A Ilha das Almas Selvagens

A Ilha das Almas Selvagens H. G. Wells




Resenhas -


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Fabio Di Pietro 10/06/2024

Clássico
Esse é um clássico de FC, com umas boas doses de horror. Aqui vemos elementos que viriam a ser explorados, reinventado, copiados... ou seja, inspiração para toda uma gama de escritores e histórias. Temos o elemento do cientista maluco, do náufrago em uma ilha cheia de mistérios, do insólito... mais um livro que nos ensina que não há motivos para temer qualquer demônio, dado que o homem tende sempre a superá-lo.
A leitura é fluida, com uma boa dose de suspense, deixando o leitor querendo saber o que está acontecendo e até onde vai aquela história.
Por ser inovadora na época, hoje a história pode estar mais datada e previsível, mas é um clássico necessário para aqueles amantes de FC e horror.
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Rafael 25/04/2021

Clássico
História muito boa, recomendo a leitura as pessoas que estão mais habitadas com história antigas.
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Gárgula 03/02/2021

A Ilha das Almas Selvagens, de H G Wells
O maravilhoso resgate da Editora Bandeirola
Acabo de terminar a leitura de A Ilha das Almas Selvagens, de H G Wells, publicação da Editora Bandeirola, com tradução de Monteiro Lobato. Algumas histórias não são chamadas de clássico à toa. Esta obra é, sem dúvida, uma dessas.

O leitor não tem uma simples uma leitura com o trabalho da Editora Bandeirola. É sem dúvida uma experiência única. Só para exemplificar, o formato do livro é o mesmo da época, nos proporcionando a mesma sensação que tiveram os antigos leitores.

Cada ponto neste livro é pensado para que tenhamos uma vivência ímpar. Parabéns à editora, pois vocês conseguiram.

Prefácio de Braulio Tavares
O prefácio deste livro é assinado por Braulio Tavares, que dá uma aula. Suas palavras ambientam o leitor tanto historicamente, por retratar uma época, quanto biograficamente, revelando quem é o próprio Wells. Um texto importante e escrito de forma clara, objetiva e gostosa de ler.

Chegamos na Ilha
Acompanhamos o relato de Edward Prendick, náufrago que tem a infelicidade de ser salvo e trazido a uma estranha e isolada ilha.

Grato por sua vida, ele se percebe em um local esquisito, cheio de pessoas estranhas que lhe dão não só medo, mas também um asco. Ali ele conhece o Dr. Moreau, um velho cientista banido da comunidade científica por práticas pouco ortodoxas.

Logo, Prendick é testemunha dos métodos violentos e sádicos do cientista. Deste ponto em diante uma narrativa crítica nos leva não apenas a pensamentos acerca dos limites éticos da ciência, como também da fragilidade daquilo que chamamos civilidade.

A despeito do trocadilho com a própria história, Wells é cirúrgico em suas colocações. Nos leva a um final grandioso e terrível. Impossível findar o livro sem estar absorvido em todas as suas colocações. Exatamente por isso é um clássico que se mantém atual, influente em tantos artistas do gênero.

Considerações finais
Várias adaptações desta obra foram feitas, mas indico demais a leitura deste livro. Em resumo, a discussão que ele levanta, principalmente em tempos tão obscuros e retrógrados que estamos vivendo, é e será sempre muito importante.

Acompanhem de perto o trabalho da Editora Bandeirola. Ela nos apresenta muito mais que apenas livros. Seu trabalho impecável já mostra que sua chegada foi sentida pelos seus pares, assim como pelos leitores.

Quem venham mais experiências como esta em seu catálogo. Seguimos atentos.

Boa leitura!

Resenha publicada no blog Canto do Gárgula.

site: https://cantodogargula.com.br/2020/11/03/a-ilha-das-almas-selvagens-de-h-g-wells/
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Mateus 09/01/2021

Aquele clássico para ler em um dia
“A Ilha das Almas Selvagens”, de H. G. Wells, integra a lista de livros clássicos curtos e, à primeira vista, bastante simples, composta por várias obras como “Frankenstein”, de Mary Shelley, e “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson. Mas assim como esses dois exemplos – essenciais em qualquer biblioteca –, Wells tem muito a apresentar ao leitor.

