Adriana Scarpin 28/05/2024Eu ia escrever alguma coisa sobre essa peça só hoje à noite quando assistir o filme do Richardson, mas vou escrever algo agora para não esquecer: aqui o embate entre homem e mulher espelha a luta de classes, o que é algo que muitas de nós feministas temos cantado há algum tempo, mas ao contrário do que um homem poderia escrever, a classe subalterna sempre foi a mulher. É uma luta de classes sim, da mulher enquanto classe sendo vilipendiada pelo homem, quem deveria "Look back in anger" é a esposa, ela deveria representar a classe trabalhadora e o homem ser o Império britânico em decadência. Osborne deveria ter conhecido a Silvia Federici, né.
Não ajuda o fato do Osborne escrever isso como comédia e todo mundo achar que é drama. Reza a lenda de quem leu a autobiografia do Osborne que ele é de fato misógino e o aspecto da misoginia em seus escritos não é estilo narrativo e sim projeção mesmo, como já explícito ele dizer que escreveu toda aquela misoginia como comédia.
Ia tentar ler a continuação dos anos 90, Déjà-vu, mas nem sei se quero mais. Enfim, estaria mais feliz lendo a Shelagh Delaney.
Plus: Recomendo muito a edição com introdução e notas da Margaret Rose, são muito bem vindas para o entendimento da leitura.
Sobre o filme: My ★★★★ review of Look Back in Anger on Letterboxd https://boxd.it/6zoR2F