Resenhas - O Discurso Secreto

Simone de Cássia 27/07/2021

Excelente livro. O primeiro (Criança 44) ainda é meu favorito, mas esse aqui não decepciona no tocante à emoção, aventura e ansiedade. Também continua rico em informações da antiga URSS mostrando um pouco do que havia por trás da cortina de ferro. Os personagens são carismáticos e o Liev conseguiu me fazer continuar torcendo por ele pela paciência e determinação. Já a filha mais velha eu tive vontade de dar uma surra...menininha besta... Vale a leitura, com certeza!!

Marina 14/07/2010

Antes de qualquer coisa: se você não leu Criança 44, aconselho a fazê-lo antes de ler O Discurso Secreto. Não seria o caso do leitor ficar completamente alienado, mas é fundamental para entender a essência dos personagens e suas motivações. Não teria a mesma graça se a leitura começasse por aqui.


Fiquei na dúvida se dava 3 ou 4 estrelas para este livro. Optei por 3 pelas seguintes razões:
Achei que neste volume os personagens, o desenrolar de suas relações, sentimentos e destino de cada um, ficaram parecendo elementos de uma novela.
Além disso as reviravoltas e situações mirabolantes em que se encontram os personagens em diversas ocasiões caberiam melhor em um thriller hollywoodiano. Enfim, acho que o autor deu uma viajada, uma exagerada na dose. Não que isso seja proibido, obviamente. Mas eu usei como referência comparativa o Criança 44, por isso a avaliação.

Bom, o fato é: eu me diverti tanto quanto no primeiro livro. A atenção foi devidamente capturada, e para quem curtiu Criança 44, é a oportunidade de saber o que aconteceu com Liev e sua família. Achei apenas que a qualidade do enredo, ou a forma como foi construído não foi tão boa como antes, mas isso não me impediu de aproveitar a leitura!

Claire Scorzi 27/02/2011

Amor Incondicional
Inesperado o rumo que Smith dá a esta continuação de "Criança 44". Não deveria ser surpresa, pois qualquer reflexão levaria a esse rumo: as consequências do passado de Liev Damidov, o agente da polícia secreta soviética que tem sua vida e sua ideologia transformadas.
Empolgante, com narrativas vívidas do lento fragmentar-se da U.R.S.S. após a morte de Stalin (e suas repercussões nos países ocupados) Rob Smith consegue, neste livro, melhorar ligeiramente seu desenho da personagem Raíssa, porém não logra o mesmo com a adolescente Zoia: ao invés de condoer-me dela, pareceu-me insuportável; houve momentos em que desejei que algum personagem do romance a matasse, para que ela sumisse de cena...
Comparado a "Criança 44", há mais horror psicológico (O que as guerras fazem às crianças?), mais crueldade, mais torturas, mais sofrimento físico e emocional. E a certeza (alguém duvida?) de que tudo que fazemos tem consequências.
Se no livro anterior a idéia do amor enquanto decisão parece insinuar-se (ver a relação Liev-Raíssa), em "O discurso secreto" outra idéia se alia a esta: a do amor incondicional. O que somos capazes de fazer, e de sofrer, como resultado desse tipo de amor, choca, emociona, maravilha, faz pensar. "O discurso secreto" é, nesse sentido, ainda mais 'cristão' do que "Criança 44". Doloroso. E lindo.

Mari.Vasconcelos 13/02/2023

Um tal de tira máscaras, põe máscaras- metaforicamente-
Após a morte de Stalin, um discurso feito por seu sucessor, o primeiro secretário do comitê central do agora, regime comunista, desencadeou uma torrente de revelações/conspirações e denúncias por parte de antigos apoiadores do regime stalinistas, gerando uma crise talvez tão grande quanto o pivô do que levou à Guera Fria. A transição foi um momento de grande turbulência para o povo.

É difícil desapegar-se ao que foi enraizado a tanto tempo, mesmo que seja opressivo, pq em um governo onde pensar é perigoso, confiar, é uma utopia distante de qualquer realidade previsivel.

Em meio a isso, Liev teve que fazer escolhas bem difíceis. É preciso resiliência pra se ter humanidade, quando você mesmo se julga desmerecer o amor de sua família?

