Os signos neo-barrocos que se entrelaçam na teia poética de Nestor Perlongher (1949-1992) constituem, nesta antologia bilíngüe, uma amostra da trama composta pelas seis obras de uma das vozes mais originais da poesia hispano-americana contemporânea: Áustria-Hungria, Alambres, Oleado, Parque Lezama, Águas aéreas e O Jorro das Iluminações. O erotismo dos signos faz reverberar a matéria sexualizada de uma poética onde ecoam as palavras do mestre Lezama Lima e o Severo Sarduy. A estética da perversão (Sade, Bataille) funde-se às vicissitudes da história Argentina transfigurada pela voz de Perlongher. Conhecido no Brasil pelo seu Caribe-Transplatino, Nestor Perlongher tem em Lamê uma homenagem póstuma que o faz ressurgir na vertigem provocada pelo êxtase vocabular de uma sexualidade transbordante.