Na Aurora Pós-humana, o universo ficcional transmídia criado por mim em que se passa Licanarquia, imaginei um futuro em que a transferência da consciência humana para chips de computador seja algo possível e trivial. Em um tempo em que milhares de pessoas abandonaram seus corpos orgânicos por novas interfaces robóticas. Nesse futuro hipotético, a bioengenharia avançou de tal forma que a hibridização genética entre humanos, animais e vegetais torna-se possível e corriqueira, gerando infinitas possibilidades de mixagem antropomórfica, seres que em suas características físicas remetem-nos imediatamente às quimeras mitológicas. Nesse contexto ficcional, duas espécies pós-humanas tornaram-se culturas antagônicas e hegemônicas disputando o poder em cidades-estado ao redor do globo, enquanto uma pequena parcela da população - uma casta oprimida e em vias de extinção -, insiste em preservar as características humanas, resistindo às mudanças. E mesmo nesse panorama hipertecnológico os aspectos obscuros e luminosos das buscas transcendentes confrontam-se nas estruturas de poder. As espécies dominantes são os Extropianos – humanos que transferiram suas memórias para o digital em chips, existindo em interfaces robóticas ou como blocos informacionais em redes telemáticas hiperinformacionais; e os Tecnogenéticos – humanos transgênicos hibridizados com outros animais e vegetais; e a terceira espécie é formada pelos resistentes, seres humanos como nós que estão em processo de extinção, pois as novas gerações acabam aderindo à uma das outras espécies e transmutando-se.
Horror / HQ, comics, mangá