Bruno T. 23/11/2010

Do céu ao inferno
Comprei o livro por ter gostado muito de "Criança 44" e por ter lido avaliações positivas de vários colegas skoobers, que, em sua maioria, consideraram "O discurso secreto" do mesmo nível da obra anterior de Tom Rob Smith.
Infelizmente, acabei me dando mal, pois o novo livro de Smith é decepcionantemente ruim, a ponto de nem parecer obra do mesmo autor do ótimo "Criança 44".
A trama, forçada e exagerada, não convence em nenhum momento, a maioria das situações descritas beiram o absurdo e as personagens parecem não pertencer ao mundo real. Os protagonistas Liev e Raissa, patéticos em seu sofrimento masoquista, adoram pagar pelos seus pecados anteriores, a ponto de "gostar" de se machucar e arriscar a vida durante toda a história. Já Anísia/Fraera, que de dedicada e ingenua mulher do padre se torna sanguinária líder de gangue (como pode ?), é uma das personagens mais absurdas que já vi, embora acompanhada de perto pela rebelde Zoe e pelo namorado Malich, assassinos adolescentes de total inverossimilhança.
Minha impressão é que trata-se de um "livro de encomenda", escrito às pressas por um autor de talento que, sem nova inspiração, apenas cumpriu um compromisso comercial com sua editora, criando uma história fraca e arrastada.
A tradução (apressada ?) acompanha o livro e também é muito ruim. Erros de concordância, frases sem sentido e escolha errada de palavras estão presentes ao longo de toda a obra.
Espero que, se houver um terceiro livro, Tom Rob Smith esqueça a Russia, Liev e Raissa e mude de cenário e de personagens, oferecendo, novamente, uma boa história.

Evy 20/10/2010

Tenho que confessar que as cinco estrelas se devem ao fato de, desde criança 44, eu ser completamente apaixonada por Liev Demidov! :) Acho que Smith construiu muito bem a personagem e não há como se ver torcendo para que no fim tudo de certo a ele, apesar de tudo que fez e foi no passado.

O livro é bom, mas nem de longe tão bom quanto o primeiro. Neste, Stálin está morto e seu violento regime começa a perder força deixando para trás uma sociedade em que a polícia é o criminoso e os "bandidos" são inocentes. Um discurso secreto escrito pelo sucessor do ditador circula entre o povo deixando uma promessa: a União Soviética mudará.

Liev, agora trabalhando na área de homicídios, é obrigado a confrontar os seus erros do passado e sua nova "família" passa por fortes e tortuosos incidentes que fazem a todos questionarem o que é realmente importante e o motivo pelo qual estão juntos.

Como dito acima, O Discurso Secreto não é tão bom quanto Criança 44 e o autor talvez tenha exagerado um pouco na dose com as cenas hollywoodianas de ação. Ainda assim, a história prende a atenção do inicio ao fim e é impossível parar de ler antes do final.

Leitura recomendada.

Luiz 10/05/2012

Mais uma leitura fantástica!
O segundo livro da série que narra a história de Liev Demidov é, sem sombra de dúvida, mais uma leitura fantástica.
A história se passa na União Soviética, no ano de 1956. Em meio as reformas implementadas por Kruschov, o ex "chekista" (Liev) é forçado a encarar o seu passado, na forma de vingança.
De fato, quem espera que o livro siga o estilo de "Criança 44", em um estilo mais voltado ao thriller, com serial killers, mortes grotescas e investigações criminais, pode se decepcionar com o primeiro contato com o livro.
No entanto, um leitor de mente aberta para a nova história de Tom Rob Smith será presentado com mais umas narrativa de tirar o fôlego, uma verdadeira aventura cheia de emoções, tramas, conspirações, traições e clímax.
Ademais, satisfaz o cuidado que Smith possui ao construir seus romances, desenvolvendo personagens complexos e permeando os acontecimentos com importantes fatos históricos.
Mais que uma resenha, escrevo aqui um apelo: Acreditem, vale muito a pena ler "O discurso secreto".
Aguardo ansiosamente a tradução de "Agent 6".

Araggorn 18/05/2010

Tom Rob Smith é surpreendente!
Este segundo livro de Tom é a continuação de "Criança 44" e não faz por menos em mexer com nossas emoções e nos prender a cada página sangrenta e repleta de ação.
Liev busca a redenção, busca ser diferente e se afastar do homem cruel que era. A utopia de um Estado perfeito acabou pra ele. Agora o que importa é sua nova família. Reconquistou sua mulher, mas o que precisa mais é reconquistar suas duas filhas adotivas, principalmente Zóia. Zóia que não se conforme de ser amada pelo agente que esteve envolvido na morte de seus pais, ela que vai toda a noite com uma faca para matá-lo(essa parte é realmete angustiante).
Liev perceberá que não é fácil deixar tudo pra traz. O discurso secreto de Krushov desencadeia uma onda de assassinatos contra os que serviram ao antigo regime.
Uma das vítimas de Liev volta sedenta por vigança e sua vida e família estão em jogo.
Simplesmente arrebatador!
Eu realmente, desde o primeiro livro torcia pela personagem Liev e participar do sofrimento do personagem na busca por perdão foi algo muito comovente. Impossivel não ficar com lágrimas nos olhos.
Tom Rob, meus parabéns. Que ele nos presenteie com mais ótimas histórias.