O livro traz as aventuras de Edward Prendick, que após sobreviver a um naufrágio, vai parar em uma ilha isolada, onde conhece o enigmático Dr. Moreau e seu ajudante, Montgomery. Ao fazer cirurgias em animais das mais variadas espécies, Dr. Moreau é capaz de transformá-los em seres parecidos com humanos, apesar de tenderem mais à bestialidade. Essas criaturas, meio humanas, meio animais, são criadas às dezenas por Dr. Moreau e passam a viver na ilha, representando um grande perigo para Prendick.

A narrativa criada por Wells, assim como sua escrita, podem até não surpreender muito à primeira vista, mas é inegável sua contribuição à literatura. Afinal, “A Ilha das Almas Selvagens” é considerado por muitos como um dos primeiros romances de ficção científica, e isso em uma época em que o termo nem havia sido criado.

É importante destacar que, ao falar em ficção científica, não me refiro a histórias que se passam no espaço e repletas de naves e alienígenas, como é geralmente associada hoje em dia. Na verdade, o gênero em si vai muito além, trazendo narrativas que mesclam o futuro, a ciência e a tecnologia – exatamente o que temos aqui.

Na obra, vemos um homem brincando de Deus e criando novos seres à revelia, a partir de um processo real conhecido como “vivissecção”, mas que aqui é tratado de forma totalmente imaginativa. Em sua busca por criar um humano-animal perfeito, Dr. Moreau não se importa em causar uma enorme dor física a seus experimentos e nem tampouco provocar a maior dor vivenciada dia a dia pelos seres humanos: a dor da existência (que, dependendo do ponto de vista, pode ser considerada maior do que a dor física).

Em pleno 2021, “A Ilha das Almas Selvagens” não vai surpreender muito o leitor se ele considerá-lo apenas como uma obra normal entre tantas outras. Isso porque, como você deve ter percebido, essa mesma história e esses mesmos questionamentos já foram abordados em centenas de outras obras. Por isso, é importante ter a importância histórica do livro em mente durante a leitura e lembrar que, sem H. G. Wells, esse tipo de narrativa poderia jamais existir.

Para quem tem dúvidas quanto ao título do livro, a tradução literal do inglês seria “A Ilha do Dr. Moreau”. No entanto, quando ele foi lançado no Brasil, em 1935 (com tradução de Monteiro Lobato), acabou ganhando o mesmo título da adaptação cinematográfica, “A Ilha das Almas Selvagens”, lançado em 1932.

Em relação à edição do livro que tenho em mãos, é bonita e foi muito bem feita pela editora Bandeirola, tendo sido utilizado o mesmo texto traduzido por Monteiro Lobato. Entendo o saudosismo da editora por utilizar o mesmo texto da década de 1930 (não é à toa que a obra faz parte da coleção “Clássicos Vintage”), mas é uma pena não terem feito uma nova tradução, já que o texto peca em alguns aspectos típicos da época em que foi lançado originalmente (como na construção de frases e, especialmente, nos diálogos).
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Henrique 03/01/2021

Leitura de construção
A leitura dos clássicos da Ficção Científica é fundamental na construção do leitor desse gênero literário tão difundido em tempos atuais. No caso dessa obra de H. G. Wells, o leitor é apresentado a um dos primeiros e mais famosos estereótipos do cientista louco: o Doutor Moureau. A narrativa simples da obra facilita a reflexão sobre questões éticas e morais dentro de um cenário que desenvolve o já famoso conflito "Homem x Natureza".
Uma nova tradução tornaria a leitura mais interessante para o público contemporâneo haja visto que a tradução desta edição, feita por Monteiro Lobato, data da primeira metade do século XX e precisa ser atualizada.
Sebo Por Todo C 08/01/2021minha estante
Na verdade, pelo que entendi, é proposta da série CLASSICOS VINTAGE da qual este título faz parte, reeditar clássicos há tempos esgotados, mantendo as características históricas da edição, como o tradutor, um certo ar vintage com as modernidades visuais para o leitor moderno. As notas de rodapé, a meu ver, contextualizam os termos e as situações. São poucas, mas bem situadas. É uma edição para quem quer mais do que a história que o autor relata, quer um livro carregado de histórias. O prefácio do Braulio Tavares nesta edição do Clássicos Vintage dá um show também.




