Bárbaros – povos não civilizados; entre os gregos, todos os estrangeiros que não falassem o grego ou o latim; entre os romanos, todos os que não se encontravam sob seu domínio.
Horizontal – Invasão por meio territorial Vertical – Invasão por meio cultural
A civilização ainda não atualizou toda a capacidade de realização do atual ciclo cultural. No entanto, o caráter entrópico dos elementos corruptores deste ciclo é o que prevalece em nossos dias.
Devido ao viés contingente da cultura, não é possível seus rumos encarar de forma determinista ou absoluta. Por este motivo, é preciso entender as inteligências que, se aproveitando do barbarismo, minam os alicerces da cultura.
A ética do bárbaro é a ética do dente por dente, do olho por olho. É a ética da vingança, é a norma do que deseja apenas o castigo, do sádico que só se satisfaz ao ver o adversário morder o pó da derrota. Não é o que vence e dá a mão para levantar o vencido. Não é o que busca a solução que o tornará amigo de seus semelhantes. Não é o que ama, mas o que odeia.
O bárbaro ameaça a nossa ética. Invade todos os caminhos, penetra nos lares, nas escolas. Quer estabelecer a sua grandeza, na sua miséria, proclama a sua força onde esta não está, aponta a sua exaltação, quando ela é depressão, e quando julga olhar a sua altura apenas está vendo o vale, em cujos pântanos ele perdura. Sues vôos são apenas saltos de sapos, ou arrancos de fera, nunca o vôo das aves que invadem o azul do céu, e que são símbolos da grandeza e da inteligência humana.
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