A janela de esquina do meu primo

A janela de esquina do meu primo E. T. A. Hoffmann




Resenhas - A Janela De Esquina do Meu primo


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cecilia 09/05/2022

não leio nenhum texto pra faculdade desde então.
mó fofoqueiro, achei meio psicopata também. o homem fica na janela falando da vida dos outros, se eu visse um velho me espionando pela janela eu saia correndo.
odeio teoria literária.
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grungroses 10/04/2022

gostei bastante do livro. tentei sintetizar os pontos importantes na minha cabeça pra me permitir uma interpretação relevante da obra. o pósfacio ajuda demais como uma contextualização histórica da época que o conto foi escrito, apesar de já termos várias características da época na própria história.

gostei muito da narrativa. senti que o primo, ao incentivar o narrador à usar sua lupa para observar as pessoas, somos transportados para o zoom que o objeto causa, nos fazendo observar com foco detalhadamente o que se passa, assim como ele.

é curioso o fato de que o primo pede ao narrador para parar de observar a multidão como uma única massa humana, a fim de fazê-lo criar "um olho que realmente enxergue". mas ao observar a feira, o primo especula situações que fazem as pessoas estarem ali, ele cria histórias de vida para elas, de um jeito que até modifica a realidade.

através das relações e situações observadas na feira, conseguimos nos transportar para uma reunião alemanha nos anos de 1820, após o domínio francês de napoleão bonaparte entre os anos de 1806-1815. é possível notar o funcionamento dessa sociedade, e a ascensão da burguesia moderna ao observar as diferenças de classe e noção de civilidade exemplificados no texto.
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Luizinho 31/08/2020

É isso
Dois primos observando uma feira pela janela e fofocando sobre a vida alheia,

Interessante pra conhecermos um pouco do funcionamento da sociedade alemã nos anos de 1820
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Mel 04/03/2020

Para pensar
Foi show ler esse livro no inicio me parecia duas velhas fofoqueiras mas depois foi lindo ver a sensibilidade que o autor quis transmitir
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Jusley.Sousa 02/03/2020

Fuxiqueiros?
"Da janela eu vi cada estação fugir"(Os arrais).

Em minha experiência totalmente particular, considero que essa música transmite Muito bem um pouco do sentimento da narrativa.

Grandes críticas, ótimas observações dos seres humanos...
Amei o livro por ser um treino de imaginação de expansão do invisível.

Um misto de tristeza e fatalidade que ainda reservou espaço para observações cômicas e sarcásticas.
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Caroline Gurgel 18/07/2017

Edição caprichada de um ótimo e significativo conto
E. T. A. Hoffmann para mim sempre esteve muito mais ligado à música do que à literatura. Seus contos serviram de base para inúmeras peças musicais, como a Kreisleriana de Schumann, a aclamada ópera Os Contos de Hoffmann, de Jacques Offenbach, sem falar nos ballets Coppélia, de Delibes, e O Quebra-Nozes, de Tchaikovsky. Eu, que já o achava genial, descobri que ele influenciou grandes nomes da literatura como Dickens, Poe, Gógol, Baudelaire, Balzac e Dostoievsky. Quer mais? Crítico musical que era, foi um dos primeiros a reconhecer o talento de Beethoven.

A Janela de Esquina do meu Primo nos traz uma conversa entre o narrador e seu primo, um escritor inválido, que mora em um apartamento com vista para a Gendarmenmarkt, grande (e linda) praça em Berlim. Debruçados sobre tal janela, observando a feira que se desenrola à sua frente, os dois personagens nos descrevem com detalhes o que veem – e o que imaginam.

O resultado é um conto que transporta o leitor para outro século e nos faz enxergar com clareza tudo o que é narrado. Barracas de feira com seus comerciantes e clientes, roupas, as boas e as já puídas, flores, cestos de comida, bolsos de dinheiro, semblantes, gestos e trejeitos e até sentimentos.

O posfácio desta edição, escrito por Marcus Mazzari, nos indica que a história tem caráter autobiográfico. Mazzari diz que essa representação realística da sociedade burguesa moderna feita por Hoffmann já nos deixa muito do que será, décadas depois, o realismo de Balzac e Dickens, por exemplo.

