Resenhas - O Processo

Icaro 10/06/2024

Incrível
"O Processo", de Franz Kafka, é uma obra literária que mergulha profundamente nos labirintos da burocracia e da injustiça. Publicado postumamente em 1925, o romance é uma poderosa alegoria das lutas individuais contra sistemas opressivos e impessoais.

A trama gira em torno de Josef K., um funcionário de um banco que, no dia de seu trigésimo aniversário, é abruptamente preso sem que lhe seja informado o motivo da acusação. Ao longo do romance, Josef tenta desvendar a natureza de seu crime e busca justiça dentro de um sistema legal caótico e incompreensível. Kafka constrói um ambiente claustrofóbico e surreal, onde a lógica e a razão são subvertidas por um sistema judicial opressor que parece existir apenas para punir e controlar.

A narrativa é marcada por uma sensação constante de impotência e absurdo. Josef K. é confrontado com tribunais labirínticos, autoridades corruptas e procedimentos legais insondáveis, que ressaltam a alienação e a desumanização causadas pela burocracia excessiva. A luta de Josef contra um destino incerto e implacável reflete a condição humana de buscar sentido e justiça em um mundo muitas vezes indiferente.

Kafka utiliza uma linguagem precisa e meticulosa para descrever o cotidiano de Josef, enquanto a atmosfera opressiva e onírica cria uma sensação de pesadelo constante. "O Processo" é, assim, uma crítica mordaz à burocracia e à arbitrariedade das instituições, levantando questões sobre a justiça, a liberdade e a condição humana.

A obra permanece relevante ao longo dos anos, ressoando com leitores que enfrentam sistemas igualmente opacos e injustos. "O Processo" é um convite para refletir sobre o papel das instituições na vida dos indivíduos e a luta incessante pela dignidade e pela verdade em um mundo marcado pelo controle e pela opressão. Kafka, através de sua prosa inquietante, oferece uma visão poderosa e atemporal da fragilidade humana diante das forças inexoráveis do poder.

Gustavo Ferreira 10/06/2024

Confuso, porém confuso
"O Processo" está mais para "O Labirinto", de tantas voltas, reviravoltas e becos sem saída que K. se depara ao longo de sua tortuosa jornada como réu no processo mais sem pé nem cabeça da literatura.
Acredito que é impossível ler sem ficar pelo menos por uma vez com a sensação de que tudo não passa de um sonho do protagonista. Aquele sonho que tudo da errado, até dar errado parece dar errado. Uma espiral de fracassos e complicações sem precedentes.
Bizarrice essa, que é marca registrada do Kafka, assim como em "A Metamorfose" e "O Veredito", porém, dessa vez as questões internas da personagem chegam um pouquinho para o lado para a avalanche de preocupações de natureza "burocrática", ou de origem "estatal". É difícil definir exatamente a origem e destino dessa viagem do Kafka, do tipo de assunto que você não entende o idioma, mas entende o sentimento. Talvez, às vezes, a vida pode parecer um pouco com "O Processo"

stcarvalho0102 09/06/2024

Rapaz, eu nem sei o que escrever sobre esse livro. É uma leitura gostosa. Porém, sem pé e nem cabeça. Mas, fica o registro.

Suzane.Madruga 04/06/2024

Excelente!
Um livro tenso e denso em simbologias, trazendo o Estado como um personagem importante para a trama.
Quando Josef K. descobre que está sendo processado, empreende uma busca pela liberação dessa condição. Trata-se de uma obra composta por algumas importantes camadas da sociedade, pelas quais o personagem passa, interagindo com seus representantes na tentativa de resolver o seu processo.

vitoriafemelo 03/06/2024

Leitura não prende. Trás termos jurídicos, então para leigos pode ser um pouco complicada a leitura.

Vivi 02/06/2024

O crime misterioso
Do começo ao fim esse livro me deixou pensando "não entendi nada" e ao mesmo tempo me fez ter uma crise e fez uma crítica ao Estado e como a justiça funciona. Recomendo muito o livro, super necessário, Kafka sempre arrasa!

