Isabel 15/08/2010Não Gostei“Quando os restos de uma jovem foram encontrados no Instituto Neurológico de Connecticut, Carmine Delmonico é chamado para a investigação. Esse é o primeiro de uma série de crimes horripilantes, e logo Delmonico percebe que está mergulhado no seu mais perplexo e aterrorizante caso (...) Infiltrado nesse ambiente, ele se aproxima de Desdemona Dupre, pessoa que pode ajudá-lo a descobrir os segredos, políticas e informações escondidas ali.(...).”
Tinha tudo para ser um ótimo livro. Um policial daqueles de arrepirar: Em 1965, meninas de 16 anos que são sequestradas, estupradas e mortas.Todas sem cabeças, alguns corpos são incinerados.
Mas.... para mim a autora exagerou na, vamos dizer, criatividade. A história tornou-se extremamente inventiva. Você para e pensa: Ué!Como assim? Um monte de policiais, amigos de infância e ninguém desconfiou que a mulher não era mulher? Ninguém reparou que quem morreu não era ele, mesmo com um enterro de caixão aberto? Ela não viu que quem estava ali, na sua frente, era a sua melhor amiga? Quem leu ou quem ler o livro vai entender exatamente do que estou falando.
Outra coisa que não gostei foi a falta de ação. Certo, tem muitas mortes, mas cenas de ação não. O que tem é que você fica sabendo que uma menina foi sequestrada, a polícia faz um monte de visitas aos suspeitos e parentes das vítimas, a menina aparece morta e....só. Não tem, por exemplo, a cena do sequestro, nem a cena da morte, nem uma caçada implacável pelo assassino, nem interrogatórios empolgantes (por sinal ninguém, em toda a história é levada à polícia para ser interrogada) e pistas, só lá pela página 260. As visitas/entrevistas aos suspeitos, que são somente 39, são chatas e cansativas e nunca levam a nada. O Tenente Delmonico, em momento algum, tem a menor ideia de quem é o assassino.
Apesar de saber da sua importância para poder começar a pensar em quem é o assassino , as cenas do cotidiano dos suspeitos são muito descritivas, cansativas e desanimadores. Como elas são logo no início do livro, deu vontade de abandoná-lo, mas, heroicamente, fui em frente.
Outra coisa que não gostei e que sempre me irrita em alguns livros são as fantásticas descobertas por acaso e a maior descoberta do Tenente Delmonico foi através de um escorregão. O cara escorrega e acha a evidência mais importante da história.
Também o romance que surge entre o Tenente Delmonico e Desdemona Dupre foi sem sal e não precisava ter acontecido. Por falar em Desdemona Dupre, mulher é um espanto. Ela consegue escaldar dois andares do prédio onde mora se agarrando através das sacadas e depois pula de sacada em sacada por doze vezes até chegar no apartamento do tenente. Detalhe, as sacadas tem três metros de distância uma da outra, estava fazendo -18ºc, tudo congelando, ventando e ela estava somente de pijama de flanela, meias e luvas.
Bem, enfim, o livro não foi nada do que eu esperava e as duas estrelas é uma bondade.