Only_erica 01/06/2024
Seremos corajosos o bastante para libertar a nós mesmos?
Comprei esse livro na book friday pelo preço e nem sabia que era uma biografia, mas esse livro entrou no pódio de melhores livros de 2024.
Aqui vemos Glennon, uma mulher, mãe, ativista e gay, discorrendo toda a sua história até chegar no seu atual presente. Mas também podemos ver uma mulher enjaulada por jaulas construídas à base de cultura, religiosidade e política sendo liberta e aprendendo mais sobre o seu próprio Saber.
Ela conta muito sobre a sociedade e como somos (principalmente as mulheres) domesticadas para não questionar aqueles que estão no topo de uma hierarquia não verbalizada, além de destruímos umas as outras e nós mesmas, nos impedindo de crescer mentalmente, fechando os olhos e fingindo que "está tudo bem, sempre foi assim".
Desde que mundo é mundo, mulheres sempre foram ensinadas que existem sentimentos bons e ruins, aqueles que não devem ser sentidos nunca como raiva, tristeza, insatisfação, nos afastando da nossa humanidade e nos mantendo entorpecidos em relação a tudo que está acontecendo ao nosso redor e dentro de nós. Desde que o mundo é mundo, nossa imaginação nos foi limitada, tendo um padrão pré-estabelecido por aqueles que vieram muito antes de nós, e mesmo assim, nosso subconsciente sabe que nós temos uma imaginação muito mais vasta. É aquela voz que você ouve depois de uma jornada de trabalho extensa e está voltando do trabalho, sabendo que o salário que você ganha não é o suficiente para você.
Glennon também conta muito sobre a família dela, de como é difícil ter que abandonar a si mesma em prol do seu casamento e dos seus filhos. Conta como é necessário quebrar um padrão de família para ser construído outro padrão, para que cada membro seja acolhido e livre ao mesmo tempo.
Por ser mãe, a autora critica muito as diretrizes da maternidade e de como os pais criam seus filhos. Meninas criadas para serem espectadoras, mães, amigas, submissas, nunca reconhecendo o próprio mérito. E meninos criados para serem brutos, insensíveis, rígidos e obcecados em sexo irreal. Todos esses tipos de criação são jaulas para o nosso eu selvagem e completamente humano.
Indomável é um livro que aborda vários temas, como racismo, homofobia, padrões sociais, amor, coragem, religião e principalmente o machismo, de forma impecável e pode ser facilmente lido como um pão diário por conta dos seus pequenos capítulos. Eu amei a experiência de leitura, cada palavra da Glennon me impactou muito, e são essas palavras que eu quero levar daqui em diante, para mim e para os meus.