Resenhas - O Médico e o Monstro

Fabio 28/10/2023

O monstro que existe em nós
“O Médico e o Monstro” (O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Sr. Hyde), clássico gótico do terror, escrito pelo escocês Robert Louis Stevenson, publicado em 1886, nos conta a história de Dr. Jekyll um famigerado e respeitado médico/pesquisador inglês e a sua relação com o misterioso e inescrupuloso Sr. Hyde.

Stevenson, imprime um clima gótico e sombrio e nos transporta para a Londres do século XIX, e narrada a história através da perspectiva de Gabriel Utterson, advogado e amigo íntimo de Dr. Jekyll. O patrono desconfiado, após a confecção de um novo testamento, onde doutor deixa toda a sua herança para o sr. Hyde, começa a investigar as estranhas ocorrências envolvendo o médico e o abstruso.

Utterson passa a maior parta da história investigando as atitudes bizarras de seu velho amigo e o legatário (Hyde), e toda a fábula se desenrola, através da visão apurada do advogado, percorrendo as ruas úmidas e cinzentas de Londres, tentando desvendar o mistério que envolve em expeças brumas, essas duas figuras míticas.

O autor explora o tema amplamente debatido sobre o bem e o mal e adentra em águas bem profundas quando discorre a dualidade da natureza humana, e a eterna disputa entre a instinto e a razão, e as consequências das considerações de ordem moral e social de um indivíduo.

Toda narrativa é permeada sobre a moralidade de seus personagens, e a maior parte do tempo captamos o tênue movimento da balança que, pende entre as duas forças intrínsecas de todo homem, hora de um lado, hora do outro, e as consequências são em sua maioria avassaladoras, e nos fazem reflexionar que, todo ser, possui os dois lados dentro de si, e que simplesmente somos o resultado do lado que prevaleceu em nós.

De linguagem rebuscada, envolvente e repleta de mistérios, a obra-prima, “O Médico e o Monstro”, impactou tanto o universo literário, que em sua época, a expressão “Jekyll e Hyde” era amplamente utilizada na língua inglesa para indicar uma pessoa que agia de forma diferente dependendo da situação (expressão análoga atual, “Duas Caras”), e que e influenciou várias gerações de escritores, e, transformou todas as obras posteriores do gênero terror e suspense, até os dias de hoje.

Não poderia deixar de mencionar, que, O Médico e o Monstro, é uma das três maiores obras do terror e que, divide o patamar somente com os dois extraordinários manuscritos, “Drácula” de Bram Stoker e “Frankenstein” de Mary Shelley. E que na opinião do mestre do terror, Stephen King, juntos formam a “Tríplice do Terror”.

Recomendo absolutamente a todos!

vitor 29/03/2021

Uma grata surpresa
Existem dois fatores que influenciaram minha relação com o livro, o primeiro é que eu não esperava muito da história, assim acabei sendo surpreendido com uma obra que possuí uma ótima escrita e um belo desenvolvimento. O outro fator é o livro ter sido uma indicação de alguém especial para mim e essa pessoa me traz boas lembranças e certa saudade.
Tirando essa parte pessoal, eu recomendo o livro para qualquer pessoa que está procurando um livro curto, que consiga de certo modo prender o leitor e possua um desenvolvimento digno.
Em várias partes do livro, graças ao autor e sua ótima escrita, você consegue sentir como se fosse na sua pele, o pavor, o medo e o desconforto que os personagens sentem quando se encontraram com o horror presente na história.
Em geral um livro que vale a pena ser lido e cumpre seu papel de um clássico.

Alane.Sthefany 11/01/2024

O Médico e o Monstro - Robert Louis Stevenson
Primeiramente quero destacar algumas correntes filosóficas sobre a natureza do homem.

"O homem nasce como se fosse uma folha em branco e a experiência, a tinta que preenche as ?páginas? da vida." - Locke

(John Locke, Essay Concerning Human Understanding. 1690).

"O homem é mau por natureza, a menos que precise ser bom." - Nicolau Maquiavel

(Nicolau Maquiavel, O Príncipe. 1513).

