Tami 26/03/2012Sempre Marian KeyesMarian Keyes é uma paixão meio antiga minha, desde que li Melancia. Esse é o quarto livro dela que leio e, exceto "Um bestseller para chamar de meu", adorei todos. Ela sabe contar histórias femininas como ninguém e é quase impossível não achar alguma amiga parecida com alguém da história.
Esse livro se foca na vida de três personagens: Tara, Katherine e Fitan. Tara é uma mulher que está sempre brigando com o seu peso, com sua conta de cartão de crédito e que está em um relacionamento péssimo por medo de ficar sozinha. Katherine é a mulher bem sucedida no trabalho, certinha e organizada mas que tem o coração de gelo e não deixa nenhum homem se aproximar. E por último, Fitan é um gay bem resolvido e que tem um namorado que o ama. A vida deles começa a balançar quando Fitan é diagnosticado com uma doença grave, e todos eles começam a perceber a fragilidade da vida.
Eu morria de rir em algumas partes, principalmente quando o que o personagem estava passando se conectava com alguma história de amigas que eu conheço. Não lembro de em outro livro mencionar tanto para as pessoas "olha essa história, não parece algo que a gente conhece??".
"O amor era cego mesmo, sem sombra de dúvida. No caso de Tara, além de cego, era surdo, mudo, disléxico, andava torto e estava com um princípio de Alzheimer" (Pg. 21)
Apesar de ser um livro razoavelmente grande, a narrativa não fica cansativa e nem tem enrolações. Além dos três personagens principais, vamos conhecendo alguns outros que vão dando um toque especial na história: Thomas (o namorado de Tara), Amy (uma colega de trabalho de tara), Joe (um colega de trabalho de Katherine), Sandro (o namorado de Fitan), Lorcan (um lindo ator em decadência), entre outros. As histórias deles vão se entrelaçando com os nossos personagens principais e, no final, todos nos parecem velhos conhecidos.
Pra mim, a Keyes é a rainha do chick-lit. Ela sabe transpor todas as dúvidas e medos das mulheres para o papel de forma inigualável. Até hoje não encontrei uma personagem dela que me deixasse com a sensação de "ah, uma pessoa assim não existe". Todas aparecem com suas qualidades e defeitos muito bem retratados.
Esse livro tem um tom um pouco triste em alguns momentos devido à doença de Fitan. Além disso, ele traz uma reflexão sobre as nossas atitudes e sobre como muitas vezes vamos levando uma situação "com a barriga" pelo medo do desconhecido. Ou por achar que as coisas simplesmente vão melhorar sozinhas. É um bom livro para ver se não estamos cometendo os mesmos erros dos personagens.
Enfim: recomendo!
Resenha publicada em: http://gavetaabandonada.blogspot.com.br/2012/03/resenha-e-agora-ou-nunca.html