Naty 18/10/2010www.meninadabahia.com.br
" - Não consigo me concentrar em nada que não seja você, quando você tá triste.
- Ah, Ryan. - Como ela poderia defender seu coração contra aqueles ataques de candura? - Eu não tô triste.
- Você é a mulher mais triste que eu conheço. - Ele beijou os dedos dela. - Mas a gente vai consertar isso."
p. 331
Fiesole é uma cidade na região da Toscana, situada na província de Florença. Durante o Renascimento, se tornou um popular destino de férias para famílias abastadas, como os Médici. É nessa cidade, que anos depois um bronze em formato de mulher é encontrado.
O instituto Standford-Jones, dirigido pela dama de ferro Elizabeth, conseguiu o direito de autenticar o bronze. A única pessoa especializada em bronzes na qual ela tinha absoluta certeza da competência é sua filha Miranda.
Miranda Jones é intimada a comparecer à Florença. Seu relacionamento com a mãe não pode se definido como amoroso, apenas cordial, tolerável. Se Elizabeth a chamou é porque a importância é grande.
Depois de se assaltada e ter seus documentos roubados, Miranda consegue chegar à Florença com uns dias de atraso. O bronze fiesole é lindo. A Dama Sombria, amante de Médici, foi retratada com tal realidade, que mesmo sem fazer testes, Miranda poderia afirmar, que a obra é autêntica.
Todos os testes corroboraram sua certeza. O bronze é da era renascentista!
De volta ao Estados Unidos, o instituto de arte de sua família, dirigido por ela e seu irmão, Andrew, é assaltado. Um bronze é furtado.
Ryan Boldari é dono de algumas galerias, mas seu verdadeiro trabalho é roubar. Ryan é ladrão profissional. Como ele costuma lembram: alguns nascem advogados, outros contadores... Ele nasceu para ser ladrão. Esse é seu dom. Sua arte.
O bronze roubado do instituto Jones seria seu trabalho de aposentadoria. Prometera à família que pararia, mas o bronze era falso! Agora ele precisava ‘limpar à barra’ com o cliente.
Miranda fica surpresa ao descobrir que Ryan é ladrão, afinal ele é rico. E fica mais surpresa ainda com sua proposta: ou ela ajuda a descobrir onde está o verdadeiro bronze ou ele espalha que as obras do instituto são falsificadas.
"- Alguém roubou alguma coisa de sua amiga? (pergunta a mãe de Ryan)
- Eu roubei – ele disse com facilidade, juntando às mulheres na mesa. – Acontece que era uma falsificação. A gente tá tentando endireitar a situação.
- Ótimo.
- Espera um minuto. – Miranda levantou às mãos. – Ótimo? É isso que você tem a dizer? Ótimo? Quer dizer que você sabe que seu filho é ladrão?
- O quê? Você acha que eu sou idiota? – Maurren secou as mãos antes de levá-las à cintura. – É lógico que eu sei.
- Eu não entendo. – Ela pressionou as mãos contra a cabeça. - Como é que você pode encorajar seu filho a ser um fora da lei?
- Encorajar? – Maurren deu aquela gargalhada plena novamente. – Quem precisa fazer isso? Decidida a dar à vista uma explicação, ela se desfez do pano de prato. – Você acredita em Deus?
- O quê? O que uma coisa tem a ver com a outra?
- Quando Deus lhe dá um talento, é um pecado não fazer uso... Deus poderia ter dado a ele talento para a música, como fez com minha Mary Jo, que toca piano como um anjo. Deus deu esse talento a ele, em vez disso.
...
- Você sabe o que ele fez com esse talento? ...Ele compra casa para a família, ele manda os irmãos e irmãs pra faculdade. Nada disso seria possível. Por mais que eu e Giorgio trabalhemos duro não se mandam seis filhos pra universidade com salário de professor. Deus deu a ele um talento, um dom – disse novamente, e apoiou a mão no ombro de Ryan – Você quer discutir com Deus?"
p. 223-225
Em seguida, sua mãe lhe informa que o bronze fisole é uma cópia barata, mas bem feita. Miranda fica arrasada. Dois bronzes autenticados por ela são falsos. Sua reputação está comprometida.
Junto com Ryan ela parte para Florença para desvendar esse mistério e, ao mesmo tempo, tentar se controlar pela forte atração que sente por Ryan. Ela precisa manter o foco, afinal ele lhe roubou. Pior, quer descobrir onde está o bronze original para lhe roubar novamente.
Com uma trama eletrizante, ação do início ao fim, Bellissima, de Nora Roberts (Bertrand Brasil, 546 páginas, R$ 55,00) é de tirar o fôlego. Passeando desde o setentrional Maine com suas planícies abundantes, até Florença, berço do Renascimento italiano, somos levados a uma fascinante viagem pelo mundo da arte e do crime.
Escrever é um dom. Reconhecemos um bom livro quando o autor cumpre o que promete. E Nora Roberts faz isso melhor do que ninguém. Me vi torcendo pelo Ryan. Não o julguei, nem condenei apesar dele ser ladrão e querer roubar Miranda ao mesmo tempo em que queria amá-la. Ele é misterioso. Sexy. Perigoso. Tal como Miranda, somos atraídas pelo magnetismo natural de Ryan. E o cenário ao fundo da trama? É simplesmente bellissimo. A casa de Miranda no Maine, lembra o Acadia National Park. Uma charmosa propriedade com seu próprio farol.
Se você é fã de Nora Roberts, com certeza irá concordar que ela acertou maravilhosamente bem nessa história. Tudo é perfeito. E para você que ainda não leu nada da diva: que tá esperando mesmo para ler? Como Alberto Mussa diz: a vida é curta, por isso escolha bem o que irá ler.
Nora Roberts não pode faltar na estante da sua casa. Recomendo.