Sue 30/05/2024

É como se eu tivesse virado o protagonista
Esse livro se trata de Josef K., um homem que se foi acusado de um crime do qual a Justiça não informa, e a história se desenrola a partir disso. Eu considero esse livro denso, apesar das poucas páginas (252), e com uma linguagem um pouco mais rebuscada na tradução de Torrieri Guimarães. Demorei para concluir o livro pois sempre ficava entediada, no entanto, acredito que seja essa a intenção do autor quando o escreveu.

O personagem principal procura de todas as formas possíveis entender qual a acusação para assim se defender melhor, pois ele acredita que é inocente, e assim como ele não sabe, eu como leitora, também não sei. A sensação que eu tive foi como se eu fosse Josef. Assim como algumas situações eram absurdas para o personagem, para mim também era. Como por exemplo, quando Josef estava na casa de um pintor apenas para tentar obter informações sobre o seu processo. Por que um pintor saberia algo sobre justiça? E o pintor é questionado por isso. Ou então, quando ele estava na casa do advogado e observava Block se humilhando perante a quem tem o poder, ainda que enfermo, de tornar a vida mais difícil ou mais fácil, demonstrando assim uma relação de poder e dinheiro para os menos afortunados. Retrata bem os dias de hoje, assim como os dias em que Kafka viveu, e vou além, acredito que retrata a visão dele sobre como funciona a Justiça e como é a profissão no ramo da advocacia.

Eu senti falta de um pouco de emoção e drama. Para mim, Josef era um cara sério e independente, então não senti o desespero do personagem vendo que seu processo não ia bem. Quando ele estava na igreja para um encontro com um italiano e o Sacerdote explica que seu processo vai mal e teme por ele, eu senti falta da expressão de terror e tristeza no personagem principal. E principalmente, no final do livro, cuja cena é o assassinato de Josef K. Antes disso acontecer, ainda que estivesse sem fé sobre a absolvição, ele clama por ajuda e reclama da falta de um Juiz. E suas últimas palavras foram ?Como um cachorro?, o que me leva a crer que foi em referência ao capítulo inacabado, onde Josef sugere que Block esteja sendo tratado como um cachorro.

Confesso que não entendi muito bem o final. Não entendi quem o matou e porque a senhorita Burstner aparece nas últimas páginas do livro, que também aparece no primeiro capítulo do livro, quando o personagem é levado de casa por dois homens. Penso que talvez alguém já pretendia matar ele e depois de 1 ano finalmente o matou, mas é apenas uma suposição. Não encontrei nada que justificasse o homicídio, e acredito que seja porque este é um livro inacabado. Ele morreu sem saber o motivo pelo qual foi processado. E eu ganhei o benefício da dúvida. Ele é inocente até que se prove o contrário.

Jessie 30/05/2024

Um labirinto
Talvez eu devesse ter começado por Metamorfose, mas quando vi esse livro num sebo aqui perto, não achei que tivesse algo que combinasse mais.
Então eu li. E acho que vou ler de novo mais pra frente.
O livro me deixou confusa na maior parte dele, só que é proposital.
Essa sensação esquisita de espera que nós é o protagonista sentimos é agonizante.
MUITO bem escrito
Um gênio

Thi Acrisio 29/05/2024

O Processo
Gostei do livro, ele é tenso e muito reflexivo, angustiante, permite analogias ao passado e presente, tem alguns momentos densos e cansativos, mas que são necessários para a construção da história e do personagem, quem diria que a detenção seria o fim de Josef K.

Mesmo o livro estando inacabado, riscado, esse certamente foi a melhor editorial encontrado. Todavia, acho que os capítulos inacabados, em minha opinião não acrescentou muito para a história, mas vale para aprofundar na escrita do Kafka.

No mais valeu a discussão na leitura conjunta que participei, e que não consegui cumprir as metas, mas acompanhei os debates
que foram ótimos.

thebigstepprs 29/05/2024

Cópia da minha resenha apagada no goodreads (com alterações)
Esse livro me perturba. não é um livro ruim e também não é confuso pois os conceitos presentes não são difíceis de entender. complexos? sim, mas a ideia de um tribunal fantasma não é o que me deixou confuso, e sim as interações e o tempo do livro.

com certeza é um livro kafkaesco no sentido de tanta estranheza nas relações e a normalidade perante um absurdo.