A edição da finada Cosac é, como sempre, um capricho à parte. Lindas ilustrações, ótima tradução, papel com gramatura alta e texto com boa diagramação, tudo isso para um simples e curto – porém significativo – conto. Coisas da Cosac! É um livro para ler “em uma sentada só”, mas que me deixou com vontade de ler toda a obra do autor.


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iamMARCOSsS 19/11/2016

Belíssimo Livro
O autor conseguiu me prender do início ao fim, com apenas 77 páginas ele consegue passar tudo que deveria, demonstrar que não houve grande diferença em vários aspectos da sociedade, como eu queria uma edição de luxo desse livro?
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17/11/2016

A arte de enxergar
Não conhecia E.T.A Hoffman até ler esta obra, minha curiosidade sobre o autor surgiu após a leitura de um artigo, que o mencionava como uma das principais influencias de Dostoievski. Nesta obra curta, porém muito rica, é possível perceber a técnica da fisiognomonia (a arte de conhecer os homens segundo sua fisionomia, interpretação de seus traços), o livro é uma verdadeira aula de como enxergar, como fazer a leitura do ser humano. Mas para mim Dostoievski conseguiu ir mais longe, fazendo a descrição da psique dos personagens.

Toda a narrativa se passa no apartamento do primo do narrador, que foi acometido de uma doença degenerativa, impossibilitando-o de sair de casa e até mesmo de escrever. O narrador é chamado pelo primo para observar da janela as pessoas que passam pelo mercado central, e tais observações revelam as características dos personagens nos gestos, no modo de se vestir e nas interações sociais. Esta obra contém apenas 77 páginas e pode ser lido várias vezes. Recomendo como um verdadeiro exercício de observação para os futuros escritores, enriquecerá bastante o modo como se enxerga o cotidiano.
Walaceboto 21/11/2016minha estante
Gostei da Resenha. Me interesse pelo livro.


21/11/2016minha estante
Sim.Eu super recomendo, além do que a arte do livro é linda. =)




Eduardo A. A. Almeida 04/09/2011

BEM DIANTE DOS OLHOS
Trata-se da narrativa derradeira do alemão E. T. A. Hoffmann, publicada entre abril e maio de 1822, dois meses antes de seu falecimento, aos 46 anos, vitimado por uma doença degenerativa muito semelhante a do protagonista, que o impedia de andar e escrever.

Sem dúvida, o teor autobiográfico do texto é irrefutável. Merece destaque, entretanto, o relato que faz da vida social metropolitana daquela Berlim em plena transformação.

O personagem que dá título ao conto, escritor de certo renome, então condenado a passar os dias observando a vida acontecer através da janela de seu apartamento, tenta ensinar ao primo como enxergar a modernidade que se apresenta logo adiante, na feira livre do outro lado da rua.

O frenesi, o efêmero, o senso de civilidade, o comércio, os tipos urbanos, a burguesia em ascensão, as relações sociais e a nítida diferença entre classes – tudo isso aparece no conto de Hoffmann. Talvez o autor tenha sido o primeiro a explorar tais temas com tamanho afinco, embora a façanha ficasse mais conhecida com Edgar Allan Poe (O homem da multidão, 1840) e Charles Baudelaire (O pintor da vida moderna, 1863).

Com uma luneta em mãos, o escritor paralítico consegue se aproximar da multidão que se acotovela na praça, caminhar entre as pessoas e as observar uma a uma, em detalhes. Munido de olhos atentos e muita imaginação, passa a preencher as lacunas proporcionadas por esses breves encontros, inventando premissas e desenlaces, modificando a realidade por meio da ficção, recriando o mundo como lhe parece mais conveniente.

É um artifício que permite ao autor desenvolver os mais diversos assuntos, incluindo alguns bastante proféticos. Hoffmann denuncia, por exemplo, o preconceito com estrangeiros e a repulsa que a miscigenação de culturas provoca nos mais ingênuos, que desejam manter a identidade local intacta. Antecede, portanto, em quase dois séculos os anseios da globalização e as diferentes fobias sociais que, infelizmente, ainda constatamos nas cidades de hoje.

