Giovana | Blog Dei um Jeito 12/05/2021
Sofro tanto com uma certa relação de irmãs
Yolk é o lançamento da autora Mary H K Choi (do livro Contato de Emergência), em que conta a história de duas irmãs que precisam trocar de identidade entre si.
Jayne e a irmã vivem em Nova York, mas cada uma para o seu lado por conta de estarem em fases diferentes da vida: Jayne uma estudante e estagiária que faz pouco tempo que mora ali e a June que é recém formada e bem encaminhada na vida, e também por ambas não serem tão próximas e nem buscarem ser.
A razão de elas ficarem mais próximas é quando June conta para a irmã que está com câncer no útero e não querer que os pais descubram para não ter maiores complicações, e já que Jayne está com problemas de onde morar e não sabe demonstrar direito que se importa e se preocupa, elas começam a morar juntas e se ajudar.
Em mais um capítulo de "defenda o SUS", a razão de June precisar trocar de identidade é que ela perdeu o emprego e por consequência o seguro de saúde, precisando pegar a identidade da irmã para não ficar com uma dívida que nem hipotecando a alma resolveria.
A relação das irmãs é o puro suco de uma frase da famosa música Mulher de Fases: complicada e perfeitinha, pois tem muita coisas que ambas fizeram uma com a outra que atrapalharam muito o crescimento delas, mas nada que venha do ódio e tem muitas outras coisas que elas fizeram para se ajudar, que claramente veio de amor que elas sentem.
A forma que eu fui me preocupando com as irmãs começa pela raiva de parecer que as duas não funcionam juntas e mais se atrapalham do que se ajudam, e depois foi indo para um nível que dá vontade de pegá-las para criar com muito leite Ninho, em que mostram que elas vinham lidando completamente sozinhas mais coisas do que deveriam, e que elas sempre se ajudaram sim.
O livro segue do ponto de vista da Jayne, e por ela vemos também as relações dela sendo uma coreana que cresceu nos EUA, seja os relacionamentos amorosos e o fator fetiche asiático, e também com uma criação com palavras muito rígidas. E também tem a carga de que ela sempre foi vista por si mesma como quebrada, por sofrer de ansiedade e bulimia.
Tudo isso parece ser o plot de sick-lit em que o objetivo é só mostrar desgraça, mas boa parte dos plots são fechados de forma positiva e esperançosa (o único ponto que eu não me agradei 100% foi o romance), com um tom semelhante à de Céu sem Estrelas, que é super indicado para quem gostou desse livro e vice-versa.
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