Editora Bandeirola 22/12/2020

H. G. WELLS - ENTRE A AVENTURA E A FICÇÃO CIENTÍFICA
A ILHA DAS ALMAS SELVAGENS apresenta a aventura de Edward Prendick, náufrago que vai parar em uma ilha isolada, onde
estranhos experimentos são realizados pelo Doutor Moreau.

O livro pertence a um ramo dos mais ricos da literatura fantástica ou de aventuras, afirma Braulio Tavares no prefácio desta edição;
Prendick não era um aventureiro profissional preparado para enfrentar perigos, mas um homem comum (como o próprio leitor).

Mais de 120 anos depois de sua publicação, A ILHA DAS ALMAS SELVAGENS permanece atual, principalmente pela reflexão que traz,
justificando a reedição deste clássico sombrio e perturbador. Além de discutir o papel da ética na Ciência, a obra se comunica com questões atuais como a exploração de populações específicas, o preconceito em relação a grupos sociais e a manipulação de indivíduos por meio do discurso científico.

A primeira edição foi lançada no Brasil em 1935, e contou com a tradução de Monteiro Lobato para o já clássico The island of Doctor
Moreau, período próximo à versão cinematográfica de A ILHA DAS ALMAS SELVAGENS (1932) de quem a edição brasileira incorporou o nome.

site: https://www.bandeirola.com.br/produtos/a-ilha-das-almas-selvagens/
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Paulo 22/10/2020

Este é um dos romances menos badalados de H.G. Wells, apesar de sempre ser colocado ao lado de preciosidades com A Máquina do Tempo, O Homem Invisível, a Guerra dos Mundos. Apesar de ser uma história relativamente curta comparada a outras, ela chama a atenção de vários temas: ética científica, o debate civilização x barbárie, o colonialismo selvagem, o que é um ser humano... São tantas ideias que daria para fazer um debate extenso sobre o livro. Infelizmente ele não caiu tanto assim nas graças do público além de não ter tido nenhuma boa adaptação para o cinema. Uma narrativa interessante, dinâmica e que, na edição da Bandeirola, conta com um ótimo prefácio escrito pelo Bráulio Tavares que enriquece bastante nossa leitura da narrativa.

Charles Prendick é resgatado por um navio após passar por uma situação de naufrágio. Ele é levado pela tripulação e acaba fazendo amizade com Montgomery, que pagou para colocar sua carga de animais no navio, causando bastante transtorno por lá. Depois de algumas divergências com o capitão do navio, um bebum inveterado, Prendick acaba sendo obrigado a descer junto de Montgomery em uma ilha afastada do continente. Isso para consternação do cuidador de animais que não esperava ter que contar com um visitante. Prendick é então colocado em um quarto onde ele poderia permanecer até a chegada de outro navio na costa, mas ele desconfia de alguma coisa quando seu anfitrião tranca o quarto por fora. Ao sair para explorar a ilha, ele acaba encontrando alguns estranhos vultos que vivem em uma floresta próxima. Mais para a frente, Prendick vai ter contato com o chefe de Montgomery, o exótico doutor Moreau.

A narrativa é contada em primeira pessoa pela visão do Prendick. Aliás, muito cuidado na leitura porque o narrador é extremamente não confiável. Ele descreve para nós aquilo que ele está vendo, ou seja, alguns fatos são deixados em segundo plano a serem interpretados pelo leitor. O livro foi publicado inicialmente no formato de folhetins, com cada capítulo saindo uma semana no jornal. Mais tarde é que foi compilado no formato de livro. Por isso os capítulos são rápidos e dinâmicos. Dá para ler o livro rapidamente, a tradução está fantástica. Recomendo muito ler o prefácio do Bráulio Tavares, que nos fala sobre o próprio Moreau e sua identidade como uma mente livre. Ele traça paralelos entre Moreau e até Thomas More. É um belo material a se refletir acerca da importância do romance para a formação do próprio gênero da ficção científica.

