Fluam, minhas lágrimas, disse o policial

Fluam, minhas lágrimas, disse o policial Philip K. Dick




Resenhas - Fluam, minhas lágrimas, disse o policial


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João Luis Henz 06/02/2024

O que é realidade?
Realidade é aquilo que, quando se cessa de acreditar, não desaparece.

Este é o segundo livro de Philip K. Dick que concluo, e que jornada existencial foi essa. Jason Taverner, um homem famoso, belo e poderoso, após ser atacado por uma espécie de parasita, desmaia e acorda em um quarto de Hotel barato, sem saber como ali chegou e, após deliberar e investigar, descobre que não existem registros de sua pessoa, nenhum registro de sua existência e as pessoas parecem não fazer a mínima ideia de quem ele seja. O que desencadeia uma jornada de descoberta e auto-reflexão ambientada em uma distopia policial com personagens complexos e traumatizados.

Philip K. Dick questiona a nossa percepção de realidade, da forma como compreendemos o tempo e a influência dessa percepção nos comportamentos das pessoas, aplicando um sentimento de isolamento e estranheza em um cenário que deveria ser familiar. Ele escreveu certa vez, com grande impacto para mim:

"Talvez cada ser humano viva em um mundo único, um mundo privado, um mundo diferente daqueles habitados e experimentados por todos os outros seres humanos."

O livro também possui um tom religioso muito curioso (que Dick explora de forma aprofundada em um ensaio publicado anos após o lançamento do livro). O ritmo da escrita é muito agradável e mantém a curiosidade do leitor, e o final teve um impacto diferente de tudo o que eu poderia imaginar, certamente ficará comigo por muito tempo.
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EmAlio.Freitas 24/09/2023

É K.Dick
"Escutai! Sombras que nas trevas residem, aprendam a rejeitar a luz. Felizes, felizes aqueles que no inferno não sentem o desprezo do mundo." Philip K.Dick



Descartes em seus devaneios acabou criando uma frase: ?Penso, logo existo? provavelmente essa foi a fonte de inspiração de ?Fluam, minhas lágrimas, disse o policial? (1974) e quem sabe até "Ser ou não ser, eis a questão" de Shakespeare. Aqui temos uma saga de um astro da TV um campeão audiência que acaba perdendo a sua identidade após uma experiência bem bizarra.

Philip K. Dick acaba criando um mundo distopico futurístico apesar de alguns acertos aos dias atuais o livro foi escrito na década de 70 ambientando os anos 80(realidade paralela) onde temos o que seria uma ?reconstituição atemporal? ele acaba criando anacronismo a um leitor nos anos 2020 nada que atrapalhe a leitura ou que seja obrigação do autor acertar todos os elementos atemporais ele não é onisciente (eu acho kkkkk).

O protagonista Jason Taverner seria a mistura de Celso Portiolli (galã)+Silvio Santos (cheio de lábia) ele ao acordar em um hotel acaba não sendo reconhecido por ninguém, uma sociedade controlada por policiais onde a identificação deve ser apresentada a cada esquina complica a vida do nosso protagonista sim ele é raso e tem sempre uma carta na manga para sair das situações. O autor já o deixa com dinheiro em espécie dentro de um paletó pois ele iria precisar afinal de contas ele ?não existe mais?. K.Dick quer dizer que um indivíduo é moldado por aquilo que a sociedade acha que ele é... ele não é ninguém, não tem registro, dinheiro ou identidade. Jason acaba fazendo coisas clandestinas para pelo menos ter um registro falsificado isso através de uma mulher e outras mulheres que acaba lhe ajudando em outras ?etapas? que essa ?nova? realidade está lhe proporcionando. Sim temos a facilidade do protagonista e sim a narrativa tem em alguns momentos de misoginia, mas isso não é o autor e sim a realidade que ainda reflete em nossa realidade nos dias atuais, as mulheres são fáceis e fúteis são 5 mulheres com características distintas onde por coincidência Philip K.Dick teve 5 esposas. Falando em coincidência a irmã do policial que está procurando Jason (ele tá sendo procurado por falsificação de documento) é irmão gêmea dele onde K.Dick teve uma irmã gêmea que morreu logo cedo.

