José Ângelo Gaiarsa faz uma análise sociológica, filosófica, histórica e psicológica da fofoca - esse fenômeno tão antigo que acompanha a humanidade desde seus primórdios. Partindo da irônica premissa de que nenhum cientista "sério" se dedicaria a estudar a fofoca, ele toma para si o desafio e mostra, capítulo a capítulo, como essa forma insidiosa de inveja, despeito e medo infiltra-se em nós assim que deixamos a infância. Em resumo, o autor afirma que, quando fazemos fofoca de um indivíduo, colocamos nele todos os preconceitos que estão dentro de nós. E, ao fazermos isso, automaticamente nos livramos de qualquer defeito, tornando-nos modelos de perfeição. As consequências são drásticas: além de fazer mal ao outro, frustramos toda e qualquer possibilidade de mudança interna que pudesse nos levar a um patamar mais elevado de consciência. Fiquemos com a sabedoria do velho mestre: "A quantidade de fofoca que existe no mundo e em cada pessoa é exatamente igual à quantidade de desejos humanos não realizados - à frustração cósmica - de cada um". E mais: "A fofoca é o dispositivo social que mantém - ou tende a manter - cada um no seu lugar. Trata-se da mais lídima expressão da burrice social".
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De forma altamente sugestiva, polêmica e séria, o autor descreve a maneira como todos nós estamos envolvidos, tanto como vítimas quanto como agentes da fofoca.
Psicologia