Jéssika 11/01/2023
Resenha
Enquanto eu lia este livro, a cada duas horas uma mulher era assassinada e a cada 15 minutos, uma estava sendo estuprada. E assim continua, enquanto vc está aqui lendo esta resenha.
Triste né?
Nesse livro de não ficção, a autora historiadora, a qual tivemos o prazer de ouvir no debate no nosso clube do livro @colherdechábooks, procura mostrar que a mulher, apesar de vítima, nunca foi ?coitadinha?.
Nós sempre nos reinventamos, fomos corajosas, fortes, lutamos para ter voz, por direitos básicos, por ter prazer no sexo, contra a escravidão, pelo direito de ter um CPF próprio e votar, contra a exploração, repressão, escravidão. Criamos filhos sozinhas. Arrumamos trabalho, sem que a sociedade nos permitisse trabalhar, para sustentar nossos filhos. E algumas vezes, até enriquecemos. Vivemos no cangaço, portando armas. Lutamos para ser atrizes, cantoras, dançarinas, apesar do tratamento dado pela sociedade à essas profissões antigamente. Lutamos contra as doenças venéreas adquiridas na prostituição e dentro da nossa própria casa, trazidas por nossos companheiros?.
Independentemente de raça ou classe social, a autora mostra como a mulher esteve presente e foi protagonista em todos os eventos que transformaram o país e que colaboraram para que todos superassem a colonização, a escravidão, a ditadura e os demais desafios impostos ao povo brasileiro.
Leitura obrigatória para todas as mulheres. Ainda há muito a lutar e vencer contra o machismo, presente até mesmo entre as próprias mulheres, e contra essa violência ridícula que nos assola, porque alguns ainda querem nos tratar como mera ?propriedade?.