre ele pq ele foi perfeito pra ela) propôs casamento pra mocinha, só que ao invés de ser irracional e confiar apenas no amor que sentia por ele, ela não aceita de cara. Sim, a rejeição veio. E ela é firme no que acredita ser o certo e o melhor pra ela. Ela tava errada? Sim. Mas eu achei mto compreensivo e até sensato ela ter dito não. Por que? Bom, ela conhece o cara a poucos mêses (pra mim já diz mto, apesar disso não ser uma preocupação em romance de época. É fato que não), tem trauma de abandono e teme que o mocinho cometa erros que o pai dela cometeu (levando em consideração o estilo de vida do mocinho e a falta de propósito de vida dele foi uma preocupação sensata. Não q ele seja um vagabundo, gente. Ele é riquíssimo. Cavalheiro. Vocês vão entender o que eu quero dizer quando lerem) e tá tão apegada com uma vida idealizada após tanta decepção que fica difícil ela se entregar (mas gente quem nunca teve medo? Medo de errar tentando acertar? É a vida. Mas pra quem tem e teve a vida tão limitada, qualquer erro pode custar muito. Pode custar tudo. Ainda mais pra um mulher naquela época. E pior ainda por ser uma mulher calejada).
Enfim. Chata? Nenhum pouco. Teimosa sim. Traumatizada sim. Inocente sim. Receosa também. Mas chata em nenhum momento. Acho que pra ser chata ela teria que ter narrativas mto egocêntricas (pra mim) e mimadas. Ela pensa nela em primeiro lugar? Sim, porque a vida dela toda ela se sentiu colocada em segundo plano e abandonada. E eu achei essa posição determinada dela quantos aos seus planos e essa convicção nos próprios desejos mto corajosas, apesar de tudo que ela pensava ser o que ela queria fosse algo idealizado e espelhado de outras pessoas. Espero por mais mocinhas assim. Leiam e vejam se concordam comigo.