"O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe" - Rousseau

Carl Rogers, na mesma direção, é o sucessor de Rousseau (que observa) que todo homem vem da mão de seu Criador como um ser perfeito. Este esplendor primordial é corrompido, disse Rousseau, por uma sociedade imperfeita.

(Jean-Jacques Rousseau, Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens. 1755).

"O homem é um macaco cego, robusto e irracional, que carrega um macaco aleijado que enxerga." - Arthur Schopenhauer

(Arthur Schopenhauer, O Mundo Como Vontade e Representação. 1819).

E a última que pretendo destacar, na qual eu também compartilho do mesmo pensamento é de que o homem é mau por natureza:

"A natureza humana é má. O homem é mau" - Hobbes.

[...]

No estado natural, embora alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais de forma a estar isento do medo de que outro homem lhe possa fazer mal.

?O homem é lobo do homem, em guerra de todos contra todos?.

O homem nasce mau, com instintos de sobrevivência, e que devido a tais instintos é capaz de fazer qualquer coisa. Segundo Thomas Hobbes, os homens podem todas as coisas e, para tanto, utilizam-se de todos os meios para atingi-las. Conforme esse autor, os homens são maus por natureza (o homem é o lobo do próprio homem), pois possuem um poder de violência ilimitado. E a sociedade tem o papel de educá-lo, de humanizá-lo, de torná-lo sociável. Pois ?A natureza humana para Hobbes é má. O homem é mau?.

Tanto o pensamento do Locke, de que o homem é como uma folha em branco, e o de Rousseau, de que o homem é bom por natureza, mas é a sociedade que o corrompe, fica a indagação de como é formada uma sociedade, senão por um aglomerado/conjunto de indivíduos (seres humanos), e se todos os homens são bons, como essa sociedade se tornou algo ruim para ter o poder de corromper os demais.

Levando em consideração o pensamento do Locke de que são as nossas experiências, a tinta que vão preenchendo às páginas da nossa vida, e partindo do pressuposto de que todos nós somos donos da nossa própria história e que temos o pincel em nossas mãos e que pintamos o que quisermos, como começamos a pintar coisas ruins, da qual não nos orgulhamos e que se pudéssemos, apagaríamos de nossas vidas, de tal forma que nós não quereríamos nenhum resquício ou vestígio de que um dia estivera ali.

Esse livro me deixou bastante reflexiva, e no decorrer das páginas me recordei de uma pregação reformada em que o pastor disse sobre a depravação do homem e da sua natureza depois da queda:

"Deixe-me dar um exemplo: Hitler. Você acha que ele era uma anomalia? Você acha que ele era um fenômeno? Uma pessoa rara, diferente da sociedade? Tem algo que você precisa aprender sobre Teologia: Tem uma graça comum que restringe todo o mundo, e se você não é como Hitler, é só por causa da graça de Deus que restringe você, e se Deus puxasse esse ?freio? de você, você ia fazer com que Hitler parecesse um mocinho de coral. Você está entendendo o que eu estou dizendo? Ele não era uma anomalia, ele era um reflexo do que todos nós somos, a não ser que Deus restrinja a maldade do homem. Essas são verdades que ninguém quer ouvir, e são verdades que pregadores não querem pregar, mas são necessárias. Elas são as Escrituras!"

"à parte da graça restringidora de Deus, isto permearia o mundo e nós seríamos destruídos!"


Quotes ?????

O fantasma de um pecado antigo, o câncer de alguma vergonha oculta, o castigo que chega em passos mancos e lentos, anos depois, quando a memória esqueceu o erro e o amor próprio já perdoou a culpa.?

Sua história era quase irrepreensível; poucas pessoas podiam revisitar os tomos da própria vida com tão pouca apreensão; mesmo assim, ele se flagelava pelas coisas ruins que fizera, para depois se alçar a uma gratidão sóbria e destemida por todas as coisas ruins que quase fizera, mas resistira.

Flávia Menezes 19/06/2022

DR. JEKYLL E? DR. FREUD!
?O Médico e o Monstro? (título em inglês ?Dr. Jekyll and Mr. Hyde?), publicado em 1886, é uma novela gótica que foi escrita pelo escocês Robert Louis Stevenson, e sua ideia surgiu após um pesadelo, em que ele foi acordado pela esposa depois que ela o viu aos gritos, tendo sido escrita em apenas seis dias. Essa obra-prima não é apenas um clássico da literatura, mas também um clássico da literatura psicológica, uma vez que traz em sua gênese os conflitos da dicotomia psicológica do ser humano.

