apollowritten 01/05/2024
A popularidade tem motivo.
Eu admito, eu subestimei Maze Runner. Por mais eu que acredite que não seja correto basear sua opinião em presunções, o tipo de pessoa que eu observava vangloriando Maze Runner não era exatamente do gênio cult. Vestígios de cenas da adaptação que consumi ao longo dos anos, pela fruição da internet, me deram uma idéia totalmente destoante do que realmente era o universo. "Impossível ser tão bom assim." Esse pensamento voltou-se contra mim como um bumerangue, atingindo-me no rosto, caçoando de mim como se quisesse dizer "espere para ver".
Hoje deixo minha resenha como um cachorrinho com o rabo preso entre as pernas, profundamente arrependida de ter julgado este livro uma vez sequer.
Nunca um livro me prendera tanto assim, afirmo com honestidade. Já estava ciente de certos acontecimentos decorrentes, visto que como mencionei anteriormente, recebi ???????? sem intenção, é quase impossível escapar destes devido a popularidade da saga. Ainda assim, a inquietação e o desejo por inteirar-se do desenrolar da história é incessante. Me peguei diversas vezes espiando as páginas seguintes de onde me encontrara, procurando algum tipo de amortecedor para a minha curiosidade.
Ocasionalmente fatos previsíveis são apresentados para dar-lhe a falsa sensação de que possuí seus pés no chão, de que estás por dentro de tudo, entretanto és surpreendido quando o tapete abaixo de seus pés - que até então não tinhas nem tomado consciência de que existia - é puxado bruscamente quando alguma reviravolta ocorre.
Foi o primeiro livro que li com uma organização de capítulos pequenos, entretanto achei demasiado interessante e acredito que se adeque a história. Desta forma, o livro não se torna entediante, pois acredito que provoque uma sensação de ?????????. O tamanho não influencia na questão de desenvolvimento, julguei todos bem trabalhados, entretanto é difícil afirmar com certeza, já que possuem no máximo 6 páginas. Aprende-se sobre a visão e opiniões de Thomas, e isso é o que realmente move cada repartição. A escolha do Autor pela estrutura mais simples torna mais fácil a recordação de acontecimentos anteriores e também explorações pela obra.
Eu mesma fiz diversas explorações, retornando algumas páginas para verificar uma referência, procurar por algo que perdi, ou algo que Thomas pudesse ter perdido. Ao longo da leitura, você se torna um escudeiro dele nesse quesito - apesar dele comumente se recordar de informações recebidas precedentemente, nem sempre ele irá refrescar sua memória quanto de onde elas vieram.
Os demais personagens são explorados, sim. Não tanto quanto eu gostaria, contudo acredito que isso deve ter sido deslindado nos dois livros seguintes da trilogia. Toda via, o motivo é claro - estamos acompanhando a narrativa pelos olhos de Thomas, como meros convidados, ou até mesmo intrusos curiosos, tudo o que sabemos sobre eles, é tudo o que Thomas se dá conta.
Algo que me causou um leve desconforto foi a tradução, acredito que poderia ter sido melhor ????????. O tradutor fez um bom trabalho conciliando os termos exclusivos da obra, porém tive a sensação de que o resto fora traduzido pelo Google Tradutor. Como se tivesse sido escaneado, traduzido e então publicado sem que alguém ao mesmo revisasse-o. Outra explicação plausível seria que teriam traduzido palavra por palavra com um dicionário em mãos, sem se importar com coerência. De qualquer forma, é possível encontrar entendimento nas palavras, apenas maçante sem motivo.
Quanto à minha experiência de leitura, eu simplesmente não conseguia tirar meus olhos do papel. Quando alcancei a metade do livro, me prendi tanto que meus sentidos pareceram adormecer-se. Fiquei horas e horas focada sem nem me dar conta da passagem do tempo. Foi realmente uma experiência imersiva surpreendente, tive de reler algumas frases cinco ou seis vezes até que conseguisse processá-las por conta do sono, mas não tive outra escolha - minha mente estava acesa, faminta, se pudesse, teria devorado as palavras. Era impossível dormir até que não houvessem mais páginas para virar. Foi como tomar café tendo insônia, a curiosidade mantendo meus olhos esgazeados, o mesmo que se a cafeína estivesse percorrendo por meus neurônios.
Estou ansiosa para ler a continuação, "Prova de Fogo"! Sinto que não irei me decepcionar. O epílogo presente no final da cópia de "Correr ou morrer" que li foi o bastante para que milhares de teorias surgissem na minha mente. Tenho que calá-las o mais rápido possível, ou seja, talvez logo eu deixe uma nova resenha na continuação. Quem sabe?