A Casa no Fim de Tudo

A Casa no Fim de Tudo W. H. Hodgson




Resenhas - Os botes de Glen Carrig + A casa no fim de tudo


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Vinicius648 04/05/2023

O Horror Surreal!
Este livro e duologia: A Casa no Fim de Tudo (The House on The Borderland) e Os Botes do Glenn Carrig (The Boats Of The Glenn Carrig). São novelas de autoria de W.H. Hodgson, um escritor proveniente da proto-categoria que viria a surgir como molde teórico durante o período das revistas Weird Tales (daí Weird Fiction) que proliferaram muitos autores entre eles H.P. Lovecraft que em seu Ensaio sobre "O Horror Sobrenatural na Literatura", entre todos os autores que cabem nessa estilo de história, buscou razões para tal tipo de Medo; Horror "Estranho", "Bizarro" ou até mesmo "Insólito", não conseguem abarcar o poder do nome em inglês, dizem respeito de um tipo de literatura que veio a surgir carregado do histórico de narrativas góticas e mitológicas do passado, como um background para eventos que ocorrem para'lém do mundo humano, em sua fonte está o que dança afora a margem da razão.

- A Casa No Fim De Tudo -

Mas como fora da razão? Seria isso o que não habita nossas faculdades e está vazando do mundo comum que conhecemos, isso se vê geralmente em contos que extrapolam a condição humana, ordinariamente visto em ficções científicas, fantasias e até nos mitos.
Para esse tipo de narrativa com tal passado, o que é *infamiliar* se torna nosso maior medo, pois como diz HPL no seu ensaio:
"O verdadeiro conto de horror, tem algo mais que sacrifícios secretos, ossos ensanguentados ou formas amortalhadas fazendo tinir correntes em concordância com as regras. Há que estar presente uma certa atmosfera de terror sufocante e inexplicável ante forças externas ignotas[...]"
Assim, não teremos controle sobre a narrativa, e começa-se assim a entender o padrão nesse tipo de histórias. A narrativa vai do início como uma viagem comum de dois personagens que não valem menção ao nome, sua participação é ínfima, o verdadeiro personagem é um narrador para o qual os dois viajante encontram um manuscrito perdido entre ruínas de uma casa moída pelo tempo que estava a beira de um precipício de imensidões desconhecidas com cachoeiras envolta e a ida até esse lugar suplantava sensações inquietas e angustiantes, e dentro dela os dois homens acham um baú perdido com o manuscrito com o relato do antigo morador, nessa condição lemos a perspectiva dentro de uma perspectiva. Nesse relato temos toda a história da casa em ruínas a beira do abismo desconhecido e assim o surreal e inimaginável começa a arredar as voltas dessa casa.
Assim a história prossegue com eventos que não se veria numa narrativa normal, o horror cósmico cerca essa casa, o espaço e o tempo deixam as regras naturais de lado para imergir em um mundo completamente não-natural. Nisso o Horror Cósmico vai além dos outros gêneros pois Hodgson tem uma visão do que seria afugentar as barreiras do mundo comum de modo diferente de outros escritores do gênero, a sua caneta leva as coisas ao surreal, ela extrapola, não é alienígena no sentido de Lovecraft e não é parte da Natureza como Algernon Blackwood ou outros. Ele caminha por vales excessivos do que surpreende em sua repugnância no capítulo das Coisas Suínas que pretendem avançar na residência e extrapola mais ainda na sua visão macroscópica da história do universo... Logo, todo escritor de horror cósmico vai ver a seu jeito como entrar em contato com esferas estranhas fora das possibilidades humanas.
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Karla Lima @seguelendo 20/12/2021

Duas histórias interessantes em um mesmo livro. Duas novelas que geraram em mim sentimentos contraditórios que me deixaram no limiar entre gostar e não gostar do que estava lendo e que me fizeram refletir que é possível gostar e não gostar de uma leitura ao mesmo tempo.

As duas obras que constam no livro me causaram a mesma sensação, mesmo com histórias completamente diferentes: eu simplemente não conseguia me concentrar lendo e isso é muito raro, pois até mesmo em um ônibus lotado eu consigo focar em uma leitura.

Aqui foi esquisito, o que me leva a crer que o que me fez ter esse tipo de reação foi a narrativa, mas até agora eu não sei explicar o porquê. Já li livros muito mais difíceis, com narrativas truncadas e textos pesados. Não foi nenhuma dessas dificuldades que eu encontrei. O texto é direto, sem floreios, narrados em primeira pessoa. Mas eu simplesmente não conseguia me concentrar e curtir a história.

Um dia pretendo reler e tentar entender o que aconteceu.

As histórias não são ruins, muito pelo contrário: são dois enredos interessantes e que normalmente me prenderiam facilmente à leitura. Personagens intrigantes, acontecimentos arrepiantes, digno de uma boa história de horror cósmico.

Recomendo? Sim! As duas histórias do livro são realmente boas e, como expliquei, até agora não consegui identificar os motivos para meus pensamentos dispersarem tantas vezes.
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