Lorran 28/06/2010

O Discurso Secreto
Eu tenho minhas manias. Quem acompanha o blog já deve conhecer algumas delas. Mas uma que eu não consigo e não quero abandonar de forma alguma é a de nunca ler romances policias fora da sequencia cronológica. Não adianta me dizer que o terceiro é o melhor livro, vou ler tudo, desde o começo. Uma hora eu chego no terceiro. Algumas tramas até podem ser lidas fora da ordem, sem alterar o contexto, mas certamente quem lê assim perde alguma coisa. Ou muita coisa em alguns casos.

É exatamente o que acontece no livro O Discurso Secreto, de Tom Rob Smith, lançamento da Editora Record. Isso porque é extremamente recomendado que se leia o primeiro livro do autor, Criança 44, antes de lê-lo. Por isso essa resenha acaba sendo dos dois livros, pois não conseguiria falar do segundo sem citar – muitas vezes – o primeiro.

Passadas as explicações, vamos aos livros. Descritos em uma palavra, eu diria apenas: extraordinários.

Tom Rob Smith usa como pano de fundo de Criança 44 a Rússia stalinista, regida sob mãos de ferro e uma brutalidade extrema. Já em O Discurso Secreto, encontramos a União Soviética sob domínio de Nikita Khrushchov, sucessor de Stálin e autor do discurso referido no título do livro, pronunciado no 20º Congresso do Partido Comunista Soviético, em 1956. Só por isso já deveria valer a pena ler estes livros. São uma aula de história.

Os livros abordam visões antagônicas. No primeiro, TRS explora os excessos cometidos pelo MGB, a polícia secreta do Estado – futura KGB. Mostra as injustiças cometidas em nome da revolução soviética, tendo a tortura e a prisão de inocentes como foco maior. No Discurso Secreto, é a vez de explorar as ações contra-revolucionárias, tendo os Vory – tão cruéis quanto a MGB – como principal gangue terrorista em ação.

Ambos os livros são protagonizados pelo agente – posteriormente ex-agente – da MGB, Liev Stepanovitch Demidov, um homem cegado pela doutrina do Estado, que só percebe tarde demais que defendia as premissas erradas. Liev é uma metamorfose ambulante, uma ingênua engrenagem do Estado, odiado pelos crimes que cometeu até mesmo pela própria mulher. A Rússia explorada no romance é um lugar onde reina a fome, a injustiça, a submissão e, principalmente, o medo – força impulsora do poder do governo socialista. É diante desse quadro catastrófico que Liev vai buscar, a qualquer custo, a sua redenção.

Uma pequena observação: a crueldade explorada nos livros é daquelas de deixar tonto, enjoado pela perspectiva de que algum ser humano possa ser capaz de cometer atrocidades do tipo contra um semelhante. Seja movidos pela sobrevivência ou pela vontade de poder, a violência é feroz. Meus joelhos chegaram a doer somente com a descrição de uma das torturas impostas à Liev.

Talvez por isso mesmo eu tenha gostado tanto. Gostado é pouco, fiquei simplesmente extasiado com esses livros. São narrativas sufocantes, que correm num ritmo alucinado, de prender o fôlego. Você lê meia dúzia de páginas e já está perturbado pela história. São tantas reviravoltas que você não consegue de forma alguma prever como terminará a história. São livros que eu gostaria de esquecer, somente para poder ler novamente, sentindo com ineditismo as emoções dessa surpreeendente leitura.

Ah, quase ia me esquecendo. Criança 44 já teve os direitos de adaptação para o cinema comprados por ninguém menos que o diretor Ridley Scott (Blade Runner e Gladiador).