O plot twist do livro tem início quando a irmã de Félix, o policial, conhece Jason sabendo de sua existência e fama. Qualquer outro detalhe que venha falar quebrara a experiência de vocês, mas tudo que o autor deixou soltou começa a fazer sentido e o quebra-cabeça montado. Vai envolver drogas e realidade paralela e muita, muita explosão de cabeça.



?Fluam,minhas lágrimas,disse o Policial? poderia ser um livro mediano, mas pela maestria do autor e sabendo fazer ótimos finais acaba o elevando muito sua obra.

Nota 7,7
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VK 99 20/09/2023

Me fez viajar
Como a maioria dos livros do Philip Dick, esse também deixa em aberto várias possibilidades de interpretação.

De repente um homem famoso e admirado como uma figura pública deixa de existir como se fosse menos que um animal, e quanto mais ele corre atrás da verdade, mais ele vira sua ''vida'' de cabeça pra baixo.

Taverner realmente foi alguém importante um dia? As drogas tiveram algo a ver com toda essa confusão? O governo realmente o apagou da existência? Ele é um homem doente?

Esse livro também nos faz questionar nossa própria existência. O quanto pertencemos a nós mesmos? Atualmente rodeado por todos aqueles que têm muito mais poder, talvez sejamos o próximo Jason Taverner.

Devo também destacar outro mundo criativo que Philip criou, um universo próprio como ele sempre adorava fazer. Fantástico.

Me recusei a dar 5 estrelas pelo fato de que mesmo que talvez tenha sido a intenção do autor, chega em determinadas partes em que se torna cansativo de ler pela confusão criada no cenário. Ás vezes vai querer até mesmo pular algumas páginas.
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livrosepixels 02/08/2023

Mr. Nobody ou complô inimigo?
Este deve ser o livro mais "pé no chão" dos que eu já li do autor, pelo menos (devem faltar uns dois pra eu ler todos os publicados pela Aleph). Apesar de ele se passar no futuro distópico e caótico de 1988 (foi escrito em 74 por ai), tem muita coisa que se mostra bastante atual, como por exemplo, o excesso de fama, a extravagância dos que são ricos e populares, bem como o abismo que pode levar uma pessoa que perde a sua "identidade", ou seja, que se torna anônima.

Acontece um evento curioso logo no começo, que motiva o miolo da história, que é o personagem ser atacado por um tipo de esponja/polvo alienígena. Porém, ficou bem mal contextualizado esse negócio e custei a entender o que estava acontecendo. Além disso, o autor joga um conceito que só lá pelo final é que vai ter uma certa explicação, que é o tal dos Seis. O tempo todo o personagem fica falando "sou um Seis" mas é quase lá pro final pra ter um sentido nisso.

Um problema recorrente das histórias de PKD é não saber retratar personagens femininas. Todas, sem exceção neste livro, são histéricas, sexualmente famintas e instáveis. Não tem nenhuma personagem com uma personalidade forte e que se preze. Ao contrário, o protagonista é tido como o todo poderoso, atraente, desejado por todas e sabedor das coisas. Se acha demais na verdade.

O background da trama também é outra coisa que não foi bem explorado: aqui temos um futuro altamente dependente de entretenimento televisivo, depravação e pior do que os atuais, já que uma lei controversa aprovada faz com que a população negra diminua gradativamente, até desaparecer. Sim, isso mesmo, o autor imagina um futuro onde, além de várias coisas intragáveis, controle policial constante, houve pessoas do poder que acharam uma forma de acabar com culturas e povos inteiros. Eu diria até que o cenário do livro é uma metáfora para o que foi o Nazismo.

Outro ponto também não muito gratificante do livro é a explicação de como Jason de um dia para outro se tornou uma despessoa, alguém que não existe naquele universo, apesar de estar ali, de carne e osso. Não me convenceu muito e achei bem corrido, como se o autor precisasse dar um fim pra história.