gosto da auto-sabotagem do Josef K., não aguentaria ver um homem tão egocêntrico e privilegiado se livrando rapidamente de seu processo, ao mesmo tempo em que gostaria de ver o sistema se revelando com um pouco menos de censura.

cajunaju 29/05/2024

Começo dboa final bom
Já posso colocar no currículo que fiz facul de direito??? #DIREITONAKF (kafka university) KKKKKKK

Assim, o começo foi divertido até começar a tratar dos assunto do tribunal que DESTRUIU ? a história pra mim, além de por exemplo eu não ter me dado muito bem com o jeito que as mulheres fizeram parte dessa história, a maioria com exceção de 2 (se me lembro bem KKKKK) não ficaram com o Josef (chatooo) e com isso ficou entediante pra mim
Por ser o primeiro livro do Kafka que leio (e incrivel como nunca consigo ter uma MARAVILHOSA impressão do livro que escolho quando o autor é bem visto???) eu tava bem animada e esperei ate muito desse livro, mas nao acho que foi perda de tempo
OBS: na morte do Josef eu tava ouvindo a parte de guitarra de Shades of Cool da Lana del Rey queen e isso deus mais estrelas do que o esperado ? ?Lana mudando vidas (ops quis dizer mortes?KKKKKKKK)

Laura3990 28/05/2024

Neste livro, assim como em ?A Metamorfose?, Franz Kafka nos inunda de uma agonia visceral, suas páginas são carregadas de impossibilidades e incômodos. Contudo, apesar da história deixar inúmeras linhas em aberto (quase todas) e do narrador não ser nem um pouco carismático e, diria, até mesmo irritante, compreendo que tudo faz parte da trama do livro. Se você espera uma história coerente, não encontrará nesta narrativa, mas posso afirmar, que ainda assim ela te intrigará e te nutrirá de uma vontade avassaladora de devorar o livro. São cerca de 300 páginas e a impressão que tenho após lê-lo é de que nada sei, no entanto, é justamente neste ponto que se encontra toda a genialidade do autor.

Indico, sobretudo, a leitura para quem é da área jurídica e deseja ter um insight mais humanista sobre os princípios processuais.

aegenmizer 28/05/2024

Resenha: O Processo - Franz Kafka
Um livro que exprime bem o absurdo, a angustia e a burocracia estatal. Apesar de ter uma linguagem densa; cansativa, consegue ser cômica e divertida em certas horas.

Mostra também ideias do subconsciente e psicológico do Kafka, sendo uma ótima demonstração do que é a literatura kafkiana.

Pessoalmente, não foi uma leitura das mais agradáveis, mas continua sendo uma que vale a pena. Algo único, é o que posso dizer, tirem suas próprias conclusões.

Denise 27/05/2024

Culpado ou inocente?
O procurador do banco Josef K acorda e descobre que um processo contra ele é instaurado, no entanto ele não sabe do que está sendo acusado, quem o processou e por quê.
O livro mostra K tentando buscar respostas que nunca são respondidas. A história sobre a dificuldade de defesa e de acesso à justiça continua atual.
O livros possui uma atmosfera que lembra um pesadelo: há personagens que mudam de aparência ou surgem do nada; o cenário do subúrbio se mistura com cartórios do tribunal; portas que levam a outro ambiente completamente inusitado; o cartório em si parece um labirinto.
Personagens prometem ajudar, mas não fazem nada.
No meio desse processo, K se envolve com diversas mulheres, como em uma fantasia erótica.
Para mim, K está sendo julgado pela sua decadência moral. Kafka sabe escancarar a hipocrisia de K. O personagem reclama do sistema judiciário mas também trabalha em um sistema burocrático, ele também não atende bem os comerciantes que vem pedir empréstimo no banco. Ele é arrogante, pois tem alto cargo no banco e maltrata as pessoas que ele considera inferiores a ele, como a nossa classe média brasileira que se acha melhor que os mais pobres.

Eduarda.Bierhals 27/05/2024

Chato demais
Não é difícil de ler, mas achei chato, confuso, não vai pra lugar nenhum, partes enrolado, partes muito rápidas, não entendi nada e honestamente não acho que tenha sido ignorância minha. Pra pessoas da área do direito até pode ter partes interessantes, pra mim nada. Beijos processuais