Guardar momentos na caixa de sonha, e depois entreabri-la com as mãos do imaginário e da fantasia para mostrar o seu conteúdo, guardado com carinho, ao leitor. A descoberta é só prazer. Lygia ama tanto o sonho como a criação. São quinze histórias onde flashes da infância e da juventude ganham cores e sabores no processo de criação. A menina que descobre os mistérios da solidão em "Que se chama solidão" ou da morte - tema tão recorrente na obra da autora -, em "Suícidio na granja". Um amargo e profundo questionamento da maturidade do envelhecimento em "Se és capaz"; deliciosas fantasias adolecentes como "Dança com o anjo" e "Cinema Gato Preto".
Invenção e memória, na evocação de cenas e estados de alma da infância e da adolescência, atinge um dos mais belos efeitos da obra da autora. Os desfechos surpreendentes provocam o imaginário do leitor e nos convidam a completar, a colocar um ponto final.
Literatura Brasileira / Biografia, Autobiografia, Memórias / Ficção / Contos