Niccolò Ammaniti é conhecido por sua escrita corajosa. Em seu romance anterior, Como Deus manda, expôs o mundo dos excluídos, dos marginalizados e dos brutalizados italianos em uma sociedade consumista. Agora, em seu ótimo e mais recente livro, A festa do século, o autor apresenta a sociedade da vaidade que as importantes personalidades irão desfrutar. Com apenas uma ressalva: não da maneira que elas esperavam.
De um lado, o leitor acompanha os estados de alma de um escritor em seus trinta anos de idade enfrentando a maior crise de inspiração da carreira. Do outro, uma seita satânica composta de quatro bestas demoníacas, soldados do próprio Satanás, que sonham com uma ação que fará história no Inferno.
Em A festa do século, Ammaniti faz uma ode à futilidade da sociedade atual. Para isso, reúne celebridades, como falsos intelectuais, jogadores de futebol, escritores ganhadores do prêmio Nobel, políticos desonestos e atrizes pornôs, numa celebração ao lado de criaturas enviadas pelo próprio demônio. Tudo ocorrerá na casa do magnata imobiliário Salvatore Chiatti.
Segundo o autor, ele tenta, por meio de uma trama engraçada e criativa, fazer uma sátira da vulgaridade berlusconiana. A consequência foi um romance impressionante e impiedoso.