Nica 13/11/2010

Discurso Secreto

O segundo livro do jovem escritor Tom Rob Smith, Discurso Secreto, nos remete novamente a Rússia comunista, só que agora estamos no pós-stalinismo (1956), no governo de Nikita Khrushchov. Os detalhes hitóricos nos são apresentados, novamente com muita clareza, como um documentários. Khrushchov inicia uma série de reformas no país e choca a nação ao divulgar o seu Discurso Secreto, que ao mesmo tempo reafirma sua crença aos ideais comunistas acusa Stalin de genocídio.
Não gostaria de expor aqui meu juízo de valor, mas tenho que confessar que o seu livro anterior, Criança 44 ( resenha ), é bem melhor que o segundo. Dar seqüência a uma historia é muito perigoso para um escritor, principalmente quando ele é induzido, por ter feito muito sucesso no primeiro. Mas vale a pena lê-lo, sobretudo por seu protagonista, Liev Demidov, é como matar a saudade! Liev é um personagem muito bem construído e possui um carisma que cativa qualquer leitor.
Liev agora possui uma família e tem que lutar para se redimir de seu passado profissional, o qual é marcado por traições, assassinatos, agressões, cumplicidades ... Tanto sua família como a nova ordem política, em que se encontra seu país, cobram dele um retorno ao passado para reparar tantas injustiças. Uma de suas filhas adotivas, Zoia, o acusa pela desgraça que se abateu sobre sua família; sua esposa Raissa, ainda cheia de ressentimentos do passado luta para esquecer estes tempos difíceis, mas é induzida por sua filha para abandoná-lo. Surgem novos personagens e novos depoimentos sobre o passado hediondo de Liev, pessoas inocentes que tiveram as vidas drasticamente destruídas são facilmente induzidas pelo Discurso Secreto ao anseio de vingança. Com isso ocorrem simultâneos atentados, assassinatos, suicídios em toda a Rússia aos antigos servidores do regime. Liev percebe que para salvar sua família e a si mesmo terá que se entregar aos seus algozes, antes suas vítimas.
Liev, novamente, é o grande herói, pois depois de ter a sua vida e de sua família totalmente destruída, consegue driblar todos os obstáculos e se reerguer num final surpreendente

http://lereomelhorlazer.blogspot.com/

Eduardo 09/09/2010

Magistral
Na fria moskou, agora de krushov, Liev segue atormentado pelos fantasmas do seu passado, tentando manter sua nova familia unida.
Um thriller para se ler num folego so !

Núbia Esther 12/09/2012

Três anos depois dos eventos narrados em Criança 44, encontramos novamente o agora ex-agente da MGB (a antiga polícia secreta soviética) Liev Demidov. Liev agora é encarregado do departamento de homicídios criado três anos atrás e sua maior preocupação é se redimir de seus pecados passados e fazer com que a filhas adotivas, Zoia e Elena, o perdoem por ter feito parte no assassinato de seus pais e que junto com Raíssa, possam viver como uma família. Mas, o passado de Liev é muito consistente para ser simplesmente relevado, e uma ação do passado traz consequências para a vida de Liev sete anos depois.

Em 1949, ele foi responsável pela prisão de Lazar e Anísia em sua primeira ação pela MGB. Eles não foram os únicos, muitos outros foram destinados a sofrerem o duro tratamento reservado aos “espiões”, e talvez permanecessem no anonimato e relegados à lembrança se não fossem pelos recentes distúrbios políticos proporcionados pela divulgação do Discurso Secreto pelo então chefe de estado Nikita Kruschov. O Discurso foi distribuído por toda a Rússia e em vez de enaltecer os atos de Stálin como seus antecessores, ele vinha clamando por justiça, deixando claro para a nação todos os erros e ações cometidos pelo Estado. Como resultado estão acontecendo revoltas, levantes populares e as pessoas que sofreram no passado começam a buscar sua vingança. É assim que Lazar e Anísia retornam à vida de Liev, que se vê obrigado a encarar seus erros, sofrer por eles e pagar por eles com a sua família…

Em Criança 44, Smith proporcionou a caçada a um assassino em meio a uma União Soviética Stalinista, severa e bruta com todos que ousassem se erguer contra o governo e para a qual admitir a ocorrência de um assassinato era o mesmo que admitir que extraterrestres habitassem a Terra (dizer que isso era incongruente com a política punitiva exercida pelo Estado é pouco). Já em O Discurso Secreto, o autor não traz um crime para ser investigado. Desta vez Smith traz uma União Soviética pós-stalinista, que vive um tempo de insurreições e vinganças por parte daqueles que tanto tempo ficaram silenciados. A política deixou de ser cenário para se tornar protagonista.

“[...] Não acredite que eles serão mais gentis que Stálin. O espírito dele ainda sobrevive, não em uma pessoa, mas difuso em várias. É difícil ver, mas não se iluda: ele está lá.”