De leitura fácil, o livro é relativamente curto, e sua história não é recheada de grandes complexidades e reviravoltas, mas seu conteúdo traz intensas reflexões filosóficas a respeito da vida e do bem e do mal que estão presentes em todos nós.

Venho postergando essa leitura há tantos anos, especialmente após ver tantas opiniões não tão favoráveis sobre o livro aqui no Skoob, porém, preciso dizer, eu nem sei por que esperei tanto tempo assim, porque eu simplesmente amei essa leitura.

A narrativa é tão poética, tão sensível, que não foi surpresa alguma ela ter me prendido com tamanha facilidade. Confesso que sempre tive grande fascínio pelo tema, mas não esperava gostar tanto dessa história.

Para mim, o livro não peca em absolutamente nada. Sua história é contada de forma que expõe com maestria a questão da dicotomia desse conflito entre o bem e o mal que reside em todos nós (que é o tema proposto pelo livro), expressa de forma tão sensível nessa diferença corporal existente entre o médico Dr. Jekyll, e o monstro, Sr. Hyde.

Enquanto a bondade humana (ou o bem) é traduzida na figura do homem íntegro, alto, inteligente e bem-apessoado (Dr. Jekyll), o lado obscuro (ou o mal) é manifestado em um homem baixo, rude, sem escrúpulos e feio (Sr. Hyde). É tocante a forma como os sentimentos experienciados por cada uma dessas versões de um mesmo homem é descrita, e por vezes eu senti tanta compaixão pela toda dor e culpa sentidas pelo Dr. Jekyll, tanto quanto eu senti empatia ao tentar entender os sentimentos exacerbado que dominavam o Sr. Hyde.

Nessa magia da metáfora concebida por Robert Louis Stevenson, seu protagonista personifica uma das teorias mais importantes da personalidade humana, que é a teoria freudiana do Id, Ego e Superego, que só seria trazida por Sigmundo Freud muitas décadas mais tarde. Aliás, é impossível deixar de lado a forma como essa obra casa tão perfeitamente com a psicanálise.

Edward Hyde não é apenas um personagem alegórico, mas a personificação do Id, que se traduz pelo regimento do prazer. O que traduz com maestria o Sr. Hyde, já que este se revela como uma versão pecaminosa e imoral do ser humano, que demonstra total aversão aos nossos padrões morais e éticos.

Já Henry Jekyll se personifica como o Superego, que é a construção das internalizações de padrões de moralidade e ética que adquirimos ao fazermos parte de uma sociedade. O Dr. Jekyll é a própria visão do sacrifício e da renúncia aos impulsos pulsionais. E enquanto Dr. Jekyll representa a pulsão pela vida, Sr. Hyde é a pulsão de morte.

Robert Louis Stevenson foi um grande visionário ao criar essa obra, nos trazendo tanto a problemática do mal-estar na civilização, quanto da dificuldade do ser humano ser feliz vivendo em uma sociedade em que é preciso renunciar aos impulsos e desejos para alcançarmos a aceitação da ordem social.

De fato, quando dissociamos nosso lado instintivo, do nosso lado racional, apenas nos damos conta do quanto um precisa do outro para viver. Exatamente como o Dr. Jekyll não podia renegar o Sr. Hyde em sua vida, caso contrário, matá-lo seria como matar a si mesmo. A verdade é que o Sr. Hyde era o escape de que o Dr. Jekyll tanto precisava para liberar tudo que ele reprimia. O elixir era apenas uma desculpa para isso.

Terminar essa leitura me deixou nessa reflexão existencial de tudo o que reprimimos, de todo o medo e culpa que sentimos, todas as vezes em que agimos em desacordo com algo que não é socialmente aceito. E essa necessidade de aceitação é algo ao qual estamos fadados a buscar. Mesmo sabendo o quão prejudicial é seu efeito em nossas vidas. Porém, são essas regras, essa visão do certo e errado, que nos possibilita viver em sociedade.

