Todas as cartas

Todas as cartas Clarice Lispector




Resenhas - TODAS AS CARTAS


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Eduarda1097 16/05/2024

As cartas
Eu entrei agora nesse mundo da Clarice, não entendo muito ainda, mas sei que senti muito quando li essas cartas, me senti naquele filme "Helena", que inclusive é muito bonito, eu gosto desses livros brasileiros, eles são meu conforto, e esse foi mais um conforto para mim.
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Craotchky 12/05/2024

...a aproximação se faz gradualmente...
Ao longo dos últimos meses tive o privilégio de adentrar na intimidade da escritora que mais me instiga e provoca. Todas as cartas de Clarice foi o livro, considerando volume único, que mais tempo demorei a concluir até hoje. Foram mais de quatro meses penetrando na intimidade da autora. Ao longo da leitura, senti que fui estreitando meus laços com Clarice ao conviver com ela. Durante esse tempo, tive a felicidade de compartilhar vários trechos valiosos através dos 27 históricos salvos. Porém, há elementos que me chamaram atenção dos quais não falei. Neste texto pretendo comentá-los.

Mesmo que não seja no exato sentido que a autora inglesa falava, de alguma maneira Clarice teve, ao menos durante uma década e meia de casamento, um teto todo seu. Ao longo de praticamente todo o matrimônio, Clarice parece contar, para não dizer sentir a necessidade, de uma empregada doméstica. Em determinados espaços curtos de tempo, quando por algum motivo ela fica sem empregada, Clarice se mostra muito angustiada e com enorme pressa para ocupar o lugar vago. O que quero dizer é que fiquei com a forte impressão de que Clarice era um tanto quanto dependente de empregadas, inclusive uma dedicada aos seus filhos.

É notável o quanto Clarice adora o Brasil. Impressiona o número de vezes em que ela manifesta, ou um desejo expressivo de voltar para o nosso país, ou a intensa ojeriza geral que os países nos quais ela viveu lhe causam. Não poucas vezes todo esse período que morou no exterior (mais de 15 anos) é definido por ela mesma como um exílio. Curiosamente, não fosse esse enorme tempo fora do país, talvez esse volume fosse bem menor, uma vez que, aproximadamente, Todas as cartas tem 61 missivas escritas no brasil contra 225 escritas no exterior.

Chega a dar um pouco de pena o quanto Clarice diversas vezes implora por cartas em resposta às suas, sobretudo para as irmãs; ela chega a se desculpar por pedir repetidamente. É clara e manifesta a carência de contato humano que ela sente principalmente enquanto vive no exterior. Outra maneira através da qual ela manifesta essa carência afetiva de contato com as pessoas que deixou no Brasil é a intensa felicidade quando finalmente recebe cartas. Em 19 de março de 1945 ela escreve para a irmã Elisa: "Não há no mundo coisa melhor do que carta."

Interessante observar que, de volta ao Brasil, conforme o telefone foi se tornando mais comum e disseminado, o número das correspondências de Clarice foi diminuindo. Torna-se evidente que Clarice vai aos poucos adotando o telefone como outra maneira de comunicação (inclusive, em mais de uma carta ela diz seu número. Sim! Eu tenho o número de telefone particular de Clarice! hehehehhe) A diferença quantitativa de cartas das décadas de 40 e 50 é várias vezes superior à de cartas das décadas de 60 e 70. Em compensação, nestas duas últimas décadas, o número de crônicas da autora aumenta exponencialmente.

Por último quero aqui transmitir o importante esclarecimento que o posfácio da edição traz: O título "Todas as cartas" não deve ser levado ao pé da letra. Esse título nomeia o volume para se inserir no projeto editorial que inclui os livros "Todos os contos" e "Todas as crônicas". O posfácio deixa claro que, cartas foram omitidas do volume:
ora porque o comitê editorial entendeu que eram pouco representativas e portanto dispensáveis;
ora porque traziam conteúdos de juízo pessoal a respeito de pessoas da família;
ora porque muitas cartas de Clarice ainda não foram descobertas. E por conta disso, o posfácio encerra prevendo que haverão reedições que incorporarão possíveis cartas que se revelarão no futuro.
Ellen Seokjin 12/05/2024minha estante
Lindo, Filipe! Clarice é uma autora que me deixa tímida, do inglês "shy me", e pelo menos na minha cabeça isso não é o mesmo que "intimidar". Acho que por isso li poucos livros dela, sla.

ps: Você ligou pro número de telefone??


Regis 12/05/2024minha estante
Espero um dia chegar a esse livro de cartas, após ter lido ao menos parte dos outros livros da autora. Parabéns pela resenha, está perfeita! ???


Craotchky 12/05/2024minha estante
Ellenska, você pode ler mesmo tímida. É você e ela apenas, e garanto que a Clarice não vai te julgar!
Deixando as brincadeiras de lado, espero que você leia outros da autora. Você tem uma sensibilidade capaz de se aproximar e extrair muito dela.
E não, não arrisquei a ligar não. Fiquei com medo de ela me atender... heheheheheh Arrisque-se se quiser: 237-6792. Localidade Rio de Janeiro. (Em carta datada de 25 de maio de 1974)


Eduardo2001 12/05/2024minha estante
Caraca! Ótima resenha, me inspirou a querer ler


Craotchky 12/05/2024minha estante
Obrigado, Gizz, minha preciosa. Você tem tudo para chegar nesse dia. Já ansioso por suas próximas leituras de Clarice. Oxalá não demore!


Craotchky 12/05/2024minha estante
Eduardo, meu caro, muito obrigado pelas palavras bondosas. Nem é bem uma resenha, apenas senti vontade de comentar e compartilhar coisas que não havia dito durante os históricos. Agradeço muito seu comentário e sua atenção em ler.


Ana Sá 12/05/2024minha estante
A resenha do livro que me senti lendo junto com você!! rs

Interessante essa informação do posfácio (essa parte da família dá muita curiosidade rs)... Já estou no aguardo do volume 2 do livro que nem li!! haha


Craotchky 12/05/2024minha estante
Aninhinha, você sabe o quanto gostei de saber que você se sentiu dessa maneira. Ao saber, de certa forma, me senti dividindo a leitura com você e com os demais que acompanharam. Muito obrigado por acompanhar, minha querida.
(Confesso, porém, que não entendi bem a qual livro você refere como volume 2...)


Ana Sá 12/05/2024minha estante
Eu que agradeço, Filipe! :)

Brinquei com "Volume 2" por causa das possibilidades de reedição citadas no posfácio rs... Sonhei alto com um novo livro, sendo que ainda nem dei conta do primeiro!

Mas sim sim... A obra tem "todas" no título, seria muito estranho um "todas as cartas 2" haha


Craotchky 12/05/2024minha estante
Ah, é isso então, Aninhinha! Fiquei pensando que podia ser o Todas as crônicas que eu havia mencionado em outra oportunidade. E você tem razão, afinal o próprio posfácio supõe que haverão outras reedições.


graazifarias 13/05/2024minha estante
Que relação mais linda essa sua com Clarice!!


Craotchky 13/05/2024minha estante
Obrigado, Grizy meu bem. Sempre tento conhecer ela cada vez mais e melhor, e assim nos aproximação gradualmente. Logo, logo será a vez de Um sopro de vida e Todas as crônicas. Consigo já vê-los no meu horizonte...hehe


Nath 13/05/2024minha estante
? NOSSAAAAA!! AMEEEEEIIIIII!!! ?
Eu vou ligar AGORA JÁ para esse número de telefone da Clarice! COMO ASSIM vc NÃO ligou? E ainda ficou com MEDO dela atender? ?????

Pois EU vou ligar SIM para esse número de telefone e ainda vou ligar com o meu tabuleiro OUIJA aberto debaixo do telefone clamando com meu poderes de bruxas pelo espírito da Clarice atender o meu telefonema ????????
Vou passar horas conversando com a QUEEN no telefone e vou escrever um livro sobre ??
Hihihi E eu nem tô brincando ein! Pior que eu faria isso mesmo! rs Quero de verdade que ela me atenda o telefone hihihi ?

