spoiler visualizarRomildo 15/04/2018
Paris no século XX - Júlio Verne(1828-1905)
Júlio Verne escreve esse livro com a intenção de descrever um futura para Paris, sendo um pensamento inimaginável para sua sociedade. Ocorrendo por isso a desaprovação do editor parisiense Pierre-Jules Hetzel de publicar sua obra; mas por mais de um século depois a descoberta dos seus manuscritos fez com que finalmente fosse lançada e chegasse por fim nas mãos dos leitores.
História do livro:
Em uma sociedade focada apenas em lucro e evestimento, o único concorrente Michel Dufrénoy acaba por ganhar um prêmio de versos latinos; mas tendo uma grande desaprovação da população e de seus parentes; afinal bem sabia ele que em um século movido por ganância e máquinas sua vida de poeta não iria levá-lo a lugar nenhum.
Preocupado com seu nome e o da família, seu tio e tutor Sr. Boutarrdin acaba por força-lo a trabalhar no aparelho de calcular n°4 no banco da família; mas ocorrendo de ele ser um grande desastre em exatas e sendo mandado para o "Grande livro"(um livro de anotações de seis metros de altura, com folhas brancas de três metros, letra de três polegadas e escrito com tintas multicores e marcações em tinta de ouro) com a função de ditar para Quinsonnas(cargo guarda-livros, trinta anos,sonho de ser músico, mas tinha que trabalhar para comer)toda a contabilidade do banco, incluindo artigos de jornais, transportes de soma e outras coisas relacionadas. Com críticas em sua estrutura, a história vai se desenvolvendo...
Alguns trechos favoritos:
"Pobres diabos cujas habilidades a Sociedade se recusa a utilizar,uma dessas bocas inúteis em que se põe cadeado para não ter que alimentá-las."(Quinsonnas)
"Primeiro dever do homem é ganhar dinheiro."
"Esse mundo não passa de um mercado, uma imensa feira, e é preciso distraí-lo com gracinhas de bufão."
"Se ninguém mais luta por questões de honra, por acaso alguém irá fazê-lo por questões políticas? Se os indivíduos já não empunham a espada, por que os governos iriam tirá-la da bainha? As batalhas jamais foram tão numerosas quanto na época dos duelos, e se não há mais duelistas, tampouco há soldados."
"Hoje em dia se diz: quanto isso me rende? Pois bem, no dia em que uma guerra render alguma coisa, à maneira de um negócio industrial, haverá guerra."
"Michel, um poeta, Jacques, um soldado, e Quinsonnas, um músico, e isso no momento em que não há mais música nem poesia nem exército! Somos pura e simplesmente uns tolos."
"Basta, meus filhos, basta desta volta ao passado! Pensemos no presente, e que o industrialismo retome seu império!"(Quinsonnas)
"Um dicionário de 1960, caso queira conter todos os terrmos em uso, tem o dobro da grossura de um dicionário de 1800! Deixe-lhe a tarefa de pensar o que vamos encontrar nesse dicionário!"(tio Huguenin)
Minha opinião: um livro interessante, com críticas a serem levadas em consideração até nos tempos atuais, com personagens fortes,decididos e uma grande estrutura.mas achei que teve mais biografia do autor do que uma história de verdade, no começo foi pelo menos 30 páginas só falando dele e no final também, bem desnecessário esse monte de paginas só dele(resumo é bom e não cansa o leitor).
Tendo um pequeno romance no meio do livro, do nada, e com esse nada o protagonista fica doido de paixão, com diálogos forçado em algumas partes e ocorrendo comentários da parte do amigo do principal(Quinsonnas) que achei bem desnecessário, mostrando um personagem que acredita que o mundo é só para os homens(tipo: "Balzan, que entendia do riscado, apregoou-a em sua famosa carta a Steandhal: A mulher, diz ele, é a paixão, e o homem, a ação, e era por isso que o homem adorava a mulher. Pois bem, hoje ambos viraram ação e é por isso que já não há mulheres na França.").
Tirando essas partes e pensando no geral a história tem críticas fantásticas, e uma escrita leve, de fácil compreensão e bem estruturada. Um livro que eu leria de novo(tirando as partes chatas de biografia kkk).