Enquanto alguns não gostaram tanto dessa história, eu estou totalmente envolvida por ela, e por todo o significado nela contido e expresso. E confesso que seria tão bom que as pessoas deixassem um pouco de lado qualquer necessidade de mais ação, ou mais terror nessa história, para se abrir a todas as reflexões que ela nos proporciona. Afinal, seu tema nunca sairá de moda, e gerações e mais gerações ainda virão, e irão desfrutar de todo esse conhecimento que adquirimos apenas ao ler sobre ?O Médico e o Monstro''.

Julia Manjko 29/05/2024

Que surpresa incrível !!!
Deste livro eu só conhecia a fama, não sabia nada sobre a história e nem sobre suas indagações.

Após assistir uma série ( Once Upon a Time ) que trouxe referências a essa história decidi ler o livro. E que grata surpresa foi essa !!!

História super criativa e com vários elementos e indagações filosóficas pertinentes, além de muito bem escrito.

Além de tudo é uma rápida leitura , li em um dia.

Recomendo muito !!!

@aprendilendo_ 15/11/2020

Resenha de O Médico e o Monstro
Na teoria criada pela psicanalista Melanie Klein, a criança, ao nascer, passaria por uma fase chamada de posição de esquizoparanoide. Nesse momento da vida, geralmente nos primeiros três meses, o bebê veria a figura maternal de forma dualista, dividida entre a bondade e a maldade da mãe, benefícios e frustações, como se na verdade fossem duas pessoas. Em um segundo momento, dos três aos seis meses, haveria a fase da depressão, na qual a criança finalmente começa a perceber a mãe como una, ou seja, com bondade e maldade em uma pessoa. No tanger dos fatos sobre a temática do dualismo humano, em o Médico e o Monstro, publicado em 1886 e escrito por Robert Louis Stevenson, temos a narrativa de como Mr. Utterson, um excêntrico advogado, lidará com a mudança abrupta de seu antigo amigo Dr. Henry Jekyll e do assustador colega do homem, Mr. Hyde, em um sinistro conto sobre a maldade humana.

Com um começo devagar, Robert se sai bem ao criar um ambiente macabro e inquisitivo. Os personagens melancólicos e as situações desconfortáveis, dessa forma, são fundamentais nessa fomentação da curiosidade do leitor quanto aos mistérios no entorno de Edward Hyde. A principal característica da obra, portanto, é a criação da curiosidade do leitor em saber o que se passa no plano de fundo, revelação essa a qual só acontece nas vinte últimas páginas. Infelizmente, por já ser um clássico, muitas vezes a revelação dos mistérios vem acompanhada à sinopse, fato esse o qual pode gerar pouca sensação de surpresa no desenrolar do livro e dar ao mesmo apenas uma sensação de obra destina à pura reflexão, tirando de si, portanto, toda a força narrativa a qual poderia ter. Apesar disso, os spoilers banalizados do livro não desfazem o já citado poder reflexivo. Isso ocorre por conta do último capítulo, este, preenchido das conclusões de um dos personagens sobre todo o ocorrido e suas consequências. Conclusões essas extremamente pertinentes e alegóricas, capazes de fazer qualquer um pensar duas vezes sobre o eterno embate entre o eu id o eu ego.

Um livro com uma narrativa envolvente e chamativa para aqueles os quais tiveram o prazer de não descobrirem a verdade secreta trás dos mistérios narrados antes da leitura. Aos que já sabem sobre as verdades por conta de spoilers na sinopse, surge ainda como um ótimo ponto de reflexão o qual, por seu diminuto tamanho, cerca de cem páginas, cai bem a quase qualquer leitor. Apesar disso, o livro não termina como algo marcante ou realmente estarrecedor, sendo, por fim, uma boa obra não tão marcante.
Nota: 7,5

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Kamy 05/09/2021

O médico e o monstro traz reflexões bem interessantes...
Não gostei muito do começo, senti que foi um pouco arrastado, sem muita emoção, mas depois que algo inesperado e um pouco bizarro acontece, o livro fica muito bom. Depois de tal acontecimento fiquei bastante envolvida.
O último capítulo foi muito bom, fez todas as peças se encaixarem, mas não gostei da forma como o livro acaba.
Achei a escrita ok, mas em certo momento fica bem envolvente.