Por outra perspectiva, o autor discute bastante a relevância das interações sociais, limites do aceitável, poder da mente em acreditar em coisas que são irreais e até mesmo discute sobre o papel do amor como força mantenedora da razão. Pontos interessantes e que por si só fazem a leitura valer a pena.
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Carol749 25/05/2023

A primeira regra para ler um livro do pkd é entrar na viagem que ele tá propondo, e acredite que qualquer livro dele vai ser UMA VIAGEM!
Essa obra não ocupa o lugar de favorita dentre as que há li do autor, mas mesmo assim é muito bom poder perceber conceitos e temas que são citados em outros livros dele, e ainda assim ele consegue trazer uma abordagem muito única dentro do estilo.
É muito importante também ter um conhecimento básico sobre as questões políticas que permeavam os estados unidos durante o período em que o autor estava produzindo esse texto, isso irá trazer um contexto a mais para toda a história.
O livro não se propõe a explicar nada durante mais da metade de toda a trama, porém por ser tão envolvente e com um ritmo tão frenético é impossível não se deixar levar por tudo que está se passando com o Sr. Taverner, e quando começa a ter um vislumbre de explicação a cabeça dá um giro junto com os personagens.
Eu particularmente leria qualquer coisa do pkd e tenho certeza que iria amar, e esse livro não é excessão.
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acalvarenga 22/03/2023

Bom!
No livro acompanhamos a história de um renomado apresentador de televisão, e, cantor que tem uma rotina de luxo, mas tem sua vida virada de cabeça para baixo ao acordar em um hotel de baixa renda sem qualquer documento de identidade, tendo apenas consigo uma grande quantia em dinheiro vivo, ao deixar o estabelecimento, em suas primeiras interações com a sociedade, mesmo se tratando de uma estrela do mundo pop, percebe que ninguém se lembra de quem ele é.

O protagonista mesmo sendo caracterizado como alguém de origem humilde pelo autor em alguns momentos, se apoia constantemente em arquétipos elitistas ao longo da obra, o que colaborou para eu criar uma certa antipatia da com o personagem.

O autor acaba abusando um pouco dos cliffhangers aos finais de cada capítulo, deixando sempre o auge para a reta final de cada parte, o que acaba por impedir o desenvolvimento da história de maneira mais orgânica e na minha opinião acaba sendo algo negativo, ainda assim, me senti motivado a descobrir quais seriam os desdobramentos da história.
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RNA 19/03/2023

9/10
Ótimo livro, a história te prende do inicio ao fim, personagens bem desenvolvidos, e uma forma diferente de abordar a questão da realidade do que é a maioria das obras do Philip K Dick
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Wagner47 14/03/2023

O Sr. Ninguém e o Sr. Todo Mundo
Após um incidente, o famoso cantor e apresentador Jason Taverner acorda em um quarto sem saber como foi parar lá.
Mas isso não é o pior. Não demora para descobrir que ele nunca existiu. Cartões, documentos, dados, registros... Nada.

A partir disso, Taverner inicia sua busca, fazendo com que Dick nos entregasse discussões a respeito de percepções, negação e, olhe só, amor.

Por ser curta, é uma história que se favorece em não tentar se explicar a todo momento, deixando isso apenas para o final. O livro possui mais foco no debate do que na busca (o que para mim foi um erro no início).

Ao conhecer pessoas que nunca ouviram falar dele (até porque nunca existiu) Jason e o leitor ficam sem entender nada por muito tempo e esse ar de dúvida causa um sentimento positivo, uma vez que não envolve muitos desdobramentos e é bem simples em sua grande parte do tempo.

Porém achei o início após do despertar de Jason muito incômodo. Taverner logo percebe que há algo errado e o autor acerta muito nesse dinamismo, mas a inação do protagonista é injustificável. Ele simplesmente não vai atrás do que está acontecendo, apenas uma forma de se manter nessa nova realidade (que é um aspecto válido, mas não o único). Tem a chance de compartilhar o que está acontecendo e mesmo assim permanece calado. E acredito não há muito sentido do Jason saber que não existe e aceitar muita coisa, mas estar sempre frisando que tem um programa de TV famoso.

Outro problema é do autor não abordar mais sobre o incidente que inicialmente levou a tudo isso (o que volta no ponto negativo citado anteriormente) e sobre as percepções de algumas pessoas antes e depois quando as coisas vão ficando claras.

Sinto que a explicação do que aconteceu é muito válida. Pode parecer forçada, mas está dentro de contexto em vista da ambientação e das particularidades desse mundo criado pelo Dick.
E apesar das elucidações não casuais, tudo vai ficando cada vez mais claro.

