No original, Animal farm. Na versão que circula no Brasil desde 1964, A revolução dos bichos – sendo que, em todo o livro, não aparece a palavra revolução: a que define a ação dos animais é rebelião.
O primeiro tradutor era secretário do general Golbery do Couto e Silva, criador do Serviço Nacional de Informações (SNI) da ditadura militar. Sátira contundente ao totalitarismo soviético, o livro foi usado pelos anticomunistas para propagar que “toda revolução termina em regime de terror” – e está explicado o porquê de um título tão infiel como o brasileiro ao original e à intenção do autor. Até agora.
Rigorosamente, seria Fazenda animal. Optamos por A fazenda dos animais, bastante próximo e que também promete o que o texto cumpre: uma denúncia da corrupção promovida pelo poder, pela ganância, que não fazem mais do que provocar a opressão dos fracos pelos fortes, numa fábula às avessas em que a exploração dos mais frágeis pelos poderosos alimenta a posse, o domínio, a manipulação de informações e de vidas.
Atualíssimos, portanto, título e texto.
Ficção / Fábula / Política / Sociologia
A Revolução dos Bichos, escrito na época da Segunda Guerra Mundial, ataca de forma alegórica o modelo soviético sob a ditadura de Stalin. Dessa maneira, cria-se um retrato muito fiel, por meio dos bichos, do que ocorre de fato na tentativa de implantar o comunismo. Um leitor distraído pode pensar que se trata de um livro infantil e de fato, a engenhosidade de George Orwell é tamanha que, além de ser uma denúncia do que ocorre na União Soviética, ta... leia mais