spoiler visualizarPiromal 02/06/2024
Provando que daddy/mommy issues sempre existiu!
Frankenstein, "O prometeu moderno" ou uma metáfora triste sobre paternidade.
A autora de Frankenstein, Mary Shelly, teve relações complicadas ao longo da vida sobre a maternidade, e como dizem da mesma forma que a vida imita a arte, a arte imita a vida, e através da arte, ela expressou seus sentimentos sobre isso através da conturbada relação entre Frankenstein e o Monstro. Frankenstein queria dar a vida a outro ser (queria ser "pai") mas não estava pronto pra isso, mas o faz mesmo assim, e quando se dá conta do que fez, já é tarde demais, não pode ser refeito e ele cai em amargura, de uma forma que eu não posso deixar de ver como análoga a depressão pós parto (embora esses conceitos nem existissem na época). Frankenstein precisa lidar com as consequências de ter feito um ser que ele não deseja, que ele tem repúdio, que ele é responsável mas não queria ser, e em contrapartida temos a perspectiva de uma criatura vista como desprezível mas carregando em si tudo que há de humano, que foi abandonado pelo seu próprio criador, deixado a mercê em um monte em que não tem chances, que busca inicialmente o amor de seu criador e só recebe ódio. Então toda a tragédia do livro se dá por causa desse homem que não assume a própria paternidade, porquê ele foi covarde e mesquinho, e em momento nenhum colocou o próximo sobre perspectiva, incluindo principalmente seu "filho", é no fim das contas um livro sobre abandono parental.