Vitória 18/12/2020
Citações favoritas
Simplesmente dizer orações não é orar. (Pág. 14)
Assim, em certa medida, a mesma dúvida que paira sobre a eficácia de nossas orações a Deus também paira sobre nossas orações aos homens. (Pág. 16)
Deus é o ser para o qual ele está orando - o objetivo que ele está tentando alcançar. Deus também é o algo dentro dele que o está fazendo seguir em frente - o poder motivador. Deus também é estrada ou ponte que ele terá de percorrer para alcançar o objetivo. Assim, toda a vida tríplice do ser tripessoal está realmente se dando neste pequeno quarto comum onde uma pessoa comum está fazendo suas orações. (Pág. 17)
A oração só pode ser uma de duas coisas: ou uma ilusão completa, ou um contato pessoal entre pessoas embrionárias e incompletas (nós mesmos) e a Pessoa totalmente concreta. (Pág. 18)
Talvez seja um mistério a razão de ele nos ter permitido provocar acontecimentos, mas é igualmente extraordinário o fato de ele nos ter permitido provocá-los por meio da oração, mais do que qualquer outro método. (Pág. 30)
Os dois métodos pelos quais podemos provocar acontecimentos são chamados de trabalho e oração. (Pág. 31)
As orações nem sempre são - no sentido bruto, factual da palavra - "atendidas". O motivo não é porque a oração é um tipo mais fraco de casualidade, mas porque é um tempo mais forte. Quando ela "funciona", ela funciona de modo ilimitado no espaço e no tempo. É por isso que Deus recebe um poder arbitrário para ora atendê-las, ora negá-las; sem esta condição, a oração nos destruiria. (Pág. 32)
Presumo qur somente a atenção de Deus mantém a mim (ou a qualquer outra coisa) existindo. (Pág. 44)
Ao desvelar-nos, ao confessar nossos pecados e "fazer conhecidos" nossos pedidos, assumimos a alta posição de pessoas diante de Deus. (Pág. 45)
Devemos colocar diante dele o que está em nós, não o que deveria estar em nós. (Pág. 49)
O estado de espírito ordenado é uma das bênçãos pelas quais devemos orar, não uma fantasia que devemos vestir quando oramos. (Pág. 50)
Acredito que às vezes podemos ser dissuadidos de fazer pequenas orações por um senso de nossa própria dignidade, e não por causa da dignidade de Deus. (Pág. 50)
Toda oração que fazemos está unida à oração perpétua de Cristo e é parte da oração da Igreja. (Pág. 58)
Cada acontecimento na peça acontece como resultado de outros acontecimentos; ao mesmo tempo, cada acontecimento acontece na peça porque o poeta assim o deseja. (Pág. 62)
Todas as orações são ouvidas, ainda que nem todas sejam atendidas. (Pág. 65)
Acredito que esta atitude - de enfrentar com sobriedade aquilo de que já temos consciência e colocá-lo diante de Deus sem desculpas, de pedir com sinceridade seu perdão e graça, e de decidir fazer todo o possível para melhorar - seja a única maneira pela qual podemos conhecer o erro fatal que está sempre diante de nós, em vez de apenas procurar ser perfeitos para nosso cônjuge ou nos tornar melhores chefes ou empregados. (Pág. 69 - 71)
É engraçado ver como os mortais sempre nos acusam de enfiar ideias em suas cabeças: na verdade, nosso trabalho mais importante é manter coisas fora delas. (Pág. 79)
Sempre que estiverem a serviço do Inimigo, teremos dido derrotados, mas há formas de impedi-los de fazer isso. A mais simples é desviar a atenção deles para si mesmos. Mantenha-os ocupados com os próprios pensamentos e tentando produzir sentimentos pela ação de suas próprias vontades. (Pág. 80)
Sempre que houver oração, haverá o perigo de sua ação imediata. (Pág. 80)
Mas qualquer que seja a natureza do objeto composto, você terá de mantê-lo orando para aquilo - para a coisa que ele fez, não para a pessoa que o tenha criado. (Pág. 81)
Existe mesmo essa coisa chamada receber mais do que aquilo que estavam pedindo. (Pág. 82)
Não importa quão pequenos são os pecados desde que o seu efeito cumulativo seja o de desviar o homem para longe e para fora da luz, direto para o Nada. (Pág. 88)
