Kel Costa 06/06/2011Sam Temple está no colégio, dentro da sala de aula, quando de repente o professor desaparece. Ele não sai correndo, ele apenas… some. Diante dos olhares de toda a turma. E antes que Sam pudesse achar que estava enlouquecendo e vendo coisas impossíveis, todos os outros alunos começam a falar da mesma coisa. Em minutos, eles descobrem que no colégio só resta agora alunos com idade até 14 anos. Os com mais de 15 sumiram, assim como todos os adultos. Tentando ao máximo não entrar em pânico, Sam e os outros alunos saem da escola e vão para as ruas, a procura dos pais, policiais, qualquer pessoa adulta. Não encontram ninguém.
Com a ajuda de Astrid Gênio (a menina tem esse apelido por ser a mais inteligente do colégio – e provavelmente de toda a cidade), Sam descobre que seja lá o que tenha acontecido, somente as pessoas acima dos 15 somem. E o aniversário dele está perto. Sam precisa correr contra o tempo para descobrir o que está causando isso.
Seria tudo muito fácil, simples e tranqüilo, se não se tratassem de crianças. E criança… causa bastante problema. Em poucas horas o pânico do abandono toma conta da situação e ninguém sabe o que fazer. Para piorar, sempre tem aqueles espertinhos bad boys que tentam dominar o local e Sam conta com a ajuda de amigos para contornar os problemas: Quinn (seu amigo de infância, surfista assim como Sam), Astrid e Edílio. Como Sam já tem um histórico de herói por causa de um acidente que ele conseguiu evitar no passado, parecia que seria fácil ter a atenção de todo mundo e focar apenas numa forma de reverter os sumiços. Só que então, quando eles menos esperavam, surgem figurinhas arrogantes e poderosas: os riquinhos que estudam na Academia Coates, um colégio interno da cidade, usado por aqueles jovens que não se comportam em mais nenhum outro lugar.
Caine, Diana e Drakke formam um trio maligno que é capaz de passar por cima de qualquer coisa – incluindo crianças – para conseguir o que quer.
Meu irmão tinha lido o livro antes de mim e adorou. Como ele tem um gosto meio exigente para as coisas, eu já peguei pra ler sabendo que ia no mínimo achar legal. Gone é muito bom. O livro é gigante (mais de 500 páginas), mas a leitura flui facilmente. Narrado em 3ª pessoa, é possível saber o que acontece por todos os ângulos. Eu gosto do estilo da história, essa coisa de apocalipse, fim do mundo, caos na Terra rs. O fato de terem sobrado apenas crianças é bem interessante, já que temos conhecimento de como seria se realmente acontecesse. Imaginem, crianças sozinhas pelo mundo, desamparadas. Bebê abandonado dentro de casa sem poderem pedir ajuda. Criança tendo que tomar conta de criança. Algumas partes do livro me deixaram angustiada pelas situações que aquelas crianças estavam passando.
Gostei muito de Astrid e Edílio, sempre Edílio rs. Mas cara, tive muita, muita raiva mesmo de Quinn. E de Sam. Primeiro por ele sempre desculpar Quinn por todas as idiotices que esse apronta. Segundo porque Sam até mais da metade do livro, é um bobalhão! Eu me pegava pensando: o que esse garoto tem de herói? Eu quis socá-lo inúmeras vezes e nomear Astrid para ser a salvadora da nação. Ou Edílio, que todas as vezes foi muito mais macho que Sam. Sabe aquele garoto panaca que tem medo de tomar decisões e a única coisa que quer é sombra e água fresca? Que tem receio de intervir em alguma situação, por não querer dor de cabeça para si? Tipo, é o fim do mundo, droga! Ou pelo menos, era para eles, ali naquele lugar sem saída. Deixo aqui minha demonstração de grande desafeto para com Sam. Torço para que na continuação “Famintos”, ele seja comido vivo rs.
Outro personagem cativante do livro é o Pequeno Petey, ou PP para os íntimos rs. Ele é irmão de Astrid e é autista. É bem mais novo, não lembro agora a idade, mas acho que tem por volta dos 7 anos (quem souber me diga, pq esqueci!). O PP atrasa pra caramba a vida do quarteto (Sam, Astrid, Quinn e Edílio), mas ele dá cor ao livro, além de ser bem legal essa abordagem e uma forma de entender mais sobre o que se passa na cabeça de um autista.
Para quem gosta desse tipo de história, recomendo o livro. Há romance, mas nada muito aflorado, entre Sam e Astrid (ela é cega coitada, pra gostar dele rs) e tem o lance dos poderes sobrenaturais que é bem legal. Um tipo de X-Men exilados rs. Acho a capa dele linda e esse foi um dos motivos que me fez comprá-lo. A capa da continuação também está bem bonita, puxando para o alaranjado! Gone, O Mundo Termina Aqui. Ou não… Espero agora por Famintos.
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