Isabela 20/02/2023
Por quantos séculos uma história pode sobreviver?
Ao ler este livro fiquei pensando como um autor (Homero) consegue dar vida a personagens que continuam atravessando milênios e se mantém vivos em nossas fantasias.
Agora, essa história ganha uma nova narrativa, que coloca um pouco mais de protagonismo nas mulheres que viveram no Palácio de Príamo. Aqui, a vida delas é retratada principalmente no pós-guerra. Cassandra, ilustra bem os desafios que essas mulheres enfrentavam ( e ainda enfrentam) silenciadas e desacreditadas, impedidas de escolher a própria vida, tendo seus destinos traçados e decididos por meio de jogos de poder, pelos homens. Assim como eram as relações entre deuses e humanos, através das oferendas os deuses escolhiam de que lado decidiam ficar. Gostei da autora colocar Helena como "pretexto" para Guerra, mas ainda assim, o arco com Helena me incomodou. Minhas personagens preferidas aqui são Cassandra e Hécuba, que também são as mais desenvolvidas na história, gosto de Polixena também, mas ela não teve muita profundidade aqui. No final, achei que o último capítulo não foi bem inserido, ele poderia entrar como um Posfácio, para dar mais espaço para um bom fechamento do penúltimo capítulo. Já as ilustrações são bem bonitas e amarram bem a história.