spoiler visualizarLuize.Soares 15/11/2023
A caminho da Estrada Dourada
Até a metade do livro, admito que achei um tédio e nem um pouco animador. Só fui começar a gostar realmente ali pela pág 150, que foi quando eu finalmente me senti conectada com a história. Me decepcionei um pouco com este livro, já que estava com uma expectativa alta pois a autora declarou que este era seu livro favorito
Esses foram alguns pontos negativos:
1- Comparações: em vários momentos do livro podemos perceber que Felicity, Cecily e a menina das histórias são comparadas pelos meninos, em questão de beleza, inteligência e até mesmo em quem é mais interessante
2- Tratamento com o Peter: percebe-se que muitas vezes Peter é tratado diferente por ser o ajudante da fazenda e não ter tido um estudo adequado, ele só passou a ser tratado de verdade, sem zombaria e subestimação, depois que quase morreu de sarampo
3- Personagem Felix: sinto que Felix poderia ser bem mais desenvolvido, o personagem apresenta poucas falas, e quando fala, não é nada muito relevante
4- Personalidade de Sars Stanley: tive um relacionamento de amor e ódio com a menina das histórias, muitas vezes ela foi mimada, não aceitava que a atenção não estava concentrada apenas nela e diminuia Felicity, inclusive chamando-a de burra
5- Os adultos: não consegui gostar de nenhum adulto deste livro, apenas tia Olivia, mas além dela todos foram irritantes e grossos com as crianças, não sei se este era o objetivo da autora
Pontos positivos:
1- Ambientação: a autora consegue descrever tão bem os locais apresentados que você se sente como se estivesse neles
2- Cecily: ela e o Peter foram simplesmente os melhores personagens para mim, são ambos doces e gentis
3- As histórias: as histórias contadas são realmente fascinantes, e te deixam encantado
4- Amizade: este livro retrata bem como a amizade funciona, de forma que mesmo brigando, todos voltam a ser amigos e leais uns aos outros
Enfim, estou bem animada com o segundo livro, A Estrada Dourada. Quero ver a continuação, espero que haja um bom final para estes adoráveis personagens
Trechos:
?Gosto mesmo de uma estrada, porque sempre se pode imaginar o que existe no fim dela
?E quem consegue se sentir como antes em relação às pessoas que destroem nossas ilusões?
?Palavras duras não quebram ossos, mas podem ferir sentimentos
?Seja o que for que, em meu universo, foi construído através do amor, nem mesmo eu poderei destruir.
?Nunca chove, mas, quando chove, é aos borbotões
?Estava feliz, animada, deleitando-se com a situação. E estava tão linda que mal consegui comer, já que não tirava os olhos dela
?Se o amor que sinto por você for correspondido, ele jamais poderá ser interrompido
?A terra das fadas existe, mas somente as crianças conseguem encontrar o caminho para chegar lá. E não sabem que estão na terra das fadas até crescerem e esquecerem qual era esse caminho. Num dia muito triste, elas o procuram e não mais o encontram, e então percebem o que perderam. E essa é a grande tragédia da vida. Somente alguns, que permanecem com o coração de criança, poderão, um dia, encontrar novamente aquele lindo caminho perdido. Esses são os abençoados entre todos os mortais. O mundo chama essas pessoas de cantores e poetas, artistas e contadores de histórias; mas são apenas pessoas que nunca se esqueceram do caminho para a terra das fadas
?Que moeda cunhada na Terra poderia pagar pelas adoráveis visões noturnas perdidas?
?A genialidade não se explica. Não seria genialidade se pudesse ser explicada
?O crepúsculo caiu sobre o pomar como uma entidade sombria e, ao mesmo tempo, encantadora. Era como se pudéssemos ver, ouvir e sentir; como se ela caminhasse nas pontas dos pés de árvore em árvore, cada vez mais próxima. E logo suas asas se abriram sobre nós e, através delas, pudemos ver brilhar as primeiras estrelas daquela noite de outono
?Nem os próprios deuses conseguem tomar de volta os dons que distribuíram
?Podem nos tirar nosso futuro e amargar nosso presente, mas o passado permanecerá intocado
?Quando as histórias terminavam, voltávamos à Terra, sentindo como se tivessemos voado a milhões de quilômetros de distância, no éter azul, e o mundo em que, de fato, vivíamos tivesse, momentaneamente, sido esquecido e se tornado estranho para nós
?Quando sabemos alguma coisa, temos de nos ater aos fatos. Mas, quando simplesmente sonhamos, nada consegue segurar nossa imaginação
?E, diante de nós, abria-se o sonho da primavera. É sempre tão seguro sonhar com ela! Porque a primavera chega, não há dúvida; e, caso não seja exatamente como a tínhamos imaginado, será, com certeza, infinitamente mais doce