Francisco 30/09/2021

O maniqueísmo do Dr. Jekyll
Richard Enfield, um cidadão londrino conta a seu parente John Utterson, um advogado abastado, as circunstâncias e detalhes de seu encontro com uma figura misteriosa conhecida como Edward Hyde, um beneficiário do testamento do testamento do médico Dr. Henry Jekyll, algo que vem a preocupar Utterson.

Ao longo da narrativa torna-se evidente a personalidade violenta e intemperante do Sr. Hyde quando este espanca um homem com uma bengala e o assassina. Posteriormente Utterson descobre que o Dr. Jekyll transforma-se em Sr. Hyde ao beber uma poção formulada por ele mesmo e cuja principal função é dissociar os impulsos sombrios de seu lado bom.

Stevenson aqui nos apresenta a dualidade como um fator indissociável do ser humano, onde o mal se sobrepõe ao bem quando as barreiras são rompidas por alguma razão. Portanto essa leitura nos dá muito o que refletir sobre o maniqueísmo intrínseco a nós mesmos. Ao ler este livro, alguns livros inspirados nele me vieram à memória, em especial "Rose Madder" e "A Metade Negra", ambos de Stephen King. O primeiro a história de uma mulher que ao fugir de um marido violento e abusivo descobre um lado seu desconhecido e o segundo a história de um escritor que vê-se perseguido por seu pseudônimo.

De um modo geral, trata-se de uma ótima leitura que mistura horror e ficção científica e simultaneamente traz algo sobre o que refletir, aliado a uma escrita simples e bem construída, assim como ocorre em outros livros do autor "A Ilha do Tesouro", "A Flecha Negra" e "Raptado". Recomendo sem hesitação alguma.

Sasa 31/12/2021

Até onde o mal alcança?
Dr. Jekyll é rico, vem de uma família abastada e desde criança sente crescer 2 personalidades distintas dentro de si: o bem e o mal. Uma questão cotidiana para muitos até os dias atuais, por mais que tentemos esconder, é um fato: o mal existe dentro de nós, ainda que velado.

Em uma experiência, ele personifica, no mesmo corpo, essas duas personalidades. Basta tomar a fórmula e se transformar em uma pessoa totalmente diferente. A personificação do bem (o próprio Dr. Jekyll) ou o mal, puro e simples, (Edward Hyde).

Mas é quando crimes são cometidos e o poder sobre essa transformação sai de controle que as coisas começam a realmente mudar, e as consequências podem ser fatais.

"Um momento eu estava em segurança, era respeitado por todos, era rico, estimado, tinha empregados dedicados, que se desdobraram para me agradar. Agora eu era o mais comum dos humanos, não tinha mais minha bela casa. Era um homem perseguido. Um assassino notório."

O livro é ótimo, com poucas páginas o autor consegue prender o leitor com uma história simples e ao mesmo tempo envolvente. Que nos leva a refletir sobre vários aspectos de nossa vida. Será que somos mais inclinados para o lado de Dr. Jekyll ou de Hyde?

Juh Saint 12/11/2020

Bom demais, o PAIZÃO do TERROR!!
Primordial pra tudo o que adquirimos do terror até os dias atuais e a qualidade não é só por ser clássico. De cara a estória é interessante por mais que alguns mistérios podiam durar mais e fazer você remoer mais la na frente, meio pro final do livro........
O que é sensacional a filosofia dentro da estória, aas reflexões sobre o que é ser humano, sobre as nossas mentes e o que somos capazes, sobre como todos noos temos um pior lado mesmo não querendo mostrar esse lado..........
Estória é curtinha so que não é tão facil de ler assim pror motivo da narrativa ser mais levada, puxada pra alguns figurismos da língua não ser sempre tão clarinha assim.

Bem e mal, bipolaridade, dupla personalidade, psicopatia controlada. Nossa esse livro abre margens pra falar sobre tantas coisas, eu acho impressionante como esselivro não envelheceeunadaa e é pra todo o tipo de leitor mesmo não gostando tanto desse gênero.
Vendo o correr da estória acho que ela ajudo com oo construir de personagens mais diversificados eu encho o saco sempre com isso.

