Introdução à Arqueologia

A arqueologia ainda tem os seus tesouros e os seus caçadores de tesouros, mas o arqueólogo de hoje é, essencialmente, um detetive de alto nível e insuspeitados recursos. De fragmentos de cerâmica ou de osso, ele reconstitui a vida de comunidades que desapareceram há centenas de séculos; de vestígios num pedaço de terreno, recupera a forma de objetos cuja substância deixou há muito de existir. a cada ano que passa, novas descobertas ajudam o arqueólogo a concatenar os fragmentos desse imenso quebra-cabeça que é a pré-história e a penetrar cada vez mais no remoto passado do homem.

André Parrot afirma, com razão, que a arqueologia insufla vida não só às civilizações antigas, mas também aos personagens que têm sido os animadores, quando não os heróis dessa fascinante atividade científica.

Quais os objetivos, os métodos e os meios dessa ciência completamente renovada? Como o arqueólogo conduz suas pesquisas?

O presente livro mostra-nos de que forma o estudo arqueólogo evoluiu desde os seus primórdios, quase sempre a cargo de amadores mais ou menos excêntricos, até o seu atual status cientifico. Descreve as modernas técnicas de pesquisa e sondagem — desde a fotografia aérea e a analise de aluviões até o carbono 14 —, sua colaboração com outras disciplinas e algumas de suas extraordinárias e surpreendentes descobertas tanto na pré-história como na proto-história.

Através da leitura desta introdução, o leitor encontrará em íntimo contato com uma disciplina que já contribuiu imensamente e continua a contribuir para o nosso conhecimento e continua a contribuir para o nosso conhecimento e entendimento do homem. Aos eventuais pontos fracos de sua metodologia e prática, contrapõe o inestimável valor das provas circunstanciais, graças às quais vem sendo laboriosamente recuperado o que parecia perdido na poeira do esquecimento: a própria historia da luta da humanidade para consolidar o seu império na terra.

André Parrot é diretor honorário do Museu do Louvre, ex-Secretário Geral da Comissão de Escavações do Ministério de Negócios Estrangeiros da França, e arqueólogo “militante”, pois dirige a escavação da missão arqueológica francesa na cidade de Mari, às margens do Eufrates.