AleixoItalo 27/07/2021Uma vez eu li que é criminoso o professor que faz da física chata, concordo e digo o mesmo da história. A jornada da humanidade é magnífica, é nossa história e de como nossos antepassados nos trouxeram aqui.
‘O Coração do Mundo’ é uma verdadeira epopeia de deuses e heróis, de impérios e pessoas comuns. Aqui acompanhamos a civilização tendo como roteiro a famigerada “Rota da Seda”. Ao contrário do senso comum de que seja uma estrada física com trajetos bem definidos, a Rota da Seda é todo intercâmbio comercial e cultural que existiu entre o Ocidente e Oriente, partindo da China até o Oriente Médio e mais tarde captando outras regiões periféricas do planeta.
A obra conta a história da Eurásia, desde as fundações do império Persa no século VI a.C. até as crises no Oriente Médio do século XXI. O desenvolvimento da narrativa é cronológico, mas o autor separa os capítulos de acordo com os principais produtos intercambiados, o que temos são “várias rotas da seda”: rotas de matéria-prima, escravos, ouro, moedas, religiões, ideologias, guerras, etc... Mas é possível dividir o livro em 3 grandes estruturas distintas: as rotas das religiões; dos impérios marítimos, que só daí transformaram a Europa no centro do mundo; e por fim as rotas do pós guerra, que colocaram os EUA no cenário mundial e desenharam a geopolítica atual.
Como nos clássicos ‘Sapiens’ e 'Armas, Germes e Aço', é a vez de Peter Frankopan narrar uma das mais belas e sucintas histórias da humanidade, das andanças do homem durante os séculos, focando na e desenvolvendo o enredo do embate ideológico eterno entre Oriente x Ocidente.
‘O Coração do Mundo’ é uma delícia, um livro sobre o grande jogo de xadrez que é a trajetória do homem, onde impérios se digladiam por um espaço no tabuleiro, sacrificando seus peões no processo e onde religiões e ideologias são usadas como ferramentas poderosas. A história de uma espécie peculiar em busca de recursos e cuja força motriz é a ganância!