Samantha @degraudeletras 13/07/2014THOR, Brad. O Último Patriota. 1°ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2010.É inegável que a grande maioria dos livros contribui para o enriquecimento do conhecimento de mundo do leitor, isso é encantador. Em O Último Patriota pude aprender mais sobre o fundamentalismo islâmico (que em minha mente só havia uma associação medíocre entre religião e política, mas nada muito definido), sobre o terceiro presidente dos Estados Unidos da América, Thomas Jefferson e ainda citou e explorou um clássico da literatura hispânica, Dom Quixote.
Misturado a esses três principais pontos, o livro tem uma narrativa muito semelhante a de Dan Brown em O Código da Vinci. É impossível não fazer essa comparação, uma história cheia de conspiração e cenas de ação que se passa num intervalo de tempo curto, é válido ressaltar também aquela mesma sensação de quanto se lê os livros do Dan Brown de pesquisar até onde os fatos históricos são verdade e onde começa a ficção.
Anthony Nichols é um estudioso de Thomas Jefferson e trabalha para o atual presidente dos Estados Unidos em busca de informações que prometem reestruturar o islamismo. Em concomitância a isto, Matthew Dodd, um ex- agente da CIA que forjou a própria morte, converteu-se ao islamismo muçulmano e defende ferozmente os ideais do fundamentalismo islâmico (que se caracteriza por uma ideologia político-religiosa que deve coordenar os setores políticos, culturais, sociais e econômicos do estado, diferentemente do que conhecemos por estado laico (que é o mais comum de se ver no ocidente)), caça toda a equipe que trabalha nas pesquisas que pretendem alterar os fundamentos do islamismo.
Scot Harvath, um ex-agente do Serviço Secreto dos Estados Unidos, ocasionalmente salva a vida do professor Nichols e a partir daí ele se envolve numa verdadeira caça de gato e rato, onde a cada passo dado para frente o outro avança dois, havendo sempre um “quase”.
Este thriller é o segundo do autor que é publicado no Brasil pela Editora Sextante, o primeiro se chama O Primeiro Mandamento e conta um episódio vivido pelo agente secreto Scot Harvath antes de O Último Patriota. Mesmo com essa sequencia temporal, a história não depende uma da outra para o leitor se situar no que está acontecendo.
Os capítulos curtos contribuíram para o dinamismo da leitura, cenas descritas minimamente, mas fundamentais para a construção do ambiente e das ações. Os personagens não me cativaram, fiquei um pouco apática em relação a eles, a maioria deles são agentes treinados que lutam para sobreviver durante a tentativa de descobrir a última revelação de Maomé. A história me agradou no começo por causa de toda a explicação sobre o islamismo, sobre Thomas Jefferson e a construção da teoria conspirativa, o início da busca também foi agradável, mas quando eu já estava quase no final do livro, por volta da página 170, minha curiosidade foi se esvaindo a ponto de terminar a leitura meio "ok, qual o próximo livro que vou ler?".
O Último Patriota foi uma leitura rápida e agradável (entretenimento, de fato), mas não um espetáculo de livro que me fizesse ficar pensando e comentando depois.
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