Sobre essa parte das empregadas que ela tinha, sim, eu já havia percebido essa dependência da Clarice por pessoas/funcionários que a ajudam nos trabalhos de casa e com os filhos e até na organização dos milhares de papéis soltos os quais ela escrevia seus próprios livros!! Não a toa a Clarice "pegou" a Olga Borelli no final da vida e fez da Olga sua secretária particular para ajudar a montar os fragmentos de papéis escritos pela Clarice em livros! SIM! Para quem não leu a bio da Clarice, é confirmado oficialmente que a Clarice tinha um modo único particular de escrever os livros, ela escrevia em diversos papéis pequenos esparsos o texto em fragmentos a medida que a inspiração vinha em qualquer lugar que ela estivesse e no final a Clarice tinha um "balde" cheio de papeizinhos escritos e ela tinha que juntar todos esses papéis e datilografar um livro disso. A Clarice obviamente não tinha essa paciência burocrática de juntar os papéis no final e com frequência pedia ajuda até de estranhos para ajuda-lá a montar os papéis em livro como um quebra cabeça literalmente. Foi assim que a Olga Borelli foi convocada pela Clarice para ajudá-la com esse trabalho final de juntar os papéis e transformar em livro. Aliás, o livro Um Sopro de Vida, só foi lançado postumamente porque a Olga Borelli, após a morte da Clarice, juntou esses papéis avulsos que a Clarice tinha deixado antes de morrer e a própria Olga além de juntar os papéis datilografou tudo para o livro ser lançado. Se não fosse o trabalho de secretária da Olga para a Clarice, nós leitores não teríamos esse livro da Clarice hoje publicado!

Agora me pergunta se um HOMEM tinha esse tipo de problema nos anos 40/59/69/70/80/90?
CLARO QUE NÃO TINHA NÉ! Porque o homem (escritor) tinha uma mulher esposa para cuidar da casa e dos filhos enquanto ele ficava livre para trabalhar e escrever e estudar no que quisesse!
Por isso, muito bem lembrado você ter inserido o título do livro da Virgínia Woolf, Um Teto Todo Seu, quando citou as "empregadas" da Clarice, Petulante!
Seria IMPOSSÍVEL para a Clarice SER a Clarice se não fosse a rede de apoio que ela criou para si.


Fabio.Nunes 13/05/2024minha estante
Essa mulher é meu crush! Excelente resenha meu amigo. É interessante pois ajuda as pessoas a saberem sobre um livro menos badalado.


Craotchky 13/05/2024minha estante
Olha, Nathyta minha querida, de fato lembro bem que acontecia isso de ela anotar ideias, frases que lhe vinham e etc. em papéis avulsos. Lembro que ela chegou a falar com a empregada que se esta visse algum papel pela casa, que não jogasse fora, nem sequer pegasse, mas que deixasse exatamente onde achou. Porém, penso que você poderia ter tido o cuidado de limitar essa questão dessas anotações a algo cincunstancial.
Da forma que você fala, parece que esse "método" fosse o preponderante na atividade dela como escritora. Até onde sei, isso de anotar em papéis avulsos era algo esporádico, que até fazia parte da confecção das obras, mas longe de ser a maneira principal dela de compor seus livros. Ela anotava para não esquecer de coisas que lhe vinham de vez em quando. No entanto isso estava longe de ser a fonte principal dos livros da Esfinge.
(Salvo, talvez, Um sopro de vida que, como um livro póstumo, dependeu de uma organização posterior, claro.)

Na página 81 desta edição de Todas as cartas, temos inclusive essa passagem de um depoimento de Clarice:
"A maça no escuro escrevi-a sentada no sofá da sala, com a máquina no colo[...]"


Craotchky 13/05/2024minha estante
Muito obrigado, Fábio!
Ah, e se eu usasse esse termo, acho que também diria que Clarice é minha crush, hahahaahaha
Não fosse ela, aliás, acho que Nemo nem existiria.


Yasmin V. 13/05/2024minha estante
Amei acompanhar seus históricos sobre esse livro!!


Craotchky 13/05/2024minha estante
Obrigado, Jasmine minha flor, pela companhia indireta ao longo dessa jornada. E já lhe deixo convidada a me acompanhar também quando eu pegar o Todas as crônicas!


Nath 14/05/2024minha estante
Olha, meu querido Petulantito, não é bem assim não. Não foi somente o livro póstumo Um Sopro de Vida, que a Clarice escreveu todo assim nesse método dos papeizinhos e depois juntou tudo e fez o livro. Não! A Clarice antes de morrer também escreveu A Hora da Estrela TODO assim nos papeizinhos e depois, enquanto a Clarice ainda estava viva!, foi a Olga Borelli que juntou tudo e ajudou a Clarice a datilografar os papéis para o livro ficar pronto. A Hora da Estrela também foi todo escrito assim! No livro que estou lendo o Clarice na memória dos outros, tem um relato da Ana Maria Machado uma jornalista e escritora famosa,!que na época, foi "convocada" pessoalmente pela Clarice para ajudá-la a juntar os papeizinhos pouco antes da publicação do livro a Hora da Estrela. E a Ana Maria nem conhecia a Clarice pessoalmente na época, mas a clarice chamou ela mesma sem conhecê-la e implorou a ela para ajudá-la a montar o quebra a cabeça dos papéis que se tornaria o livro. Mas a Ana Maria não aceitou o pedido da Clarice e foi aí que a Clarice "achou" a Olga Borelli e a Olga a ajudou na montagem do a Hora da Estrela! Claro que não foi em todos os livros que a Clarice usou esse método de escrita,mas percebe-se que esse método dos papeizinhos foi um método continuo que ela usou na fase final da vida dela pois a deixava mais livre para criar.


J. Silva 14/05/2024minha estante
Que resenha formidável. Parabéns, meu caro!


Craotchky 14/05/2024minha estante
Obrigado por arejar minha memória, Nathyta meu bem.
De fato, essas anotações avulsas foram mais substanciais nos processos de composição da Clarice do que eu me lembrava, sobretudo, como você disse com razão, em A hora da estrela e Um sopro de vida, nos quais foi fundamental. Tudo isso é muito legal, pois fazer pequenas anotações foi um modo extremamente essencial para mim na composição de Nemo.
Claro, não sei quantificar o quanto esse "método" foi participativo na obra geral da Clarice como um todo, considerando não só os romances, mas também as crônicas e contos. Sabe-se que ela sentava e escrevia, como ela própria deixa claro no trecho que citei no outro comentário, ainda que fosse interrompida com frequência pelas demandas da casa.
Resumindo: essas anotações eram mais importantes do que eu imaginava, e foram fundamentais mesmo para os dois livros mencionados acima, e devem ter participado em menor grau de outros livros, mas é difícil dizer se foi um modo relevante na obra em geral, né.


Craotchky 14/05/2024minha estante
Obrigado pela leitura e comentário gentil, Jota! (A própria palavra formidável é formidável, né hehehehe)


Mano Beto 14/05/2024minha estante
Bom saber que você está ao escrever isso. Com certeza irei embarcar nas cartas, mas antes tenho outros trajetos para serem feitos. Adorei a resenha, pra variar. Um grande abraço para ti meu caro.


Nath 14/05/2024minha estante
De nada, petulantito meu bem??Estou aqui sempre para arejar a sua cabecinha quando necessário! Rum! ??
Acredito que esse método dos papeizinhos da Clarice foi um modo dela colocar para fora mais facilmente as suas inspirações imediatas para a composição do livro, no entanto, esse mesmo método à deixava "desnorteada" na hora de juntar todas as ideias/papeizinhos em livro em prosa, corrido no final. Por isso ela acabou tendo que pedir ajuda a outras pessoas que a ajudasse nessa montagem final das ideias em livro final.
E o mais interessante disso tudo, é que nos dias de HOJE a neta da Clarice trabalha com fotocolagem! A neta da Clarice recorta fragmentos de fotos de revistas e outros meios de comunicação, cola as partes e junta tudo em arte visual. Dando forma a outras imagens. De uma certa forma a neta da Clarice herdou esse método criativo de "fragmentos" da avó?
Aliás! Essa mesma neta da Clarice já fez uma fotocolagem autoral para a capa da coletânea de livros infantis da Clarice! Muito legal né! ?
Eu acho que você deveria ler esse livro que eu estou lendo agora o Clarice na Memória dos Outros, pois todas essas vertentes interessantes da Clarice estão no relato da memória dessas tantas pessoas que conviveram de perto com ela ?


Craotchky 14/05/2024minha estante
Obrigado, Mano, por sempre estar por aqui, acompanhando tudo de perto, como sei que fez ao longo dessa leitura. Fico feliz também em estar podendo acompanhar suas leituras de Clarice. Um abraço, meu caro.


Nath 14/05/2024minha estante
Gentee! Saca só que notícia triste para nós leitores q saiu na imprensa nacional. Fiquei com o coração partido ?

