Invenção do desenho: ficções da memória

Neste belo livro de memórias que se lê como um romance, recriam-se quinze anos da vida de um poeta jovem e os ambientes em que passou seus dias, da adolescência no Rio de Janeiro ao fim da mocidade, como diplomata, em Lisboa. Poucas vezes Alberto da Costa e Silva se olha ao espelho. Quase sempre é nos outros que ele se vê. Pois estas são memórias dos outros. É este, assim, um livro de retratos, e não só daqueles que contaram entre suas grandes amizades ou com ele compartilharam as perplexidades, as angústias, as esperanças e as decepções da geração que saiu da infância no fim da Segunda Guerra Mundial. É também de personalidades mais velhas com quem privou ou que conheceu, de Jorge de Lima, Manuel Bandeira e Guimarães Rosa a Juscelino Kubitschek e António de Oliveira Salazar. Este é também um livro de encontros, ou melhor, de viagens com novas paisagens na Europa e na África, do descobrimento por um rapaz sensível e sempre emocionado do prazer de olhar o que em cada momento lhe coube do mundo.

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