Há também o anonimato e o conflito paradoxal de se misturar à massa sem perder a individualidade, questões-chave do modernismo europeu. Observando pela janela o mundo em transformação, os atores do conto nos introduzem uma problemática que renderia reflexões por, no mínimo, mais cem anos.

Trechos:

"Falta-lhe a disposição mais elementar para poder seguir os passos de seu primo digno e paralítico, ou seja, um olho! Um olho que realmente enxergue! Aquela feira do mercado não lhe oferece senão a visão de um colorido e alucinante amontoado de gente se movendo num afã insignificante. Há, há! Ao contrário de você, meu amigo, vejo desenrolar-se um cenário variado da vida burguesa e meu espírito (...) inventa um esboço após o outro, cujos contornos mostram-se com frequência impregnados de malícia."

"Essa janela é meu consolo, aqui a vida alegre ressurgiu para mim e eu me sinto reconciliado com o movimento incessante que me proporciona. Venha, primo, dê uma olhada para fora!"
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lfcardoso 05/01/2011

Narrativa com traços autobiográficos
O livro traz a última narrativa completa do autor. Originalmente escrita para a revista alemã Der Zuschauer (O Observador), A janela de esquina do meu primo difere dos trabalhos anteriores de Hoffmann por não ser uma história fantástica nem fantasmagórica, além de apresentar características realistas.
De teor autobiográfico, a obra mostra a visita do narrador a um primo doente. Assim como o personagem enfermo, Hoffmann sofria de uma paralisia crônica que provocava fortes dores, e estava sob os cuidados de um enfermeiro. Há referências a outras obras do autor, como O pequeno Zacarias, chamado de Cinábrio e O pátio de Artur.
Impossibilitado de se locomover, a única forma do paralítico interagir com o mundo exterior é através da janela de seu apartamento, localizado em frente a uma praça. “(E)ssa janela é meu consolo, aqui a vida alegre ressurgiu para mim e eu sinto reconciliado com o movimento incessante que me proporciona”.
Durante a visita do narrador, o primo doente, que também é escritor, vai ensinar ao visitante “as primícias da arte de enxergar”. Através de observações e reflexões sobre os frequentadores de uma feira na praça que fica em frente à sua janela, o enfermo ao primo o que se esconde na multidão amorfa. O personagem escritor levanta hipóteses sobre a identidade de algumas pessoas presentes na feira a partir da aparência física, das roupas, dos gestos e do que elas compram ou vendem.
Além de ser assunto da conversa dos dois primos, a feira pode ser vista como “uma imagem fiel da vida eternamente mutável”. Apesar do intenso movimento e do barulho, chega o momento em que ela deve acabar, morrer. “(S)ilenciam-se as vozes que se misturavam e confundiam num barulho desordenado, e cada posto abandonado pronuncia de maneira extremamente vívida: acabou!”.
Através da conversa entre os dois primos, o autor apresenta um pequeno painel social da cidade alemã de Berlim no século XIX. Entre os assuntos abordados estão o comércio, os costumes e as mudanças no cenário urbano.
O posfácio escrito pelo professor de teoria literária da USP Marcus Mazzari enriquece a leitura da obra. O ensaio traz informações sobre a vida de Hoffmann e o contexto histórico-social em que a narrativa foi escrita. Mazzari faz comentários sobre o estilo e o enredo de A janela de esquina do meu primo.
O ilustrador Daniel Bueno recria a praça descrita por Hoffmann com a técnica de colagem, a partir de imagens do século XIX. Pequenas partes da grande ilustração de Bueno se juntam ao texto para dar ao leitor a sensação de estar observando pela janela as pessoas descritas pelos dois primos.
O tratamento editorial dado ao livro pela Cosac Naify merece elogios. Além da bela capa dura, o texto da obra está bem distribuído nas páginas do livro. Nada de letras minúsculas e linhas apertadas. Isso torna a leitura do livro bem agradável. É praticamente impossível discordar da opinião do professor de literatura e crítico Modesto Carone, expressa na quarta capa: “Quem ler sem dúvida vai gostar”.

Veja mais resenhas em http://www.literatsi.com/category/resenha/
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Paola 29/12/2010

Resenha aqui:
http://uma-leitora.blogspot.com/2010/12/janela-de-esquina-do-meu-primo.html
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