Tom Rob Smith já trabalhou como roteirista para televisão e talvez seja dessa experiência que ele retira elementos e características textuais que ajudam a imprimir um ritmo frenético a narrativa. Essa característica que poderia tornar o texto um pouco mecânico e superficial (como um roteiro mesmo), é compensada pelo cuidado em trabalhar as nuances psicológicas de seus personagens. O que fica evidente pela sua escolha de protagonista. Liev Demidov não é mocinho, ele já foi bandido (e por mais que tenha sido sob as asas do governo ele tem grande culpa no cartório) e ele mesmo não se perdoou. A todo o momento somos lembrados de suas ações cruéis do passado, mas ao mesmo tempo, é impossível não sentir empatia pela esperança redentora característica do personagem. Preparem-se para muitos momentos de ação e muita tramoia política, elementos usados com propriedade pelo autor e que te prendem de forma irremediável à narrativa. Em seu segundo romance Smith não deixa a desejar e vem para mostrar que não é autor de um livro só.

Apesar de O Discurso Secreto ser considerado uma sequência de Criança 44, ambos os romances podem ser considerados como obras únicas ambientadas em um mesmo período político. Quem leu Criança 44 não é obrigado a ler O Discurso Secreto (mais eu recomendo muito que o faça) já que a história tem começo, meio e fim. Por outro lado, se você ainda não leu Criança 44 e quer partir logo para a leitura de O Discurso Secreto, vá em frente e sem medo de possíveis spoilers da trama antecessora.

[Blablabla Aleatório] - http://feanari.wordpress.com/2012/09/12/o-discurso-secreto-tom-rob-smith/

Alexia 03/01/2011

Estava empolgada com o livro,afinal Criança 44 é muito bom,mas pena que a continuação não dá para dizer o mesmo.
Achei muitas partes forçadas e clichês.A vilã não me convenceu,e parece que o carisma e força dos personagens ficou no anterior mesmo.
Tinha partes que mesmo acontecendo coisas 'importantes' era uma leitura entediante.

_Alicinhah 22/05/2024

Na falta de um diário, escrevo resenhas sobre experiências literárias que ressoam em mim. Edição de hoje: Liev e Raíssa, uma família, a vingança e o sistema.
Demorei muito a escrever essa resenha porque precisei de bastante tempo pra digerir esse livro. Não que o último acabe de maneira mais esperançosa, mas, para nós que acompanhamos a redenção de Liev, é triste acompanhar todo o processo de julgamento de Zoia (não tirando a razão dela, acho que eu agiria da mesma forma).
Gosto dos flashbacks do começo, é legal ir criando esse panorama de quem Liev foi e quem é, mesmo que tenhamos visto ele se transformar diante de nossos olhos.
Fiquei angustiada quase que o tempo todo. O modo como, mais uma vez, é o próprio sistema quem viabiliza as maiores atrocidades possíveis sempre me tira do sério.
A cena da vingança dos presos me deixou nauseada. Toda a saga de Elena e Raíssa me fazia ter vontade de chorar. A morte de Timur me deixou extremamente triste e preocupada.
Apesar de tudo, gostei de como a gente pôde ver mais de Raíssa como mãe, gostei de todos os plot twists do arco de maternidade dela.
O crescimento de Zoia é notável. A critica ao sistema, a busca por uma causa, a falsa sensação de controle que ela tem no bando... o jeito como ela encontra o amor e no fim percebe que nada vale a pena. Me deixou tocada, mas orgulhosa.
Por fim, me peguei pensando nos aspectos políticos da narrativa. A ideia de que tudo não pode ser desfeito sem esperar revolta, de que um povo subjugado vai abraçar a libertinagem quando enfim for livre, de que os cidadãos estão certos de cobrar cada mínima gota de sofrimento mas que isso só vai gerar mais e mais sofrimento... não cheguei a conclusões mas mexeu com muito de mim.
Eu amei, vou dar 4 estrelas pq achei o final meio corrido.

area52 17/09/2010

Ação do começo ao fim !!!
O autor de "Criança 44" narra a fantástica trajetória de Liev Demidov pós-Stálin. Kruschov faz um 'mea-culpa' através de um discurso escrito apontando os erros e atrocidades do antecessor e levando o pais a um clima de revanchismo contra todos aqueles que representavam a repressão soviética.

O livro é uma aula de história que retrata uma época pouco documentada e que, agora, mais autores de sucesso, como Robert Littel ("De mandelstan para Stalin") e Orlando Finge ("Sussurros"), começam a explorar esse filão.

Narrativa eletrizante desses romances históricos, guardadas as devidas proporções e épocas, só consegui achar nos livros de Bernard Cornwell.

Aguardo ansiosamente pelo terceiro livro que, segundo informações recentes do seu site (www.tomrobsmith.com), poderá se chamar "Agent 6".