silvanasartori 19/06/2021
Esse foi o primeiro romance de época que li, então não estava acostumada com o estilo do gênero e escrita, com o modo de apresentar os fatos e tudo, mas foi uma grande e boa surpresa, porque acabei gostando do livro. Apesar dele se demorar nas situações e não haver um relacionamento mais explícito entre os personagens, a história acabou me conquistando aos poucos. Há um jogo de insinuações muito bom, que me prendeu fácil e me deixou esperando o que iria acontecer nos próximos capítulos.
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E como todo romance histórico, a linguagem é escrita de forma antiga, mais formal, mas, ao mesmo tempo, com palavras simples, o que não torna a leitura cansativa e chata, porque, se fosse escrito com palavras muito rebuscadas e da época o tempo todo, seria ruim ter que sempre ir buscar essas palavras no dicionário para entender elas. Há algumas palavras rebuscadas, mas elas são compreensíveis e acrescentam bastante ao texto com um toque de "antiguidade", o suficiente para nos situarmos no tempo histórico e não esquecermos dele durante a história.
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O narrador é em terceira pessoa e descreve as personagens de forma curta no começo, mas é possível visualizar muito bem como elas são. Depois, ele passa a dar todas as informações sobre elas antes que os personagens façam isso por si só, então sabemos mais deles pelo o que é narrado do que pelos diálogos. Com essa narração mais expositiva dos fatos, sobra para os diálogos muita acidez, personalidade, cordialidade e podemos comprrender o modo como falam. Já os capítulos, são curtos, o que amo, pois a leitura parece passar mais rápido e, se tratando de um livro longo, isso ajuda o leitor a engatar na história.
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Percebi que a autora realmente estudou para escrever essa história, porque temos muitas informações sobre lavandas, como plantar e cultivar, como fazer perfumes e como as coisas eram naquele período. Achei muito interessante a escolha de lavandas como plano de fundo, amo o cheiro delas e parece que os homens também, pois se sentiram hipnotizados por ele e por Vic. Então tudo se encaixou muito bem na história e é lindo demais ver o amor que Vic tem por tudo que construiu e por suas flores.
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No começo não se sabe muito sobre a vida de Vic e Augustine, ficando uma curiosidade por querer saber por que ela foi morar com a tia e por que estão falidas. A quase empregada, Amelie, é muito engraçada e perdida nas coisas, fazendo bagunças e quebrando tudo pela casa por ser desastrada, dando uma quebrada no ritmo denso e sedutor da história. Por outro lado, Augustine é até um pouco grossa, severa, mas, no fundo, tem um coração bom. Vic serve como ponto de equilíbrio entre elas, apaziguando as situações, enquanto tenta resolver a situação financeira por ser a que mais entende disso.
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Achei muito legal essa questão do protagonismo das mulheres, apesar de ter o típico "preciso casar com um homem rico", já que Vic tenta ser muito independente, realizar seus sonhos e trabalha duro para juntar o dinheiro. Vemos muito o apoio entre, principalmente, as três mulheres, como uma se sustenta nas outras e assim vão levando a vida e fazendo o que podem para serem levadas à sério, já que são mulheres de negócios.
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Na família delas, não há nenhum homem para comandar o que é mais importante, por isso sobrou para Vic, porque ela é muito forte ao segurar toda a situação o máximo que pode e ainda, depois de Maurice, ter que lutar contra uma paixão por medo de perder o que construiu.
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A trama possui, na maior parte, momentos hilários! Perdi a conta de quantas vezes fiquei dando risada das cenas trágicas e vergonhosas que Vic protagonizou. Porém, aos olhos de Maurice, essas cenas foram extremamente sensuais e isso também foi engraçado de ver. Além dessas cenas mais leves, temos cenas bem intensas entre os dois, durante as investidas, que o narrador prolonga mais, ajudando a criar uma tensão e expectativa.
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Assuntos mais intensos são trabalhados também, como a diferença entre classes. Marcelle faz de tudo para tentar afastar Vic de Maurice, mesmo com a jovem dizendo que está apenas trabalhando para ele. Nesses momentos, há xingamentos e brigas, com a milionária deixando claro que a jovem das lavandas não passa de uma pobretona que trabalha com terra e se veste mal. Nesses momentos, senti muita revolta e raiva dessa personagem, mas ela é fundamental na história para criar as intrigas necessárias.
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Confira a Resenha Completa no Blog I LOVE MY BOOKS
Escrito pela Colaboradora Larissa Niewierowski
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site: https://www.lovemybookss.com/2021/06/resenha-dama-das-lavandas.html