A estrada mais segura para o Inferno é gradativa - a ladeira é suave, o solo é macio, sem curvas acentuadas, sem marcos e sem postes indicadores. (Pág. 88)
Não devemos fazer da vida cristã um sistema meticuloso de leis... [por] duas razões: (1) aumenta nossa hesitação e dúvida quando não mantemos a rotina e (2) nossa presunção quando a mantemos. Nada é mais eficaz para dar alguém um falso senso de boa consciência do que guardar regras, mesmo quando há ausência total de amor verdadeiro e fé genuína. (Pág. 101)
É a presença real do Espírito Santo, não a sensação de sua presença, que gera Cristo em nós. A sensação da presença é uma dádiva adicional, e somos gratos por essa percepção quando ela ocorre. (Pág. 103)
Aliás, o que normalmente mais interrompe a nossa oração não são grandes distrações, mas distrações pequenas - aquilo que devemos fazer ou evitar durante a próxima hora. (Pág. 104)
Devemos tentar viver a vida um momento de cada vez. (Pág. 104)
O indivíduo não se arrisca a alcançar o eterno até ter primeiro se assegurado das coisas temporais. (Pág. 110)
Nossa tentação é a de olhar intensamente para o mínimo que seria aceito. (Pág. 111)
Nossa real proteção deve ser buscada em outro lugar; na vida cristã comum, na teologia moral, no pensamento racional estável, no conselho de bons amigos e dois bons livros e, se necessário, num líder espiritual capacitado. Aulas de natação são melhores do que uma corda salva-vidas até a praia. Fica claro que essa corda salva-vidas é na realidade uma corda mortal. Não existe paralelo para pagar os impostos e viver do restante, pois não um tanto de nosso tempo e de nossa atenção que Deus exige; não é nem todo nosso tempo nem toda nossa atenção, mas a nós mesmos. (Pág. 112)
Ele reivindica tudo, porque ele é amor e deve abençoar. Ele não poderá nos abençoar a não ser que ele nos tenha. Quando tentamos demarcar dentro de nós uma área que é nossa, acabamos por manter uma área de morte. Portanto, em amor, ele exige tudo. Não existe negociação com ele. (Pág. 113)
Os salmistas são, ao mesmo tempo, menos arrogantes a esse respeito do que o pior dentre nós, e menos humildes - ou talvez menos surpresos - do que o melhor dentre nós. Seu apetite tem toda a espontaneidade alegre de um anseio natural, até mesmo físico; é uma apetência exultante e despreocupada. (Pág. 131)
Neles [salmos] encontro uma experiência totalmente centralizado em Deus: o rogar por sua presença como bem mais urgente, o dom de si mesmo, jubiloso nos termos mais absolutos e inconfundivelmente real. O que vejo, por assim dizer, na face dos antigos poetas me fala mais sobre o Deus a quem eles e nós adoramos. (Pág. 135)
Para a maioria de nós, a oração do Getsêmani é o único modelo. A de mover montanhas pode esperar. (Pág. 140
Preciso de Cristo, não de algo que se assemelha a ele. (Pág. 144)
Falamos e nos relacionamos não com homem em si, mas com a figura - com o précis - que fizemos dele em nossa mente. E só nos conscientizamos desse fato quando tal homem se afasta, e muito, dessa imagem superficial que construímos. (Pág. 145 - 147)
O sofrimento não é bom em si mesmo. A característica "boa" de qualquer experiência dolorosa jaz, para o sofredor, em sua submissão à vontade de Deus e, para o espectador, na compaixão aguçada e nos atos de misericórdia que ela desperta. (Pág. 152)
Pecados fazem a graça superabundar, mas não podemos fazer desse fato um pretexto para continuar pecando. (Pág. 153)
Algumas pessoas se sentem culpadas por suas ansiedades e as consideram um defeito da fé. Não concordo com isso de jeito nenhum. Elas são aflições, não pecados. Como todas as aflições, elas são, se assim podemos considerá-las, nossa participação na Paixão de Cristo. (Pág. 162)
Todos tentamos aceitar com alguma submissão nossas aflições quando elas chegam de fato a nós. Mas a oração no Getsêmani mostra que ansiedade que a precede é, em igual medida, a vontade de Deus e parte nosso destino humano. O Homem perfeito experimentou isso. E o servo não é maior do que o mestre. Somos cristãos, não estoicos. (Pág. 164)