Essa é uma daquelas histórias que precisa compreender além do que é dito na história. Por exemplo, a gente tem uma forte discussão sobre darwinismo social, algo que começava a entrar nas discussões de intelectuais do período. Através das formulações de Charles Darwin sobre a origem e a evolução das espécies, criou-se uma outra vertente que visava pensar a evolução das etnias partindo de um princípio de mais evoluído para menos evoluído. Era mais uma maneira de justificar o preconceito. Isso entrou nas pesquisas de inúmeros sociólogos do período. Em A Ilha das Almas Selvagens vemos uma crítica de Wells a essas formulações e ao mesmo tempo uma citação. Os homens-animais vivendo na ilha tinham formado um tipo de sociedade primitiva que possuía suas leis. Mas, pouco a pouco, vemos essas leis não conseguindo sustentar a sociedade que regride até um estado de selvageria quando tudo vai pelo ar na ilha. Até se formos parar para pensar é um reforço nas formulações de Thomas Hobbes, em A Utopia, quando ele diz que sem a presença das instituições as sociedades voltariam a seu estado de natureza. Se for isso o que Wells depreendeu de estado de natureza, é algo realmente horripilante. Mas, voltando à questão do darwinismo social, mais tarde Prendick vai ter dificuldades até para poder voltar a se relacionar em sociedade porque ele já não saberia diferenciar as pessoas com quem ele convive com os homens-animais.

Uma outra interpretação possível tem a ver com o neocolonialismo europeu que se estendia já há algumas décadas quando o livro fora publicado. Durante a Conferência de Berlim, o continente africano e parte do asiático foram divididos entre as nações europeias que passaram a ter o monopólio de sua exploração. A partir de então inicia-se um processo civilizatório que vai destruir uma série de culturas antigas em prol de um ímpeto de levar o desenvolvimento a culturas entendidas como bárbaras. É possível entender A Ilha das Almas Selvagens como uma metáfora disso. Do ataque do homem branco às culturas antigas, impondo a sua visão do que deveria ser a perfeição e um contra-ataque dessas culturas a essa invasão. Prendick funcionaria como o europeu arrependido ao perceber a riqueza daquilo que estava sendo construído ali, longe da influência de Moreau. A percepção de Prendick fica embaçada no final da história porque ele já não sabe diferenciar o que é civilização do que é barbárie.

Confesso que a primeira vez que eu li A Ilha das Almas Selvagens eu não gostei. Tinha lido em uma edição mais antiga, da Francisco Alves, e a história não tinha descido na época. Dessa vez li na edição da Bandeirola e a leitura fluiu muito bem. Mas, estou tendo dificuldades com a leitura de A Guerra dos Mundos e penso se não é o fato de Wells ser mais palatável em uma segunda leitura do que em uma primeira. Os personagens são bem básicos e representam estereótipos: Prendick representa o leitor, uma pessoa normal que não conhece onde está e descreve aquilo que está sentindo e vivenciando; Montgomery é uma espécie de capataz/criador de animais e que acaba se abalando à medida em que a loucura na ilha vai se expandindo; Moreau é o típico cientista louco que não mede as consequências para atingir uma revolução científica. Não há muita evolução nos personagens sendo que na primeira metade, o autor brinca com a tensão ao colocar o estranhamento na pele de Prendick enquanto que a segunda parte é uma grande narrativa de fuga.

A Ilha das Almas Selvagens é uma história que precisa ser lida principalmente no que diz respeito à ética na ciência. Não se trata de um espaço cinza na capacidade de fazer incríveis descobertas à custa da moralidade. O que Moreau faz na ilha é inominável. Mesmo em se tratando de animais... são seres vivos assim como nós. A justificativa da descoberta do tratamento do câncer e diversas cirurgias mais agressivas foram usadas para o Holocausto e as câmaras de gás. A ciência precisa seguir determinados procedimentos éticos, caso contrário acabamos perdendo o que temos de humanidade e retraindo para hábitos selvagens, se pudermos usar o trocadilho empregado por Wells. Responsabilidade acima de tudo. Sei que muitos entendem isso como uma barreira para descobertas mais radicais, mas não podemos empregar o "os fins justificam os meios". Pessoas malignas usaram isso no passado.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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