" Rio Grande do Sul: Depósito da editora L&PM alaga com 900 mil livros em Porto Alegre. A L&PM Editores, com sede em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, está inoperante devido às enchentes que tomaram a região nas últimas semanas. Cerca de 900 mil livros, entre os quais os títulos de sua conhecida coleção de bolso, estão armazenados no depósito que foi atingido pelas águas."

https://www.uol.com.br/splash/noticias/estadao-conteudo/2024/05/13/editora-lpm-deposito-com-900-mil-livros-esta-inundado-e-unico-acesso-e-de-barco-diz-fundador.htm


Yasmin V. 14/05/2024minha estante
Nath!!! Vi isso também! Muito triste tudo o que está acontecendo... ?


Nath 14/05/2024minha estante
Sim, Yasmin! Vi essa notícia tristíssima da l&pm só agora ? MDS! Quantos livros estragados para sempre na água ?


Craotchky 15/05/2024minha estante
Não sabia não. Muito triste mesmo. Quase 1 milhão?! Nossa!


Mano Beto 16/05/2024minha estante
Isso é devastador Nath


xzsatur.no 17/05/2024minha estante
Lendo esse livro me senti próxima da Clarice. Lindo, amei demais ler suas cartas.


Craotchky 17/05/2024minha estante
Oi, Saturniana! Também me senti assim: mais próximo e íntimo da autora. Demais, né!




Beatriz3345 17/03/2024

Obra preciosa
Para os admiradores da escritora, uma preciosidade que revela parte de traços de personalidade, valores e padrões de comportamento de Clarice. As cartas escritas para suas irmãs, repletas de sensibilidade, expõe o grande carinho, preocupação e afetuosidade que tinha por Elisa e Tânia. As cartas para o filho Paulo mostram o quanto ela se dedicava como figura maternal. Nas cartas, a relação com Gurgel é descrita parcialmente, indicando ter sido predominantemente saudável em seu início, meio e fim. As cartas para os amigos indicam como ela preocupava-se com o bem-estar de pessoas pela qual tinha apreço e como se mantinha presente, mesmo distante. Características peculiares e particulares, como seu modo de aceitar a solidão, também são reveladas em diversos trechos da obra.
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Vi 04/03/2024

Esse daqui me acompanhou por pouco mais de um ano e eu simplesmente não consegui processar ainda. uma parte de mim considera até absurdo poder ter acesso a tanta vulnerabilidade alheia assim.
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TacianeCS 25/01/2024

Devorei
Adoro livros cuja a narrativa é por cartas parece muito pessoal como se eu fosse o remetente rs enfim ótimo livro li rápido demais durante a leitura senti como se pudesse conhecer a Clarice de certa forma e gratificante ver as nuances de sua personalidade e como ela falava (escrevia) principalmente com aqueles que ela gostava e os quais a opinião ela respeitava
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Agueraa 04/01/2024

Clarice
Terminei?. Finalmente kkkkkkkk cada pagina significava mais sentimentos, sou amante da escrita de Clarice e aprecio cada vírgula.
Simplesmente perfeito o livro, além das cartas o livro apresenta um breve resumo ou relato (sobre quem, porque, onde) e quando clarice escreveu a carta oq as vezes acaba se tornando muito cansativo pq as explicações são muito longas.
Mas compensa ler e apreciar.
Te amo Clarice
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Eliane406 01/01/2024

Inspiração
??A narrativa epistolar é um dos gêneros literários que no caso de um compêndio de cartas pessoais se torna uma biografia mais íntima, com dados históricos importantes que podem desdobrar a obra de um autor. No caso das cartas de Clarice em ordem cronológica mostra momentos importantes da história vividos de perto por ela, inclusive a 2° Guerra Mundial em que pôde exercitar seu instinto solidário junto aos pracinhas brasileiros.
Ver o íntimo do escritor e a sua trajetória mostra como foi a criação de sua obra, desmonta as irrealidades criadas pela mídia. Clarice entendia que a literatura não é onde se colecionam prêmios e notas nos jornais. Literatura é território de aprendizagem e conhecimento.
Apesar de ter sido uma mulher inteligente e ter conseguido estudar, viveu em uma época patriarcal e obedecia as regras sociais desse jugo, tanto que não conseguiu viver do dinheiro de seus livros, não houve espaço editorial e ajuda para as mulheres escritoras brasileiras, isso só começou a mudar na década de 70.
O nascimento e o crescimento da literatura brasileira, do teatro, da música e de outros países expostos em cartas. Além de correspondências com escritores importantes da nossa literatura.