Pra mim é isso, não a estória só importa, a diversidade é essencial primordial, a representatividade não é besteira de ativismo e esse livro abriu margem para tratar outros tipos de personagens. Antes desse e alguns desas época tinhamoos demais estórias com personagem que era limitado a ser o bom e o mau só durante a trama e era definido mais pela relação que ele tinha com outro do que por coisas que ele gostava, fazia, trabalhava, tinha conhecimento. As pessoas não são definidas por uma coisa, por ser trans, gay, negro, indígena e deu. As pessoas são mais do que uma cartilha e elas são o que gostam, o que amam, o que tem conhecimento e trabalham na vida delas, elas são o que sentem sobre si mesmas também. Esse livro é revolucionário nesse ponto.

Obrigado O Médico e O Monstro por ter feito eu me prende pela leitura de vez!!

Ingrid 18/08/2016

A Dualidade.
Na verdade essa história é bem pequena lembrando um conto.Fala sobre o conflito de um médico com o seu Eu perverso, como se dentro de um ser humano existissem dois, um bom e outro ruim, por diversas vezes eles se misturam. Nessa narrativa o médico não se conforma com seu lado obscuro e quer por todos os meios se livrar dele.

Um belo dia, em seu laboratório,por puro acaso descobre uma substancia que permite separar essas duas metades do ser humano. Ao beber a tal porção ele separa o lado ruim, na verdade ele se torna o lado ruim, puro.Toda a maldade em um só ser.Toda a sua fisionomia se modifica, fica tanto exteriormente quanto interiormente feio, monstruoso, causa asco nas pessoas, horror, repulsa. Ao beber novamente a porção ele se torna normal ( veja bem, eu disse normal, seu lado bom e ruim estão aqui novamente unidos).

A questão é que ele vai gostando de se transformar no seu Eu maligno,sente-se livre de certa forma,o lado tenebroso o seduz , comete alguns crimes e ao voltar o normal tudo passa, pois a pessoa que os cometeu simplesmente não existe.O enredo envole outros personagens que ficam intrigados com essa pessoa de aspecto tão repulsivo que anda pelas ruas e é amigo íntimo do médico.

Na verdade esse livro parece uma grande metáfora da dualidade do ser humano, da busca pelo bem ligado a religião, que também nega e condena o aspecto mal de todo ser humano.Pois o duplo habita cada um de nós, o eu egoísta, mentiroso, iracundo, perverso, invejoso e todos esses sentimentos que negamos em público, mas sabemos que uma hora ou outra está ali tão pertinho de nós. Talvez seja uma crítica a filosofia das religiões em geral, elas não nos ajudam a trabalhar e aceitar os nossos aspectos negativos, apenas os condenam , o yin yang parece ser um fato apenas nas religiões orientais.

No fim, fica a resposta para a pergunta: E qual dos dois lados ganha? Ganha o lado que você mais usar. E essa resposta é real, latente, verossímil, o lado que você mais utilizar ganha, porque ele cresce e fica cada vez mais forte. No livro tem que, obviamente, ler para saber qual lado venceu: o médico ou o monstro?

Eu particularmente gostei da história, essa edição é bonita, tanto a capa quanto o capricho com as páginas, a tradução é boa, fácil leitura e entendimento , embora manteve em um modo geral o rebuscamento da narrativa. O livro também te leva a filosofar quanto a dualidade, certo x errado, bem x mal, pecado x virtude, Deus x Demônio, e você percebe que tudo tem seu oposto, luz e escuridão,se não fosse a luz não existiriam as sombras.Então o equilíbrio , talvez a perfeição não está em ser uma coisa ou a outra, mas tê-las dentro de si. Eu lembro de uma pessoa que admiro muito falando o seguinte: " Deus criou o demônio para que houvesse o equilíbrio, até porque sem o mal não existiria o bem". Será que compreendes?

