Danika 01/04/2011A vida como ela éO Arquiteto do Esquecimento foi um dos melhores livros que eu li este ano. Sempre gostei de livros que tratassem da realidade. De pessoas normais, com anseios comuns, vidas comuns, que sofrem e batalham para conseguir viver. A literatura Fantástica é um gênero que eu amo. Mas a ficção misturada com a realidade é algo que realmente me encanta e me atrai. São histórias como a de Doran Visich que nos fazem perceber o quão difícil é lutar pela vida em um mundo destrutivo e ganancioso.
Doran Visich, nasceu na Polônia e vivia num pequeno vilarejo com seus pais, seu irmão mais velho e a irmã caçula, e onde quase todos moradores eram judeus. Tudo de que eles precisavam tiravam da sua própria terra. Seu irmão trabalha com o pai e ele ficava em casa com a mãe e a irmã mais nova, a quem amava muito e tinha como melhor amiga. Companheira de suas travessuras Constantine era uma menina feliz que não parava quieta e que, sempre quando aprontava, jogava a culpa em Doran. Desde pequeno Doran demonstrava ser de uma inteligência rara. Sempre curioso, aprendeu a ler e a escrever só observando o irmão. Quando começou a frequentar a escola já sabia de tudo.
Tudo ia bem até a chegada dos Alemães na Polônia. A invasão dos nazistas começou a aterrorizar todos os habitantes. Tentaram criar um esconderijo e salvar as mulheres e crianças. Mas nem tudo saiu conforme planejado. Quase todos morreram e os que sobreviveram foram levados aos campos de concentração e viviam sob condições sub-humanas. Maltratados e agredidos a todo o tempo, eles viviam trabalhando forçado para os nazistas. Ou eram usados como cobaias em experimentos. Doran foi um desses condenados. A todo momento pedia para morrer. Era mais fácil enfrentar a morte do que enfrentar a dor na alma pela perda de sua família e a dor a que era submetido todos os dias.
Nada no livro foi tão chocante, tão angustiante, e ao mesmo tempo tão vivo quanto o relato de Doran na época do holocausto. Quando ele relembra tudo o que aconteceu faz você ficar horrorizada. Tudo pelo que aquelas pessoas passaram, tudo o que viveram, o que sofreram. É realmente um momento absurdo, mas que infelizmente aconteceu. (meu eterno desprezo ao füher)
Quando a queda do nazismo já era quase uma certeza, Doran levado a outra concentração nazista, mas devido a um acidente durante a viagem, consegue fugir.
Depois Doran aparece em Viena, falando com Isabel. Isabel é a filha do professor Millen, que morreu a pouco tempo de um ataque cardíaco. Doran trabalhava para o professor e tinha relatos importantíssimos que precisava contar a Isabel. Daí começa uma caçada interminável por este segredo. O professor Millen trabalhava em um projeto de uma nova droga. E Doran é o único que tem a fórmula. Países de grande potência são capazes de entrar em guerra por ela. Uma droga que mudaria a história da ciência para sempre. A droga do Esquecimento.
O livro é ÓTIMO! Sem comentários.
Algumas coisas que ficam soltas na história e só vão se revelando lá no fim do livro. O autor nos deixa, as vezes, um período de tempo em aberto, sem muitas explicações. Não que fique dúvidas, mas seria interessante saber. Como ele consegue escapar dos oficiais nazistas por exemplo, ou os meses que se passam entre ele e Isabel. Bem, talvez isso estenderia demais o livro. Já são 467 páginas de muita luta. Mas, no fim...
Bem, o fim eu não conto. Eu ia tentar fazer uma resenha menor. Juro. Mas não fui muito feliz! O livro é muito dinâmico, tem sempre algo a se falar e eu deixei de dizer muitas coisas que era para ter dito;
Espero que vocês tenham oportunidade de ler este livro. Meu parabéns ao autor! Espero poder ler outros livros seu, Marcos Bulsara. Já ganhou uma fã. =)