Moonlight Books 17/11/2012
Annástria e o Príncipe dos Deuses, resenha de Cida Oliveira
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ste é o segundo livro que leio da escritora Selène D'Aquitaine, e foi fácil perceber seu crescimento. Tanto Annástria, quanto O Jardim das Rosas Negras, criam universos fantásticos maravilhosos, mas neste aqui, os personagens são mais maduros e a história bem mais complexa.
Annástria é um reino que foi vitimado pela traição, temos um rei e uma rainha que formam um casal perfeito e feliz, até o dia que a inveja do irmão do rei, coloca fim a paz. Rorek é o irmão vilão, une -se à Satine, uma perigosa feiticeira e mata os soberanos, para completar amaldiçoa seu único sobrinho a viver sem alma e sucumbir as trevas.
Darin é o príncipe almadiçoado, ele ao nascer possuis asas, em cada pena temos uma parte de sua alma, mas seu tio corta suas asas e as penas perdem -se em várias dimensões, levando assim a alma do menino. Os aliados dos soberanos mortos, trazem Darin para ser criado na Terra, sem deixar que ele saiba sua verdadeira origem.
Ao lado da maldição, temos uma profecia, que diz que o reino poderá ser salvo se o verdadeiro herdeiro recuperar suas penas, mas ele não conseguirá sozinho, Impar, uma menina nascida dois dias depois do príncipe e misteriosamente ligada à ele, é a peça chave para o sucesso desta missão. Para recuperar cada pena, é necessário passar por uma prova, são sete provas, uma mais difícil que a outra, que podem levar os jovens a morte.
"Sete provas escondem as várias penas... Uma delas, uma das mais nobres, está onde ninguém jamais pode imaginar. Sem esta, mesmo com todas as outras milhares de penas juntas, o príncipe não poderá viver.
Somente com todas as sete provas completadas com louvor e todas as penas juntas, a paz poderá reinar. O príncipe é a luz e a esperança de Annástria, mas sem sua mais nobre pena aliada nada poderá fazer.
Tentadores farão de tudo para o príncipe e a garota fracassarem. Sem a garota, o príncipe não poderá completar sua missão... Restaurar a união de todas as dimensões, assim o pensamento poderá se reestruturar e assim Annástria e muitos outros mundos salvar."
Um dia Darin descobre seu destino e é chegada a hora de cumprir a profecia, orientado pelos aliados de seus pais, ele e Impar partem em uma incrível jornada, eles viajam através de portais, por várias dimensões, enfrentando criaturas mágicas e o mal, em sua mais terrível forma, que é a de Satine e seus filhos.
Este livro traz um cenário mágico, muito bem descrito, é fácil para o leitor viajar com Darin, pelas várias dimensões. Os personagens são muito bem construídos, principalmente os vilões, Satine é uma feiticeira impiedosa e sem alma, ela castiga seus inimigos da pior forma possível, dá até para sentir a dor dos coitados; seus filhos não ficam atrás, William e Maya, chegam a ser piores que a mãe, atrapalhando a jornada de Darin todo o tempo.
William é uma grande surpresa, na verdade por ironia do destino, ele irá viver uma situação inusitada, em decorrência deste fato, muitas coisas tomam um rumo inesperado. Confesso que este menino rouba a cena, ele na verdade consegue destacar - se mais que Darin, e acabou sendo um dos meus personagens preferidos.
Outros dois personagens incríveis são Aradios e Artenis, seres mitológicos que protegem Darin e Impar, ambos são extremamente cativantes. Eu tenho certeza que Aradios não é apenas um protetor, acredito que ele seja muito mais do que aparenta, conforme a trama se desenrola, são apresentados indícios que ele guarda um grande segredo.
Darin precisa crescer, acho que ao final das sete provas teremos um príncipe completo, ou melhor, um verdadeiro rei, ele ainda tem muito que aprender. Impar é corajosa, mas confesso que sua teimosia muitas vezes me deixou irritada, ela precisa aprender a fazer concessões em certas ocasiões.
Eu achei muito boa a ideia das sete provas, a ansiedade pelo que está por vir, dá um toque especial nesta história, eu sofri junto com os personagens a cada passo. Destaco nesta trajetória a aparição dos Sete Pecados Capitais, eles fazem um teatro para Impar com uma encenação muito inteligente.
Narrado em terceira pessoa, contribui para o leitor visualizar a história por todos os ângulos, já que temos que juntar várias peças para entender melhor o que está acontecendo. O livro possui alguns erros de revisão, porém o que me deixou incomodada, foram alguns termos usados pela escritora, que acho que não combinam com o contexto. Com exemplo "chumbrega", "queimando os humanos" , esta frase no sentido de denegrir a imagem dos humanos, são frases que usamos no cotidiano, mas ao meu ver não cabem em um mundo fantástico.
Tirando os detalhes citados anteriormente, eu apreciei muito esta obra, é um livro criativo e envolvente, não vejo a hora de ler sua sequência e descobrir o que espera por nossos heróis nas provas seguintes. Deixo claro que este livro vai até a segunda prova, pois por ser uma trilogia, a escritora deixou as demais para os próximos volumes.
Se você está em busca de uma aventura mágica, cheia de seres fantásticos e corajosos, leia Annástria.