Eu estou surpreso como o Dick fala de amor de uma forma bem profunda nessa história. Fica ainda melhor quando a gente percebe que ele sempre diferencia tal tópico em diferentes percepções sobre o que uma pessoa sente pela outra.

Traz uma mensagem bem forte sobre o uso de drogas também. A realidade pode ser difícil de suportar e com isso as pessoas tendem a encontrar refúgios nelas.
Mas tem um porém: a realidade negada voltará a assombrar.
Brujo 14/03/2023minha estante
Ótima resenha !!!! Esse livro é um dos meus favoritos do PKD.


Brujo 14/03/2023minha estante
Aliás, vc leu bem rápido, né !? Vc devorou ele.


Wagner47 14/03/2023minha estante
Valeu Sidney! Rapaz, vou te contar que eu tô mega devagar nas leituras hahaha. Esse eu gastei uma semana, sendo que um livro desse tamanho e com tanto diálogo eu leria facilmente em quatro dias. Eu devorei mesmo nas últimas 100 páginas, pela forma como as coisas iam se estreitando e foi batendo a curiosidade.

O meu favorito do PKD é Blade Runner. Só li quatro do autor, mas esse lido agora entra na terceira posição.




Alexandre 27/02/2023

Ficção científica
Jason Taverner é uma personalidade televisiva e mal sabe ele que em pouco tempo fará uma viagem psicodélica e confusa. A dúvida paira no ar até as últimas páginas do livro. Sensacional.
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Ana 19/02/2023

Cenário "Pop Squad"
Jason Taverner é um cantor e apresentador de programa super famoso que num dia acorda em um quarto de hotel sem que alguém o reconheça. Seus documentos, seu programa, suas músicas, tudo a seu respeito parecem que nunca existiram. Nem mesmo seus conhecidos o identificaram. Nos próximos dois dias Jason tenta entender o que está acontecendo e tenta lidar com os pols que estão atrás dele.

Como um ficção científica, espere filosofia e questionamentos da humanidade, do tempo e espaço e dos sentimentos. O autor criou um cenário mas não entregou, na minha opinião, todo o necessário pra entendermos ele. Tudo bem que a trama não depende tanto assim do cenário, porém, minha curiosidade não foi recompensada nesse aspecto. Não é a ficção científica que mais gostei.
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Nicole Pazzini 09/02/2023

Quinto livro que leio do Philip e não posso deixar de admirar mais esse autor.
Não é o melhor livro dele que li, mas adorei fazer a leitura da obra e apenas falta de ele explorar mais o universo em que Jason se encontrava, aparentemente é na mesma vibe dos outros livros que li.
O que me deixou contente foi o desfecho final contando o que ocorreu com cada um dos personagens, algo que não foi feito nos outros livros que li.
Por fim, recomendo a leitura deste livro, mas ainda considero Ubik o melhor. s2
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ttttt 22/01/2023

Fluam, minhas lagirmas, disse o policial
Esse livro me prendeu demais, amassei. Tem uma premissa interessante e personagens profundos, mas não rendeu pra mim, foi de Chitãozinho e Xororó. Vou direto ao ponto:

Pontos que gostei: a fluidez da história, da pra ler muito rápido; o desenvolvimento dos personagens; e uma parte em específica, a conversa do Jason com a Ruth, aquela conversa rendeu um capítulo, foi bem daora

Pontos que não gostei: o fato de que toda mulher que aparece na frente do pica de mel do protagonista se apaixona por ele, todas, sem excessão, todas que ele conversou ficavam atraídas por ele; o final, senti que foi muito corrido, dava pra render mais algumas páginas ai, faltou coisa; a falta de exploração do mundo, porran, dava pra render MUITA coisa, tinha guerra, os estudantes, muita coisa, também ficavam falando pra todo canto "não sei o que ele é um Seis pipipipopopo" mas não teve uma explicação daora sobre o que caralhos eles são, só falou umas besteirinha e pronto.

Tirando tudo isso é um livro daorinha?
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Black 26/01/2023minha estante
PICA DE MEL JJHGKJHHJJHJKK




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