Um ponto negativo é a pouca exploração dos personagens, não acompanhamos de perto o médico , nem o monstro, tudo se desenrola pelas reflexões e desconfianças de um amigo advogado. Gosto de acompanhar os dramas dos personagens pelas próprias pernonas. Criar laços e eles se tornam bem explorados o que faltou na narrativa, isso a deixa um pouco pobre e superficial.



site: http://aportadomar.blogspot.com.br/

Bruu 15/09/2022

Conhecendo o monstro que habita em nós ??
?O Médico e o Monstro? é uma novela gótica, que possui elementos de ficção científica e terror, escrita pelo autor escocês Robert Louis Stevenson. Publicada originalmente em 1886 pela editora Longman, com o título ?Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde?, é considerada um clássico da literatura gótica e atualmente é vendida em diversas edições. Já recebeu duas adaptações para o cinema, além de ter servido de inspiração para a criação de muitos outros personagens no mundo da literatura e TV.
A história é narrada por Gabriel John Utterson, um advogado que decide tentar descobrir o porquê de seu amigo Henry Jekyll, um respeitável médico, ter deixado como único beneficiário de seu testamento o repulsivo senhor Hyde, um homem que cometeu alguns crimes terríveis. Desconfiado de que Hyde poderia estar chantageando seu amigo, Utterson decide investigar, a fim de descobrir ele mesmo que tipo de relação se estabelecia entre eles. É assim que, ao longo da história, ele descobre que Jekyll, que vinha agindo de maneira estranha, escondia na verdade um enorme segredo.
É um livro muito bem escrito, que prende seu leitor do início ao fim. A espera e expectativa pela tão aguardada reviravolta final, ou seja, o motivo pelo qual o Dr. Jekyll estava agindo de uma maneira tão estranha e qual a relação que ele possuía com Hyde, fazem com que o leitor não queira largar o livro enquanto não terminar a leitura. Por se tratar de uma novela, é um texto relativamente curto, mas que consegue trazer uma trama genial e diversas reflexões aos leitores, principalmente a respeito do que seria ?bom? e ?mau? e de como essas características se expressam em cada um de nós. Stevenson retrata essas questões de uma maneira brilhante e totalmente original para a época, se utilizando da figura do Dr. Jekyll ? um homem de alta estatura, agradável e inteligente ? para representar o bem presente nos seres humanos, e de Hyde ? descrito como frio, pálido e nanico ? , representando a parte má, vingativa e desonesta.
Como citado anteriormente, a novela pertence à literatura gótica. Sendo assim, recomendo o livro imensamente àqueles que se interessam por livros nesse estilo. No entanto, é importante que se tenha em mente que, apesar de ser um livro gótico, foge dos padrões existentes ao se tratar de obras do gênero; ao contrário do que normalmente é encontrado, essa história não possui locais mal assombrados, cenários medievais ? como castelos, igrejas e florestas ?, maldições e profecias, e sim se utiliza de elementos de ficção científica na composição da trama. Ademais, recomendo a leitura aos que buscam conhecer melhor o gênero, ou que procuram um livro curto, que ainda assim tem uma história elaborada que causará reflexões.

Daia26 12/03/2022

História intrigante
O livro é muito bom em si, mas algumas vezes é cansativo de ler, o mistério dele é maravilhoso, um livro que você lê em um dia, mas como estava sem tempo demorei.

Amanda 13/09/2020

Surpreendente
Só tive interesse de ler porque era o título de uma música da Banda Resgate, mas não imaginei que a reflexão do livro fosse tão profunda!

Elisabete 24/10/2023

"Se sou o maior dos pecadores, também sou o maior dos sofredores."

Henry Jekyll é um médico de meia idade com uma reputação sem manchas e muito bem visto pelos amigos e pela sociedade. Seu advogado e amigo Utterson, estranha quando um desconhecido, Edward Hyde, passa a ser associado ao médico, além de se tornar seu herdeiro. Imaginando que algo está estranho, que talvez ele esteja sofrendo alguma chantagem, o advogado começa uma investigação para tentar ajudar o bom e amigo Dr. Henry Jekyll.

Uma leitura leve e curta cheia de reflexões entre o lado bom e mau do ser humano.
Como nossas escolhas e atitudes são importantes na nossa vida.
Um clássico que vale a pena!