É uma edição primorosa, muito bem pesquisada e elaborada, com notas de rodapé que aguçam o conhecimento.

?"....Que contar a vocês, quando o que eu desejo é ouvir? A vida é igual a toda parte e o que é necessário é a gente ser a gente...."pág.99 trecho de Carta a Elisa Lispector e Tânia Kaufmann, Nápoles, 30 de setembro 1944.
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Dyllan.Johnny 30/12/2023

Clarice, um vendaval de inspirações
Não sou capaz de mencionar a quantidade de coisas boas que senti lendo a correspondência de Clarice. Me parece que somente depois dessa leitura posso dizer que sou minimamente alfabetizado na arte da empatia, se é que isso faz algum sentido. Tantos parágrafos me surpreenderam, eu poderia perder meses de vida lendo e relendo eles. A única coisa que me veio à cabeça ao terminar esse livro, foi a carta endereçada a Fernando Sabino, dizendo como Clarice gostaria que ele fosse mais poupado dos sofrimentos que sentiu em dado momento de sua vida. Pois então Clarice, eu gostaria que você tivesse sido mais poupada também.
Amanda Ayres 30/12/2023minha estante
UAU!!
Amo essa combinação de Clarice e Fernando!


pls.sam 18/02/2024minha estante
Uau, que resenha linda!




Gabriela 28/12/2023

Íntimo e revelador
Para os admiradores de Clarice Lispector e do gênero epistolar, esse volume com todas as cartas escritas por Clarice é um tesouro ímpar.

Acompanhamos a trajetória da escritora desde o início de sua vida adulta até seu último ano de vida, com uma frequência maior de cartas dentro do período em que ela viveu fora do Brasil. As cartas são divididas por décadas e ordenadas cronologicamente, com o local incluso, o que permite essa sensação de estarmos vendo acontecer a vida de Clarice.

Alguns de seus correspondentes mais frequentes são suas irmãs Tania e Elisa, Lucio Cardoso, Erico e Mafalda Verissimo Fernando Sabino. Mais para o final, temos acesso a cartas escritas a Paulo, o filho mais velho, e às grandes amigas Olga Borelli e Nélida Piñon.

Particularmente, as cartas de que mais gostei foram as endereçadas a Tania, Fernando Sabino, Paulo e Olga Borelli. São cartas em que vemos com muita nitidez a verdadeira Clarice, muito mais do que a escritora, a mulher Clarice Lispector. Podemos ver também como foram os processos de escrita de alguns de seus livros, bem como os trâmites das publicações, como no caso de A Maçã no Escuro.

Lindo, profundo, íntimo, com notas de um humor peculiar, condizente com Clarice. Tão rico quanto a obra literária.
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Léia Viana 10/12/2023

Clube de leitura - Lendo Clarice Lispector em ordem cronológica - Ju Gervason (A Melhor em Clarice)
"É preciso sempre desconfiar quando assumo esse sorridente ar infeliz."

Sou apaixonada por livros cujo tema são cartas, acho íntimo e muito interessante por ter fatos e o cotidiano da pessoa que as escreve, o momento que está vivendo - tanto a pessoa quanto o mundo; seus interesses, receios, alegrias, sentimentos, está tudo ali. Conhecemos, de uma maneira única, uma parte de quem as escreve e isso dá uma certa intimidade ao leitor.

"O que tem me perturbado intimamente é que as coisas do mundo chegaram para mim a um certo ponto em que eu tenho que saber como encará-las, quero dizer, a situação da Guerra, a situação das pessoas, essas tragédias. Sempre encarei com revolta. Mas ao mesmo tempo sinto necessidade de fazer alguma coisa, sinto que não tenho meios. Você diria que eu tenho, através do meu trabalho. Eu tenho pensado muito nisso e não vejo o caminho quer dizer, um caminho verdadeiro."

Com Clarice foi ainda mais empolgante, havia lido "Minhas Queridas", e sabia o quão carente Clarice era, mas esta coletânea de cartas mostrou uma Clarice insegura em relação aos seus escritos, preocupada com o desenvolvimento de seu trabalho, uma mãe afetuosa, uma irmã-mãe, uma esposa com seus conflitos e uma negociante de contratos dura na queda. Aqui Clarice é gente como a gente.

