A autora conta a história de dois índios irmãos, Anuaí e Yalori, já
aculturados e que vivem numa reserva indígena. Os meninos já aprenderam
a ler e a escrever, mas mantêm os seus costumes e têm muito
medo dos intrusos coureiros caçadores de jacarés e dos madeireiros
que desmatam as florestas e às vezes até matam índios.
Um dia, Anuaí ganhou um prêmio com um desenho sobre o dia
do índio. Por isso, ele, o irmão e seu pato Maru voaram para São
Paulo. Lá viveram diversas situações e aventuras, desde a noite de
premiação até a alegria no parque de diversões, passando pelo dia
em que se viram sozinhos, perdidos pela cidade.
Esses acontecimentos são entremeados com relatos da história
do Brasil, a partir do encontro dos primeiros habitantes dessas terras
com os portugueses. O livro conta de que maneira os índios foram
tratados, quer pela imposição de costumes e crenças dos colonizadores,
quer pela escravização de sua gente, muitas vezes dizimada. E
mostra que, apesar das leis e das instituições criadas para a sua proteção,
há muito falatório e pouca ação: suas terras, ou o que restou
delas, ainda são cobiçadas em nome da ganância e do progresso.