"Mário de Andrade já se foi. Grande alma e grande escritor, (…) ninguém com mais preocupação de construir algo de novo e de solido que Mário de Andrade. Lançou-se em especial à colaboração e ao emprêgo de uma linguagem exclusivamente brasileira que deu aos seus poemas e aos seus romances um tom nativista muito original, sem nenhuma preocupação nacionalista no sentido clássico do têrmo (…) a sua morte consagrou-o como a figura mais representativa do modernismo na sua mais pura essência revolucionária, e uma das maiores figuras das nossas letras de todos os tempos" (Alceu Amoroso Lima).
Em 1943, no plano de suas Obras Completas, que Mário de Andrade polígrafo (1893-1945) arma para a Livraria Martins Editora, Poesias completas deveria ampliar o conteúdo de Poesias, seleta que, em 1941, revisita os títulos publicados no modernismo da década de 1920 – Pauliceia desvairada (1922), Losango cáqui (1926), Clã do jabuti (1927) –, e em 1930, Remate de males, trazendo também os inéditos “A costela do Grã Cão” e “Livro azul”. Poesias completas abrangeria a integralidade dos livros até 1930, os inéditos divulgados em 1941 e novos inéditos como O carro da Miséria. Apenas em 1955, dez anos após a morte do autor, a obra se concretiza. A presente edição de Poesias completas busca restituir, nos textos apurados mediante o confronto com edições em vida e manuscritos, o projeto original de Mário de Andrade para esse livro. Anotada e acrescida de documentos, contribui vivamente para a história da literatura no Brasil.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias