Neto.Furtado 26/08/2020
O tormento das Fake News e o meu TCC
Livro indicado pelo Joel Pinheiro, no qual é autor de um dos artigos deste livro. Obrigado Joel.
O livro procura compreender este fenômeno, que embora não seja recente, possui uma nova forma destoando das "notícias falsas" de outrora. Se antes a "mídia mainstream" era quem determinava o padrão das informações, hoje com a internet e um Smartphone, qualquer um pode ser um jornalista. Tal revolução é comparada com as inovações que a imprensa de Gutemberg trouxe a nossa civilização. Se por um lado observamos - e absorvermos - a democratização da informação, por outro somos castigados por debates no Facebook fundados em fake news.
O livro ilustra também os efeitos psicológicos das fake news, o viés de confirmação, o efeito manada; seus efeitos políticos e econômicos e como o governo, empresas e indivíduos podem agir para evitar a disseminação das fake news. Quanto ao governo, requer um cuidado especial, uma moderação. Afinal, como bem retrata a teoria da escolha pública, um remédio pode ser pior que doença em si. Qual é o limite - se é que possui um - da liberdade de expressão? e a liberdade de imprensa?
Destaco especialmente os conceitos utilizados para identificarem as fake news e seus pilares. Fake News é uma notícia falsa. Esse conceito não ilustra a vasta área cinzenta do que realmente é fake news. Uma notícia enviesada é fake news? E sensacionalista? E quando um meme é confundido com uma notícia? Ou então quando um jornalista comete algum erro, é fake news?
A recomendação ao legislador, apesar de não estar tacitamente no livro, é que o projeto não pode focar-se nos conteúdos das mensagens. Esqueça "o discurso de ódio". O legislador deve investir seus esforços na forma em que a mensagem é divulgada, assim como manter um diálogo com a sociedade civil e as empresas de comunicação. Só assim afastaremos o temor de um cerceamento da liberdade e combateremos os males das fake news.