"Quando se trata de apaziguar os outros, transformo-me subitamente numa grande fonte de serenidade. E eu mesma bebo dessa fonte. Estou sendo literária? Juro, faço possível para mergulhar bem fundo dentro de mim e retirar belas coisas simples."

Foram tantas referências que peguei aqui, tantos escritores nacionais que nunca li e fiquei com muita vontade de ler, tantos filmes, lugares e até mesmo o silêncio entrelinhas de Clarice que me sufocou em alguns momentos e me levou a tantas reflexões.

"O mundo todo é ligeiramente chato, parece. O que importa na vida é estar junto de quem se gosta. Isso é a maior verdade do mundo."

O motivo pelo qual levei quase esse ano todo para terminar esse livro, foi por causa da leitura cronológica do Clube da Clarice Lispector, que usou as cartas como base junto com os livros lidos durante esse ano. Mas confesso que foi difícil parar a leitura e seguir com outras obras, queria ter seguido de tão bom de ler que foi essas cartas.

"Deus meu, se a gente não se guarda como nos roubam. Todo o mundo é inteligente, é bonito, é educado, dá esmolas e lê livros; mas porque não vão para um inferno qualquer? eu mesmo irei de bom grado se souber que o lugar da "humanidade sofredora" é no céu. Meu Deus, eu afinal não sou missionária. E detesto novidades, notícias e informações. Quero que todos sejam felizes e me deixem em paz.

Eu amei demais esse livro❤️

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sinara.barrosdelima 17/11/2023

Histórias tocantes, algumas bem difíceis de compreender, mas muito profundas. Não é uma obra fácil e rápido de ler.
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Pedro3906 10/09/2023

[A leitores do Skoob e Clarice Lispector]
Impulsivo que sou decidi desafiar-me a ler esta coisa toda aqui, submergir em Clarice e a intimidade sucinta de tuas cartas. Ainda cedo e primário na literatura da autora, vivi e vivo dualidade intensa das pequenas leituras de seus textos e embora considere-me um tolo metido a besta, suas palavras são certeiras cortando a massa cinzenta que me assusto, me imagino um pouco seu igualmente.

Clarice não se entrega aos modismos, não se transfigura por vergonha de si: aguenta-se com dignidade. Acompanhar as correspondências é de imenso prazer, notar o carinho pelas irmãs, a sensação de solidão, os constantes risos que caí devido excentricidade dos termos que usava, do aconchego aos olhos e ouvidos. Impressionei-me das questões psíquicas abordadas, hoje entende-se a grande perda provocada por não nos cuidarmos mentalmente desde primórdios, o abandono de si, e aqui, tanto em Maury como em Tânia e Pedro mesmo, nota-se cuidado de caso, tentativas (ainda que pessoas as quais essa possibilidade se concretizasse materialmente).

Peço perdão para ela. Cometi o desagrado de literalizar as pequenas coisas, firulas corriqueiras suas, e amolar dando-os causa de vida. É que para os inertes qualquer sopro assombra. Terminando senti vazio secular tal qual silenciasse também eu, fim dos relatos, fim de vida, fim de uma companhia extensa.

Querida, lerei teus textos outros. Desculpe-me andar depressa e descuidado, essa resenha não presta, afinal. Nem carta é porque não é assim que se escreve. Receba um abraço do seu

Pedro
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Clarissa126 28/07/2023

Por dia
Estou tentando ler uma carta por dia, mas a escrita dela é tão boa que quando me dou conta ja li umas 15, Clarice é genial, passaria horas lendo ou ouvindo essa mulher.
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Stefani 26/07/2023

Lindo, poético e crú até o fim. sempre gostei de Clarice, mas esse livro me trouxe uma nova perspectiva da alma tão fragmentadamente bela.
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Pedro Matias 18/07/2023

Todos os sentimentos
Foi uma experiência muito boa ler. Todas as cartas mostra como era a vida sentimental de Clarice Lispector. Inclusive, me surpreendeu descobrir o quanto ela foi uma jovem insegura. Dá forças a qualquer um descobrir que uma das escritoras mais incríveis que já viveu sente as mesmas inseguranças que todos nós.
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