Resenhas -

Erick Macedo Pinto 22/03/2024

Voltou a empolgar um pouco mais
Tags recomendação: ficção; ficção histórica; medieval; guerra; ação; aventura;

O rei John, da França, morreu. Blackstone não pode se vingar como ele gostaria de una das grandes batalhas do início da Guerra dos 100 anos.
Sobe então ao trono o filho e herdeiro, Charles, o Delfim. Que apesar de ter uma aparências enfraquecida, nunca ter liderado um exército e nem ter aptidão para a batalha, é inteligente e consegue montar boas estratégias para seus planos, sendo um inimigo mais ardiloso para a coroa inglesa enfrentar.
Esses movimentos nos governos da região reacendem animosidades e novos conflitos surgem na intenção de reacomodar/ampliar territórios conquistados.
Vendo o príncipe inglês governar com certa tranquilidade a Aquitânia e fortalecer suas fronteiras através de alianças, o rei Charles resolve investir em uma jogada ousada para causar desconforto aos ingleses.
Sabendo que o rei Don Pedro do reino de Castile e León possui graves acusações contra ele, já foi excomungado pela Igreja e não é unanimidade em seu reino, o rei da França resolve se aliar ao Papa e mandar forças para a Espanha com a desculpa de promover uma cruzada e livrar aquelas terras da presença dos mouros, que assim como os judeus e os muçulmanos, possuem proteção real e são bem-vindos para viver na Espanha. Mas o real objetivo dessa incursão é dar respaldo e força para um meio-irmão do rei Don Pedro, aliado da França, na sua pretensão de obter a coroa e assim colocar um aliado da França nas costas do príncipe inglês na Aquitânia. Aumentando o perigo e a preocupação dele de um possível ataque francês.
A coroa inglesa não tem outra alternativa senão apoiar o rei Don Pedro, o qual consideram o rei legítimo de Castile e León. E a missão é retirá-lo em segurança de suas terras, levá-lo para a Aquitânia para que, com o apoio do exército inglês, consiga invadir seu reino para retomar seu trono. E ninguém mais poderia ser incumbido dessa missão do que Mestre da Guerra inglês, Thomas Blackstone, e seus homens.
Essa é a parte histórica real no qual este livro está baseado. A ficção está em um enredo paralelo, onde a rainha consorte de Castile e Leon, uma jovem que possui parentesco com o trono francês, é assassinada e apenas um jovem servo é testemunha do ocorrido, mas não é claro o quanto ele sabe sobre quem matou e o motivo pois o mesmo é um fugitivo.
Este jovem, através de idas e vindas, vai parar sob a proteção de Blackstone e seus homens, que vão protegê-lo, assim como o seu segredo pois a vida e a morte do jovem é valiosa para mais de uma coroa e o segredo que ele guarda pode ser destruidor para muitos reis.
O livro possui um plot que volta a ficar interessante, diferente dos dois últimos, e além disso Blackstone vai se aventurar por um terreno desconhecido e ainda não explorado na série. O ritmo e a forma como a história vai se desenvolvendo, envolta em mistério, intrigas e traições lembra muito o quarto livro, que mostra uma jornada na nas cidades-estado italianas.
As batalhas monumentais ainda existem e estão no livro, mas dessa vez não é só batalha por páginas e páginas e tem uma história por trás.
De ponto negativo, fica mais uma vez a construção ruim de uma personalidade feminina. Novamente, uma personagem misteriosa, que fica claro que vai se envolver com o protagonista e que possui encantamentos e capacidade de seduzir homens que é tratada como bruxa. Isso tornou essa parte da trama muito previsível.
E, sobre desfechos, os de alguns personagens mais pro final do livro são ruins e tudo acontece muito rápido. Até algumas ações tomadas por Thomas não condizem com toda construção dele na série e são questionáveis, inclusive o final.
A série volta a empolgar um pouco mais e deixa em aberto uma trama familiar para ser explorada posteriormente.