Miya 28/05/2024
Meu livro favorito
O livro acompanha quatro gerações de uma família coreana, que se iniciou com o infortúnio de uma menina: Sunja perdeu sua honra para um homem casado e engravidou. Desolada, é salva por um bondoso jovem pastor que a toma como esposa, mas a leva consigo para uma vida de adversidades no Japão.
Dentre os anos 1932, com o Japão imperial facista, e 1989, no Japão neoliberal, há uma constante: a discriminação sociocultural dos coreanos desterrados, vítimas da guerra, da fome e da peste, causadas pelo ímpeto colonizador e atroz desse país que hoje, menos de 100 depois, é apenas a terra dos animes, da Hello Kitty e do sushi.
No decorrer da narrativa, percebemos como essa sombra permeia a existência desses indivíduos, que, por mais que tentem ser honrados, ?limpos? e esforçados, sempre serão diminuídos a uma nacionalidade que, após gerações em terra estrangeira, nem faz mais sentido.
Assim, ao testemunharmos o amor, a determinação, a perda, o suor e o sangue dos personagens, somos lembrados das milhares de histórias invisibilizadas - mas que transformaram sociedades inteiras - desses apátridas que deixaram tudo para trás, inclusive a sua humanidade.